Capítulo 20

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  O ambiente estava escuro, e a pouca iluminação que ali existia clareava tão minimamente o local que as poucas coisas que eram capazes de serem vistas eram apenas os reflexos cinza dos objetos ali

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  O ambiente estava escuro, e a pouca iluminação que ali existia clareava tão minimamente o local que as poucas coisas que eram capazes de serem vistas eram apenas os reflexos cinza dos objetos ali.

  O cheiro de mofo misturado ao aroma do sangue era sufocante e enjoativo, fazendo o estômago embrulhar enquanto a vontade de vomitar crescia e bastava apenas um estímulo para que o vômito subisse pela garganta. A respiração presa parecia venenosa, a acidez das narinas parecia formar o oxigênio tóxico, e rasgava a garganta a cada respiração.

Até quando vai resistir?

  Do meio da penumbra, uma voz grave e sádica soou até seus ouvidos, que imediatamente reconheceram a arrogância e a crueldade vinda do indivíduo que estava à sua frente.

  Os olhos negros e doentios brilhavam naquela escura imensidão de odor desagradável e forte. Os cabelos inconfundíveis junto da arrogância incorporada constituíam perfeitamente a imagem daquele ser de gênio horrendo.

  Cada célula do seu corpo estava em alerta, com os poros sensíveis ao contato do ar denso e arrepiante que por ali circulava, o medo deslizando lentamente pelas veias, o deixando tenso à medida que se sentia enjoado ao encarar a figura, pois tudo o que conseguia sentir é nojo.

  Num ato rápido, a face do homem de olhos negros, semelhantes ao mais puro petróleo recém extraído de sua fonte, brilhavam com a mais pura malícia e sadismo, sem um pingo sequer de piedade.

Você é bem resistente, conseguiu lidar com as boas surras. — Encarou o aprisionado, no fundo de suas íris, segurando as mechas brilhantes entre seus dedos. — Mas essa pose toda não vai durar muito. Toda essa pompa, garoto ingênuo… — Uma risada seca saiu do fundo de sua garganta. — Se iludiu tanto com essa história de herói, comprou briga com quem não deveria.

Não ache que vai ganhar de mim. Filho da puta! Estou há um passo. — Garantiu, com o olhar reluzente sério.

A um passo de que? Com as mãos atadas e preso aqui, sou eu que tenho o controle. — Rebateu, com um olhar profundo de maldade e um sorriso ácido e perigoso.

  Mesmo que sangrando — devido à um corte feito em sua testa e alguns machucados em seu corpo — tinha ciência do que estava acontecendo, e na situação que se encontrava, amarrado aquela cadeira, ferido e tonto, o momento era crítico, e enquanto tentava ganhar algum tempo para raciocinar como sair dali, sem equipamento algum, com as cordas grossas lhe apertando os pulsos, machucando-os quando fazia qualquer tentativa de se soltar.

  Ele só precisava sair dali, estava tudo pronto, mas havia sido descuidado o suficiente para cair em uma emboscada, agora precisava sair o mais rápido que conseguia, tudo havia estado por um fim para acabar.

Bastava apenas sair dali.

  Mas foi pego desprevenido, e sentia o desespero começar a lhe corroer, não via formas de escapar. Precisava manter a calma, e pensar cuidadosamente nos próximos passos que deveria dar.

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