DEZ

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Ruel

Os brilhos das sirenes piscavam, acendendo a frente da mansão dos Orlando's enquanto eu gritava com o Noah e Carla. Eu estava possesso de raiva. Ódio de saber que eles mantiveram Benjamin vivo depois de tudo. O homem que destruiu a vida de todos, e principalmente, a da Lore. Carla foi uma das prejudicadas também. Passou anos sendo ameaçadas por ele, com receio dele levar sua filha para longe e dar um sumiço. Mas, ainda assim, eles mantiveram aquele filho da puta vivo.

Eu estava preocupado. Não conseguia respirar. A minha garota fugiu e desapareceu. Eu não consegui acha-la e isso me deixava maluco só de pensar que alguém a pegaria.

As vozes e os barulhos do carro me davam dor de cabeça. Minha mente latejava. Minhas mãos suavam frio e tremiam. Eu estava desesperado a cada segundo que passava. Já era noite e ninguém sabia do paradeiro dela. Nem mesmo esses filhos da puta que se dizem ser mafiosos.

Grandes filhos da puta imprestáveis do caralho.

E eu perdi a cabeça. Perdi a noção. Eu queria socar a cara do pai biológico da Lore. Queria arrebentar todos, mas não encostaria na Carla, isso é óbvio. Não sou tão cruel e também não me sujaria a esse ponto. Mas Lore a castigaria com o desprezo que ela precisava.

Minha cabeça virou tão forte que nem processei após ouvir sua voz doce e baixa me chamando. Ela estava ali, usando uma calça jeans justa no seu corpo e uma regata branca, a qual desenhava o bico dos seus seios por causa do frio da noite. Seu cabelo estava solto e voando com o vento. Ela tinha os braços cruzados e expressão séria.

Alisei suas costas enquanto caminhávamos para dentro. Lore não disse onde estava, mas agora não me importava. Ela aqui era o mais importante agora. Minhas mãos tremiam com a necessidade de abraçá-la tão forte. Subimos as escadas, indo diretamente para o seu quarto, mas ao invés disso, ela curvou e seguiu o caminho para o quarto onde a Chloe estava.

Eu não sabia o motivo. Isso me deixou curioso e intrigado. Lore estava diferente e estranha. Sei que está sofrendo com a visão do homem naquela porá de cela, mas a mulher não tocou no assunto, e está calada durante nosso trajeto.

Abri a boca para começar um diálogo, mas a garota foi mais rápida e abriu a porta. Olhei para o quarto, notando que Chloe estava perto da janela e com a visão lá embaixo. Ela ouviu a porta sendo aberta, mas não se importou em virar. Sua atenção estava totalmente ema algo que estava no jardim.

— Então você chegou... — Wilson murmurou e suspirou. — Você criou um grande caos sumindo desse jeito, sabia?

— Como conheceu o Benjamin? — Lore perguntou.

O quê?

Eles se conheciam?

Eu presumi que Benjamin havia dito algo para Lore, e eu queria saber o quê.

— Quem não conhece? — Chloe virou, encarando a outra mulher. — Ele era o chefe da máfia, não? — molhou os lábios. — O homem que foi destruído pela filhinha.

— Não sou filha dele. — minha garota se apressou.

— Mmmm... — a outra assentiu. — É o que parece.

Lore fechou a porta e adentrou mais o quarto.

— Você foi mandada por ele?

— Talvez... — Chloe deu de ombros. — Ele tinha direito a usar celular na cela que estava?

Orlando assentiu e molhou os lábios. Ela caminhou em passos preguiçosos e tirou sua camisa, não ligado para os seios redondos expostos e arrepiados. Sua pele bronzeada e macia foi iluminada ainda mais pela luz do quarto.

O RECOMEÇOOnde histórias criam vida. Descubra agora