CINCO

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Lore

Um ano atrás...

— Então vocês são os Rodriguez? — ele perguntou, com a voz baixa e curiosa.

O homem balançava seu copo cheio com a bebida marrom. Sua expressão era desconfiada e também intrigada. Eu não o conhecia e nunca o vi antes. Quando ouvi seu convite, fiquei receosa. Essa casa noturna não estava cheia, mas os homens ricos e arrogantes estavam alojados nos sofás roxos.

— Você nos conhece? — rebati.

— Já ouvi falar muitas coisas de vocês. — respondeu. — Boatos sobre o casal Rodriguez gostar de muitas festas que rolam por aí.

— Eu conheço homens importantes assim que vejo. — Ruel murmurou. — É um dom. — falou. — Quem é você?

Ele riu, mostrando um dos seus dentes de ouro e virou seu corpo. O homem era velho, mas demonstrava muito poder. Era como Benjamin. Sua aura estranha me deixava alerta e com a guarda alta.

— Christopher. — falou. — Christopher Hernandez.

Passei os olhos pela sala de cor chamativa e parei no palco em nossa frente. As mulheres dançavam na barra de ferro. Todas usando lingeries ou roupas provocantes enquanto os velhos colocavam dinheiro nos seus trajes.

— Nunca ouvimos falar de você. — falei. — Você estava de olho na gente? Estamos aqui há quase cinco anos, e só agora você resolve aparecer com uma desculpa descarada de boatos sobre nós?

Christophe riu outra vez e me olhou. Olhar claros me fitando como se eu fosse sua presa.

— Cadê o outro? — perguntou.

Estreitei os olhos.

— Outro? — Ruel perguntou, com a voz fria e indiferente.

Então ele também sabia do Thomas?

Peguei o copo cheio na mesa e molhei os lábios antes de virar e beber o líquido ardido. Cruzei as pernas enquanto analisava a situação. Eles pareciam se conhecerem muito bem. Eu e Ruel erámos os únicos intrusos aqui.

Virei a cabeça, observando dois caras com roupas formais. Eles se balançavam no ritmo de música lenta e erótica. No lado direto, haviam mais quatro. Todos com corpos altos e fortes. Eu não precisava pensar muito para notar que todos trabalhavam para Christopher.

Voltei para o rosto desconhecido do homem em minha frente e ri fraco, disfarçando minha expressão arrependida de ter saído de casa e insistir para que Ruel viesse comigo.

Christopher tirou um saquinho do bolso do seu paletó e colocou na mesa. Encarei o pó branco e ralo. O homem pegou o chaveiro e enfiou a ponta de uma chave no plástico, rasgando e fazendo o pó sair. Ele levantou a cabeça e nos encarou, com um semblante convidativo.

— Servidos?

— Não. — Vincent foi apressado em responder. — Estamos bem.

— Ah, qual é? — o outro choramingou. — Não faça desfeita.

— Não queremos. — falei.

— Tem certeza? — insistiu. — Você está tenso e também parece nervoso.

Ruel respirou fundo e sua expressão impaciente e irritada apareceu.

Encarei a sombra preta na mesa e olhei para cima, notando a visão do corpo largo do homem que estava atrás de mim. Ele tinha uma faca na minha garganta enquanto tinha um olhar focado no Christopher. Fechei os olhos e engoli seco. A lâmina fazia contato direto com a minha pele, que tenho certeza que havia cortado um pouco.

O RECOMEÇOOnde histórias criam vida. Descubra agora