DEZOITO

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Lore

Os toques macios na minha costela me faziam arrepiar, e um sorriso fraco e sincero surgir nos meus lábios. Essa sempre será a minha reação quando os dedos do Ruel me tocarem. Meu corpo se entregava abertamente enquanto meus olhos tremiam, negando-me a despertar. Seu dedo traçou caminho do osso inferior até a nuca, onde círculos e carícias foram distribuídas na região.

Virei na cama e permiti que meus olhos se abrissem para encarar o seu rosto perfeito. Seu cabelo estava espalhado pelo rosto, e um sorriso estava nos seus lábios. Desci meu olhar para os seus lábios deliciosos, lembrando-me do piercing que ele tinha anos atrás no canto da sua boca. Aquela joia fechada o deixava ainda mais atraente e sexy pra caralho.

O frio da manhã avisava que nuvens escuras e carregadas de chuvas estavam espalhadas pelo céu.

Puxei a coberta para cobrir mais o meu corpo, mas Ruel negou e envolveu seu braço forte na minha cintura, puxando-me para mais perto do seu corpo.

— Bom dia? — murmurei, com a voz rouca e brincalhona.

Ele assentiu e enfiou a cabeça no meu pescoço, cheirando a minha pele.

— Como está se sentindo? — ele perguntou.

— Ótima. — pisquei e sorri. — Impossível estar mal acordando ao lado de um homem gostoso.

Vincent alisou as laterais dos meus quadris e afundou os dedos.

Capturei seus lábios com os meus e os devorei, tomando-os para mim com pressa e desespero. Chupei sua língua e a envolvi com a minha, fazendo um gemido fraco e manhoso sair dos seus lábios.

Meu peito apertou como se isso fosse a última coisa que eu poderia fazer. Agarrei mais nossos corpos e deslizei minhas mãos por sua pele, fazendo o mesmo que ele fazia comigo.

Era como se eu estivesse com saudade dele.

— Você precisa voltar, linda.

Franzi a testa e afastei meu rosto do seu. Ruel me encarava com uma expressão séria, mas divertida e maliciosa.

— Voltar para onde? — ri fraco. — Não tenho lugar para voltar.

Ele abriu um sorriso. Sua mão empurrou lentamente meu corpo do seu.

— Vincent! — reclamei. — O que é isso?

— Não estamos aqui, Lore. — ele sussurrou. — Eu não estou aqui. Você sabe disso.

Respirei fundo e olhei ao redor do quarto. Tudo estava igual. Meu closet. Penteadeira. Sacada. Espelho. Tudo idêntico.

O que estava errado?

Do que ele estava falando?

Voltei para olhá-lo, mas ele estava ensopado. Seu corpo molhava a cama inteira. O homem estava deitado e com os olhos fechados. Sua coxa e braço estavam feridos e sangravam.

Por que não consigo me lembrar?

"Senhorita Lore?"

Fechei os olhos e ofeguei. Meu peito pulava, acelerado. Os batimentos do meu coração estavam em uma frequência que eu não conseguia acompanhar.

"Senhorita Lore?"

Despertei e encarei o teto escuro do meu quarto. Respirei fundo e abri a boca, tentando puxar o máximo de ar que eu conseguisse. Olhei para o espaço ao meu lado e engoli seco. Ele estava vazio.

O RECOMEÇOOnde histórias criam vida. Descubra agora