O RECOMEÇO

VINTE E OITO

Lore

O barulho da taça de vinho caindo no chão encheu a sala luxuosa de jantar da família Bianco. O som do vidro se despedaçando atraiu minha atenção. Desci meus olhos para o carpete embaixo da mesa, avistando a marca do champanhe.

Quem diabos coloca um carpete embaixo da mesa?

Madelyn tinha sua boca meio aberta e olhos indiferentes. Ela me encarava com seriedade e curiosidade, observando o que seu marido também assistia.

Apertei as coxas, mas elas foram impedidas de se fecharem. A mão do Ruel estava ali, seus dedos deslizando em minha fenda enquanto ameaçavam entrarem na minha boceta. Estendi a mão e peguei a taça de champanhe em cima da mesa, tentando manter seriedade. Lambi os lábios antes de levar o cálice transparente, fazendo-me provar o gosto do brilho que eu usava nos lábios. Quase engasguei quando os dedos ligeiros circularam meu clitóris inchado.

Olhei para o lado.

Ruel com sua outra mão, rodeava a borda da sua taça com a ponta do dedo indicador enquanto encarava o líquido que estava dentro tremer. Ele parecia despreocupado, como se não estivesse prestes a me masturbar embaixo da mesa do Pedro Bianco.

Eu sabia o que aquilo era.

Vincent estava mostrando poder em me ter. Mostrando para Pedro que ele nunca terá uma única chance de me tocar ou beijar. Que nunca irá sentir o meu cheiro e o quão minha pele é macia e minha boceta apertada.

— Oh, Deus... — Madelyn murmurou. — Me desculpem! — riu e chamou um garçom com um aceno de mão. — Querido, estou um pouco distraída.

Ela olhou para o marido, o qual estava na ponta da mesa, sentado da cadeira, se sentindo um rei ou alguma merda assim.

Bianco, por outro lado, nem se importou em virar sua cabeça para sua esposa. Seus olhos estavam em mim, observando como eu me contorcia e mordia lábio inferior quando Ruel ameaçava enfiar seu dedo dentro de mim.

Abaixei olhos e virei a taça outra vez, provando o champanhe doce, tentando manter firmeza.

— E o que ganharíamos com isso, Pedro? — perguntei e me ajeitei na cadeira.

— Querida, sabe o quão importante é uma aliança com um homem poderoso?

É.

Ele estava certo.

Eu precisava dele. Passei dias pensando em como fazê-lo ser meu aliado e em como trazê-lo para mim para ser meu aliado.

No entanto, ele não precisa ser o quanto eu estava desesperada.

— Sim. — assenti e engoli seco quando Ruel pressionou meu botão sensível.

— No baile da Empresa Orlando, notei Miguel intrigado com algo. — começou. — E sabe de uma coisa, Lore? — ele sorriu pequeno. — Ele não é de se preocupar com nada, mas se preocupou com você.

— Está dizendo que ele tem medo da gente? — Ruel perguntou, com sua voz firme enquanto ainda encarava o champanhe em sua frente.

— Ele pode ter fingido, Bianco. — Thomas falou. — Ele é um cara esperto e traiçoeiro.

— Um homem esperto e mafioso reforçaria sua segurança após seu irmão morrer? Sim, mas ele tomou cautela por sua causa. — soltou. — Correto. Miguel é esperto e traiçoeiro, mas nunca faria isso se não estivesse preocupado com algo. Lore o assustou e agora ele está se escondendo.

— Ou bolando um plano para nos atacar. — Vincent falou.

— Quem nos garante que você não está o ajudando, Pedro? — Chloe perguntou. — Esse jantar pode ser uma farsa sua e dele.