Amor de Fazenda | Versão Wenclair

02

Os mimos de lei em todo começo de fic!!! Comentem.

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Já era o terceiro dia de Wednesday aqui na fazenda e eu não a aguento mais. Como pode existir alguém tão chato?! Ela me tira do sério. Parece que sua diversão é me irritar o dia todo, e para piorar, meu pai estava pensando em deixar que ela fique no quarto desocupado em nossa casa.

Quando estou cuidando de Pão de Mel, ela faz questão de mostrar o quão se dá bem com Faisca, aquele cavalo traidor. Quando estou conversando com as minhas rosas, ela chega para interromper e começa a tagarelar com as margaridas, dizendo que eu sou chata e tediosa.

E, para completar a minha onda de tristezas, meu pai está gostando de seu trabalho aqui na fazenda, e até disse que ela poderia pegar qualquer fruta dos pés. Considero isso um nível de próximo à familia tão grande. E, se não bastasse tudo isso, ela e Yoko se deram muito bem durante esses dias, parece que se conhecem à anos. Ontem, quando minha melhor amiga foi embora, ela disse:

— A sua amiga é tão legal. 'Vo' chamar ela de "minha melhor amiga", ela não vai se importar, num' é?

Argh, é claro que ela vai se importar! A única melhor amiga de Yoko, sou eu! Ela me diz isso todos os dias. Wednesday Addams é insuportável. Eu não consigo ficar no mesmo lugar que ela.

Avery diz que é frescura minha, e que eu deveria aproveitar melhor a minha nova companhia, que em breve ela iria morar com Josh. Só de imaginar que eu não irei mais ver minha irmã todos os dias me entristece. Sempre fui acostumada com sua presença, e imaginá-la casada e morando com alguém me desespera. Mas eu fico feliz em vê-la sorrindo apaixonada e suspirando pela casa, ou quando ela diz estar nervoso quando está prestes a encontrar ela. Espero algum dia poder sentir isso.

— ENID! — A voz grossa que eu bem conhecia ecoou por toda a casa, e logo um desespero surgiu em meu corpo.

Deixei rapidamente a tampa da panela de pressão que secava, jogando o pano de prato em qualquer lugar da cozinha, caminhando em passos rápidos em direção à sala, onde encontrei meu pai parado. Estava ofegante e parecia cansado, como se tivesse corrido uma maratona, mas ele só deve ter esquecido algo enquanto cuidava dos porcos. — Filha, eu preciso que vá com Wednesday até a cidade. Gaivota vai parir aquele cavalo hoje ainda e eu 'priciso' do veterinário, acho que ela está doente. Diz pra' Wednesday dirigir na caminhonete. — Ele disse rápido, pois se encontrava apressado, nervoso e trêmulo buscando algo na sala. Sua respiração estava alta e logo me bateu um medo de que pudesse passar mal ali mesmo.— Vá logo, Enid!

Assenti com a cabeça enquanto procurava meu par de chinelos na porta de casa. Quando os encontrei, senti meu corpo quase ir ao chão. Meu pai parecia tão desesperado, que não viu meu corpo na porta e praticamente passou por cima de mim, fiquei realmente preocupada com a situação. Quando me aproximei da garagem, observei a nossa caminhonete vermelha fora do lugar. Estava virada para a estrada que ia para a cidade, e parecia estar ligada. De repente, o vidro do lado do motorista abriu, revelando Wednesday sorridente, acenando as mãos em minha direção. Contei até três mentalmente, dando a volta no carro e entrando no lado do passageiro.

— Bom dia, estressadinha. — Disse olhando para meu rosto. Seu sorriso aberto e engraçado brilhava tanto quando a luz do sol que refletia na lataria velha.

— Só vamos logo, eu tô' preocupada com Gaivota. — Digo, colocando o cinto velho e emperrado.

— 'Ara', não vai respondeu eu? Sua má educada! — Falou, mostrando lingua para mim.

— Que diacho. 'Ocê' é muito chata, viu. Anda logo, liga essa coisa véia! — Exclamo, apontando para chave do carro que estava encaixada no lugar certo.