Capitulo 12

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Héctor não queria se impressionar com o lugar, mas não foi possível. Uma varanda fechada, onde cadeiras e mesas de bambu forneciam um abrigo providencial, abria-se em um fresco saguão ladrilhado. Os quartos estavam distribuídos por ambos os lados: apartamentos iluminados e espaçosos com móveis de carvalho caídos e sofás moles macios. Almofadas se espalhavam pelas cadeiras e sofás, competindo com o colorido dos muitos arranjos de flores. Era elegante, acolhedor, e ele reconheceu o toque de Beatrice nas fotografias dela e de Thiago de decoravam a lareira e as gravuras de flores que ficavam penduradas em seu quarto da casa de Armando.
_Legal__disse ele admirado, mas ela não respondeu. Em vez disso, virou-se para uma mulher de pele escura e idade indeterminada que surgiu dos fundos da casa.
_Susana__disse ela sucinta._A senhora poderia atender o senhor... er... Sr. MATHER em qualquer coisa de que ele necessite, por favor? Quero me trocar.
_Não por minha causa, eu espero.__murmurou Héctor, incapaz de conter uma resposta.
Ele realmente não conseguia entender porque sentia tanto prazer em provocar Beatrice a menina ficava simplesmente linda com o rosto corado pela raiva. Beatrice lançou-lhe um olhar bravo antes de se afastar, dirigindo-se aos quartos que ficavam nos fundos da casa.
Breatrice Pov:
Em seu quarto Beatrice pela primeira vez ousou respirar profundamente, desde que havia virado a cabeça e visto Héctor vindo em sua direção.
Para começar ela desconfiou estar imaginando coisas, quantas vezes já tinha sonhado com aquele homem em sua adolescência? Que os pensamentos em sua mente ao sair da água e passar suas mãos pela protuberância de seu abdômen houvesse de algum modo materializado sua figura máscula e imponente no ar.
Ela estava pensando em como seria seu bebê, com quem ele se pareceria. Pela primeira vez, imaginou o que faria caso a criança se parecesse com o pai. Graças a Deus o acidente de Thiago aconteceu em seu primeiro mês de gravidez. Mesmo que estivesse com 4 meses agora, sua estrutura corporal magra não deixava totalmente evidente o seu estado, sua elegância natural permitia que ela disfarçasse a barriguinha com camisas e vestidos largos.
Héctor não era como seu irmão que demorava a perceber as coisas, no entanto. E quando percebeu que ele havia a visto e provavelmente observou-a enquanto ela examinava seu ventre, sentiu pânico de verdade. Héctor era um homem, um homem experiente. Certamente possuía experiência suficiente para saber se uma mulher está grávida ou não.
Nunca havia sonhado que ele pudesse aparecer por ali sem avisar, ainda que se repreendesse por não ter pensado nisso antes. Era exatamente o tipo de coisa que Héctor faria, apenas para aborrecê-la e ela não entendia o porque.
Enquanto entrava no chuveiro, lembrou-se do que ele havia dito quando zombou das namoradas dele. Ele não podia sinceramente acreditar que ela estava com ciúmes, mas precisaria ser mais cautelosa com suas palavras no futuro. Não queria que parecesse que se importava com ele e como se importava, aquele homem era tudo para ela.
Contudo, isto não iria acontecer. Ainda que passado pouco tempo do acidente de Thiago e três semanas semanas que os médicos concordaram que ele continuasse sua recuperação ali, ninguém sabia quanto tempo levaria. Dependeria do quão rápido sua pélvis cicatrizasse e de alguma possível complicação. No entanto, sua gravidez não seria frustrada. Ela já estava acostumada a sentir a vida mexendo-se no fundo de seu útero, tinha apenas 19 anos de idade mas aquele pequeno serzinho já tomava todo o seu coração e não conseguia pensar em não tê-lo, em circunstâncias normais ficaria mais emocionada com este desenvolvimento. Ela estava emocionada. Héctor não poderia estragar aquilo. Mas estava encrencada e era difícil não se sentir encurralada com a chegada do homem.
Saiu do chuveiro e enrolou-se na toalha felpuda, gostaria de poder confiar em alguém, Susana era uma senhora amável mas não poderia compreender seus sentimentos, era errado e de certo modo sujo. Não, só tinha a si mesma para contar e pronto, aguentaria a carga sozinha.
Acostumar-se dividir a casa novamente com Thiago e sua  enfermeira não foi fácil, amava seu irmão o queria por perto mais do que tudo mas tinha medo do possível julgamento que ocasionalmente vira quando ele descobrir sobre o bebê. Mesmo com quatro quartos, havia poucas salas de estar e ela teve que desistir do quarto que planejara escrever para que o fisioterapeuta de Thiago pudesse ter um lugar para trabalhar. Por alguns dias, Beatrice quase desejou ter seguido o concelho de Héctor e aberto a casa de seu pai, que era muito maior. Porém, reprimiu seus lamentos e reconheceu que Thiago parecia mais feliz ali.
E ela estava mais feliz também, até que Héctor apareceu.
Retirando a toalha, ela se olhou no espelho do banheiro. Parecia realmente grávida? Era óbvio? Alguém associaria sua cintura um tanto mais grossa com um bebê, caso não soubesse? Desconfiou que sim. Independente de qualquer outra coisa, seus pequenos seios estavam maiores, os mamilos rosados estavam mais escuros, transformados por mudanças que ela nem havia considerado. Ah, se Héctor se mantivesse distante ela poderia lidar com aquilo.
Normalmente ela vestiria um short e uma camisa larga, mas hoje não queria se expor ao olhar crítico de Héctor, e em vez disso colocou um vestido de algodão com alças, amarrado abaixo dos seios por uma fita de cetim. Era estampado com nuances de rosa e verde e sempre foi um de seus favoritos. Talvez Héctor o reconhecesse e continua-se achando infantil demais e se o fizesse poderia acabar com qualquer suspeita que por acaso tivesse.
Eram quase dez horas quando ela voltou a sala de estar. Esperava que Héctor pudesse estar sentado na varanda, onde ela geralmente tomava café da manhã, mas para seu aborrecimento, ele estava esparramado em um dos sofás conversando com Camila Oliveira, a enfermeira de Thiago. Ele ficou de pé tão logo ela apareceu, mas não antes que pudesse vê-los e registrar a intimidade de que aparentemente gozavam.
É claro, Héctor já havia encontrado Camila antes, ele havia insistido em tomar as providências para os cuidados com a saúde de Thiago. Só agora ocorria a Beatrice o quanto ele  conhecia, não gostava da ideia da enfermeira ser mais uma das ex namoradas de Héctor.
Camila levantou-se também, quando Beatrice entrou, confusa, como se soubesse que havia sido pega comportando-se de maneira pouco profissional.
_Thiago ainda está dormindo__disse ela ruborizando._Ele teve uma noite ruim. Agora que se sente mais forte, o gesso em sua perna está começando a incomodar.
_Mas no geral ele está bem?__seus próprios problemas foram esquecidos, Beatrice olhou para a enfermeira preocupada.
_Ah, sim__retrucou Camila, prendendo o cabelo preto com as mãos num gesto descuidado. _Ele está impaciente apenas isso__ela olhou para Héctor, abrindo os lábios em um sorriso atraente._Estava contando ao senhor Mather que Thiago está ansioso por um mergulho. Não o crítico, olhar essa linda piscina todos os dias e não poder desfrutar dela, deve ser uma tortura!
Os lábios de Beatrice se contraíram:
_Está sugerindo que ele se sentiria mais feliz se recuperando em outro lugar?
_Eu, não...
Camila pareceu constrangida e como se estivesse com pena dela, Héctor interferiu:
_Acho que a enfermeira Camila quer dizer que o ambiente ao redor está encorajando Thiago em sua recuperação __ele comentou, num tom ameno._Me sinto satisfeito em saber que ele está ansioso para se recuperar.
O calor subiu a garganta de Beatrice, ele estava falando como se ela não estivesse igualmente satisfeita. Mas até então ele apenas estava tentando agradar a outra mulher, tentando mostrar-se mais atraente. O que quer que fosse, Beatrice se magoou e tão longo a enfermeira pediu licença e se retirou da sala, ela suspirou.
_Espero que Susana tenha lhe dado tudo de que precisasse.__comentou, secamente._Você parece ter feito uma conquista com um de me meus funcionários.
Os lábios de Héctor se contorceram.
_Nem de longe.
_Talvez eu esteja enganada.__mas Beatrice sabia que não soava como se estivesse._Ela teve tempo de inteira-lo sobre os progressos de Thiago ou estavam muito ocupados recordando os velhos tempos?
Ele estreitou seus olhos azuis, divertindo-se.
_Cuidado pequena Bea, posso começar a pensar que você está com ciúmes.
_Você deveria se sentir envergonhado de me dizer isso!__Beatrice disse com a voz entrecortada.
_Envergonhado?__seus olhos se obscureceram._É uma palavra estranha. Você poderia explicar o que quer dizer?
_Se você acha necessário que eu explique...
_Ah, certo. Estamos de volta ao que aconteceu na noite da morte do seu pai.__ele balançou a cabeça._Eu esperava que você deixasse isto para trás, gostaria que tivesse tirado isso da cabeça, foi um erro Beatrice o pior erro que cometi na vida.
_Eu também gostaria.__exclamou Beatrice com raiva e magoa e então engoliu a seco quando um olhar contrariado cruzou o rosto intrigado.
_O que quer dizer menina?__ele a encarava.
_Esqueça.
Beatrice virou-se, consciente de que havia sido imprudente mais uma vez. Por Deus, se não tomasse cuidado ele iria desconfiar que algo a perturbava. E não apenas o fato de ele aparecer sem aviso.
De repente, a respiração de Héctor atingiu sua nuca, e ela percebeu que ele estava atrás dela. Foi necessária toda sua força de vontade não ceder à tentação e se afastar.
_É você que parece ter algum problema, Beatrice, querida__murmurou ele delicadamente, ele respirava próximo ao seu pescoço.
Eu...__Ela estava sem palavras o que este homem estava fazendo com ela? Brincando com seus sentimentos assim, ele era ciente sobre eles? Sentiu uma vontade louca de levar aos mãos a barriga  e sentir o reconfortante movimento da vida que trazia em si. Mas aquilo era algo que não podia fazer, não na presença dele, e ofegando, ela acrescentou:
_Suponho que seja porque nunca sai da linha ou enganei meu pai antes.
Héctor reprimiu um palavrão.
_Se formos exatas, você não traiu seu pai__disse ele com aspereza e suas mãos fecharam-se sobre os ossos estreitos dos ombros dela._Merda, Beatrice, pare de se martirizar sobre algo que não podemos mudar. Armando está morto. Já estava morto quando... bem, você sabe quando. Não tenho que lhe dizer isso, você não tem por que se culpar.
Beatrice estremeceu, sabendo que as mãos dele em seus ombros eram muito reais, muito excitantes. Está era a chance de dizer o que pensava por ele esquecer tão facilmente o que havia acontecido, mas em vez disso só imaginava o quão prazeroso seria abandonar-se sobre seu corpo alto e másculo e deixar seu corpo rígido tomá-la.
_Então, quem irei culpar?__perguntou ela, forçando-se a se afastar dele._Você?__ela nunca poderia culpá-lo, sonhará com aquela noite desde que era menina.
O rosto de Hector se contraiu.
_Se é disso que precisa para superar o fato, por que não?__respondeu ele entediado._De qualquer maneira, não vim aqui para brigar com você, mi amor. Apenas queria ver Thiago, certamente isso não é um crime, mesmo para você.
Beatrice respirou fundo.
_Certo__ela se recusava a corresponder ao seu afeto deliberado e recompondo-se, encarou-o novamente._Então, quanto tempo planeja ficar?
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Oi leitores, a minha escrita é detalhada então os diálogos entres os personagens são mais demorados em aparecer, está é minha forma de escrever, gosto de imaginar cada cenário e trazê-los para vocês e espero que possam imagina los também.

Grávida em segredo || Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora