Todos os dias desde seu aniversário de 16 anos, Phuwin recebe flores e presentes deixados em sua porta, sem nunca saber quem é.
3 anos depois, ainda lidando com o divórcio de seus pais e os novos namorados de sua mãe, ele não desiste de saber quem...
Phuwin bate a porta empurrada com o pé, ao entrar em casa com um buquê de tulipas e uma caixa de bombons, que tinha acabado de pegar na porta de entrada.
Ele admitia amar receber as flores, mas odiava que não vinha com um cartão de identificação. No começo gostava do suspense e da emoção de não saber quem tava por trás dos presentes. Mas agora já estava cansado e só queria matar a curiosidade.
"Mas caso eu não matar a curiosidade, tenho a opção de matar alguém de raiva"
Com todo cuidado para não derrubá-los, coloca as chaves pendurados no gancho, e joga sua bolsa com os novos materiais para a faculdade no canto do corredor.
Amanhã seria seu primeiro dia na faculdade, como um adulto, e não sabia se aquilo era bom ou ruim, mas sabia estar ansioso.
Seu primeiro pensamento foi de ir direto para seu quarto, e se empanturrar de chocolate meio amargo, embaixo dos cobertores em quanto conta sues potes de flores. Mas seus planos mudam quando passa pela cozinha vê Dunk sentado no balcão, fotografando o prato de comida.
Phuwin entra no cômodo, coisa que seu irmão mais velho não vê.
- Não romantize sua vida na Internet Dunk. - Diz pondo as flores no balcão cuidadosamente, junto dos bombons.
- Romantizar a vida faz com que ela seja menos trágica.
O mesmo espia na caixa de bombom, para ver algo que ele goste, oque não faz diferença, já que ele gosta de todos os possíveis.
- Sem cartão?
- Sem cartão.
Dunk respira fundo e coloca um chocolate na boca.
- Não se preocupe. Logo ela vai parar de mandar. - O mesmo da de ombro. Phuwin franze as sobrancelhas, sem entender.
- É, ué. Você não acha que ela está indo à falência? - Dunk indica as flores com os braços.
- Todo dia tem um buquê novo. Flores é caro. Phuwin pega três bombons e joga na boca, mascando de boca aberta pata irritar Dunk, já que não sabe quem é porque não irritar o irmão?
- Um dia você descobre. - Diz Dunk colocando a mão na boca de Phuwin para não ver a nojeira.
- Ela não vai se esconder por muito tempo. Já passou noites acordado, mas todas às vezes que tenta, ninguém aparece. Já tentou câmera de segurança na frente da porta, mas aí as flores começaram a aparecer na porta dos fundos. Já até acreditou ter um espião em casa, contando tudo para a pessoa misteriosa.
Seu irmão pega o último bombom e sai, indo em direção a escada. Mas antes de desaparecer completamente no andar de cima, Phuwin aflito e com o coração apertado, a chama.
- Dunk.
- Hum? - Ele se vira lá dos últimos degraus.
- E... e se não for uma... garota? - Phuwin sentia que a qualquer momento seu coração iria sair pela boca e cair em sua mão. Tinha um nó na garganta e borboletas no rim. Já que no estômago era para os apaixonados.
Dunk o encara, fazendo Phuwin querer se jogar de um prédio, sem o mínimo de proteção, na esperança de cair de cara em uma pedra bem grande e deformando totalmente seu rosto, pro caso de sobreviver, poder mudar de cidade e não ser reconhecido.
- Seria bem gay. - E dá de ombros, indo para o quarto.
Phuwin não sabe se está aliviado pela brincadeira ou se foi apenas jeito de dizer "Sou homofóbico, mas não dou na cara para não ser preso".
Antes de continuar pensando muito, sua mãe aparece tombando em todos os móveis ainda existentes na casa, caminhando para oque poderia se julgar ser o seu quarto, ela passa por Phuwin no corredor, cheirando a vinho barato e cigarro.
- Oi! Meu filho lindo. - Diz segurando o rosto de seu filho.
A única coisa que Phuwin sente é o bafo em seu rosto.
- Oi! Mãe.
A mulher pensa um pouco.
- Você saberia dizer onde fica meu quarto? - Uma risada rouca sai de sua garganta.
- Por aqui senhorita. - Phuwin não gostava de sua mãe bêbada, mas às vezes gostava.
- Obrigado meu lindo homem. - A mesma segurou a mão de seu filho como se fosse seu parceiro de dança, em uma festa de gala dos anos 90, enquanto com a outra mão segura seu vestido. Uma verdadeira dama alcoolizada.
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