JENNIE KIM

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Acordar nos braços dele foi um dos melhores momentos de minha vida. Eu não queria sair da cama. Queria ficar daquele jeito para sempre.
Por isso, quando ele me perguntou sobre como acabamos entrelaçados, fingi que estava dormindo, e rolei para o lado, esperando que ele envolvesse seus braços ao meu redor. Ele o fez. Ele me envolveu com todo o corpo dele. Eu,de propósito, preferi me virar para o outro lado, para que não precisasse explicar. Eu não queria contar a ele como eu percebi como ele estava quando ele veio parar na cama comigo. Ou como o procurei e o toquei à noite, e ele me deixou colocar a cabeça em seu peito.

Eu não pretendia aconchegar meu corpo no seu, mas ele não parecia descontente com isso. Se o volume em sua boxer era algum indicativo, ele parecia bem contente. Mas, mesmo depois disso, ele foi completamente respeitoso com o meu corpo.

Saio do quarto dele em meu uniforme escolar. Está limpo agora, então não me importei em vesti-lo novamente. Além do mais, colocá-lo significa que estou deixando o apartamento. Minha bolsa está em meu ombro e minha guitarra em minha mão. Não há ninguém no cômodo além de nós dois. Jimin saiu para o trabalho há uma hora atrás. E o Nam irá ficar em casa hoje, com certeza. Ele está fraco demais até para levantar a cabeça, que dirá ir trabalhar com o público. Ele deve estar em seu quarto, porque Taehyung está sentado à mesa, lendo o jornal. Ele olha para cima quando saio do quarto, e fica bastante surpreso.

Ele faz um gesto com suas mãos, como se me perguntasse: "O que foi?".

- Preciso ir - explico. Levanto minha guitarra. -Preciso ir trabalhar. E você precisa ir trabalhar. E tenho certeza que você não vai querer que eu fique por aqui enquanto você não está. E se eu roubar alguma coisa?

Eu tento rir disso, tentando fazer com que ele ignore o que eu falei, mas ele não está achando engraçado.

- Você não precisa ir - ele diz. - Fique.
Ele se levanta e fica na minha frente.

Levanto minha guitarra novamente.
- Não posso. Tenho que trabalhar.

Tenho apenas trinta e dois dólares comigo. Não posso arrumar um lugar decente para ficar só com isso. Nem mesmo por uma noite. Como se ele pudesse ler minha mente, ele puxa a carteira e a abre. Ele tira algum dinheiro e tenta colocá-lo em minhas mãos. Não posso ficar com o dinheiro dele.

- Fique - ele diz.
Ele quer que eu fique aqui ao invés de fazer minhas apresentações na rua.

Digo que não com a cabeça. É difícil explicar isso pra ele. Eu quero muito ficar aqui. Mas não posso. Não consigo me sentir confortável em nenhum lugar. Porque amanhã, eu posso ter que deixá-lo novamente.

- Obrigada por me deixar dormir aqui -sussurro.
Sei que ele não pode ouvir o tom da minha voz, mas ele ainda pode ler lábios. Ele puxa meu queixo para cima com seu dedo indicador, para que eu olhe nos olhos dele.

- Obrigada - repito.

- Volta hoje à noite? - ele pergunta. Ele está segurando minha mão, e a alisa delicadamente com o polegar. -Dormirei no sofá. Prometo.

Olho para cima,para ele,engolindo em seco.

- Eu gostei de quando você esteve na cama comigo - admito.

Ele estreita o olhar, e me analisa detalhadamente, mais do que qualquer pessoa que já conheci. Mas não diz mais nada.

- Eu acho que gostando - admito, timidamente.

Esta é, provavelmente, a coisa errada a se dizer. Mas preciso dizer a ele. Não o usei apenas para um lugar para dormir.
Eu, genuinamente, poderia cuidar dele, se minha situação atual fosse diferente. Mas não é. E eu não posso fazê-lo Ele não entende a terminologia, eu acho, porque ele parece confuso.

TATUAGEM, TOQUES E SENSAÇÕES- Kth&KjnOnde histórias criam vida. Descubra agora