KIM TAEHYUNG

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Meus irmãos estão quietos no caminho de volta para casa. É o início da tarde de sábado, e eu olho para o meu relógio.

- Merda - eu digo.

- O que foi? - Jimin pergunta.

- Eu tenho um compromisso - irei fazer uma tatuagem esta tarde.

Jen está caminhando ao meu lado, mas ela parece estar mergulhada em seu próprio mundo desde que deixamos o hospital.

- Eu acho que eu posso cancelar.

- Você está cansado demais para tatuar? - Jimin pergunta.

Honestamente, eu estou tão cheio de adrenalina agora que eu poderia escalar montanhas. E levantá-las, e atirá-las para longe. Eu nego com a cabeça.

- Então, por que não? - ele pergunta.

- Nam - eu digo. E só esta palavra.
Jimin dá um tapinha no meu ombro.

- Eles não vão nos deixar vê-lo por 48 horas, idiota - ele me lembra.

Ele está certo. Eles vão fazer um monte de testes e exames e mais um monte de merda, e nos disse que ele não vai poder ver ninguém - pelo menos até segunda-feira. Até que ele esteja perfeitamente acomodado lá. Eu estou esperançoso. Estou muito esperançoso, e eu não me sentia esperançoso há semanas. Eu vi Nam piorar cada vez mais, e eu já estava quase me conformando com o pior. Mas a esperança floresceu dentro de mim. Não é justo. Não é mesmo justo. E se ele ainda não ficar melhor? Eu ainda tenho que acreditar que ele vai conseguir.

- Ele disse que ligaria quando estiver tudo pronto por lá - Jimin me lembra. - Até lá, vamos aguardar.

Jen olha para mim, e seus olhos estão vívidos pela primeira vez desde que deixamos o hospital.

- Eu acho que você deveria abrir o estúdio. Faça a sua tatuagem. Você vai precisar do dinheiro. - Ela não me olha nos olhos quando ela diz a última parte. - Posso ir também? - ela pergunta. - Eu quero assistir.

Eu deslizo meu braço em torno dela, e ela sorri para mim.

- Você está bem? - pergunto.

Ela faz que sim com a cabeça, e se inclina para ficar perto de mim. Eu posso sentir o vento quente de sua inspiração na minha pele.

- Pare de me cheirar, sua pequena perva - eu digo.

Ela levanta as sobrancelhas, e repete a palavra.

- Perva? - ela gargalha. Eu a abraço, e desejo que ela nunca saia de meus braços. Ela é uma parte de nós agora. De todos nós. E ela é minha.

Sam e Noah estão andando atrás de nós, com as cabeças unidas uma à outra, conversando em voz baixa. Quando eles fazem isso, geralmente é sinal de problema.

- O que vocês dois estão fazendo? - Jimin pergunta, rosnando. Eles afastam suas cabeças, e tentam não parecer culpados de nada. Eles são terríveis nisso, no entanto.

- Nada - dizem em uníssono.

Jimin estreita os olhos para eles.
- Eu não acredito em vocês. - Eles olham envergonhados para ele.

- Eu não acredito em vocês também - digo.

- Eu acho que eu gostava mais de você quando você não falava - diz Noah. Então, ele sorri.

Eu mostro o dedo médio pra ele, e ele investe contra mim, pulando em minhas costas. Sinto o seu corpo balançar enquanto ando, e ele inclina-se sobre o meu ombro, para que eu possa ver seus lábios.

TATUAGEM, TOQUES E SENSAÇÕES- Kth&KjnOnde histórias criam vida. Descubra agora