JENNIE KIM

302 28 9
                                    


Tomo um banho rápido, tentando colocar meus pensamentos em ordem. Eu tenho que ter muito cuidado com o que digo a Taehyung, principalmente porque há muitas pessoas à minha procura. Eu ainda vejo os cartazes de desaparecidos às vezes.
E notícias-relâmpago são veiculadas de vez em quando, com as fotos da "eu" de antigamente. Elas são de quando eu tinha cabelo loiro escuro, e usava bandanas bonitas e sapatos que custam mais do que o orçamento mensal dos Reeds. Eu ignoro as buscas, dizendo a mim mesma que essa pessoa não existe mais. É mais fácil desse jeito. Sinto saudades de casa tanto quanto sinto saudades de ter uma dor de dente.
Mas eu estive fora por tanto tempo que agora não posso voltar atrás. Eu saí de lá por raiva, e não posso voltar para casa por vergonha ou necessidade.
Eu só irei para casa quando for forte o suficiente para me sustentar. E há algum tempo eu sinto que ainda não consegui isso.

Eu enrolo uma toalha ao redor da minha cabeça, outra em volta do meu corpo, e entro no quarto. Taehyung está reclinado sobre a cama, vestindo apenas uma cueca boxer. Ele joga uma camisa limpa para mim, e a puxo por sobre minha cabeça. Ele fecha os olhos enquanto eu puxo a toalha para baixo e visto minha calcinha. Eu posso ouvir o sibilo de suas respirações pesadas em todo o quarto; perceber o quanto eu o afeto é... é uma sensação inebriante.

- Você ainda quer conversar? - pergunto. - Ou você está muito cansado?

Eu balanço meu cabelo e o penteio.

- Você não vai voltar atrás em sua oferta, de jeito nenhum - ele avisa. - Você não pode me tentar desse jeito.

Eu rio.

- Eu não vou voltar atrás. Eu apenas pensei que você poderia querer esperar até amanhã.

Ele se senta, e cruza as pernas. Eu subo na cama e imito a posição dele. Seu olhar fixa-se em minha calcinha, e ele provavelmente consegue ver a tira de tecido que fica entre minhas pernas. Mas, ainda assim, eu continuo sentada com as pernas cruzadas. Ele geme.

- Você está me matando aqui.

Eu puxo a camisa dele para baixo, cobrindo meus joelhos.

- Você está me fazendo contar tudo. Então, deve passar por um pouco de tortura, também.

Eu o encaro até seu olhar se tornar indecifrável.

- O que foi? - pergunto.

Ele suspira.

Eu ergo a mão para dar um basta ao humor melancólico dele.

- Se você pudesse fazer qualquer coisa, o que seria? - pergunto.

Suas sobrancelhas se arqueiam.

- Nós deveríamos estar falando sobre você.

- E nós iremos - aviso. - Eu prometo. Apenas me diga, se você pudesse fazer qualquer coisa, o que você faria?

Ele nem sequer pisca. Mas seus olhos escurecem, e ele diz:
- Eu te deitaria nesta cama, tiraria sua calcinha e deslizaria meu corpo para dentro do seu.

Eu congelo. Sinto como se tivesse um nó em meu estômago, e meu rosto se esquenta. Eu quero o que ele quer. Eu quero tanto, tanto....

Ele gargalha.

- Ah, você quer saber a coisa que eu mais quero fazer depois disso?

- Sim - eu respondo.

- Eu voltaria para a faculdade - ele diz, enquanto continua a rir.

- Voltar para a faculdade? Quando você fez faculdade?

Ele esfrega a mão pelo rosto.

- Antes de Nam ficar doente. Eu tinha uma bolsa de estudos.

TATUAGEM, TOQUES E SENSAÇÕES- Kth&KjnOnde histórias criam vida. Descubra agora