TATUAGEM, TOQUES E SENSAÇÕES- Kth&Kjn

JENNIE KIM

Eu passo perto da porta de Nam, ouvindo atentamente para detectar sinais de vida. Ele está muito cansado nos últimos dias, e eu estou preocupada com ele. Estou realmente preocupada com ele. E com Taehyung, e com os demais. Nenhum deles se conformou com o fato de que Nam está morrendo. Todos estão deixando isso passar, como se fingir que isso não irá acontecer fosse ajudá-lo. Sua voz, fraca e cansada, chega até mim através da fresta da porta.

- Não fique aí parada respirando tão suavemente. Entre.

Abro a porta e sorrio para ele.
- Você não conseguiu me ouvir respirando.

Ele ri, mas o som de sua risada é vazio.

- Eu ouvi os seus passos. Você deve aprender a ser mais furtiva. Como Jimin. Ele chegou ontem à noite e ficou me espiando, vendo-me respirar por cerca de uma hora.
Ele se ajusta, afofando um travesseiro e o colocando atrás de sua cabeça.
- Ele achou que eu estava dormindo.

- Por que você não disse a ele que estava acordado? - pergunto. - Vocês dois poderiam ter conversado.

Ele limpa a garganta.

- Ele não quer falar. Ele quer consertar tudo. Mas temo que eu não possa ser consertado.

- Você não sabe disso.

Ele suspira.

- Eu sei.

Eu não consigo dizer nada - sinto que tenho um nó em minha garganta.

- Como vocês estão? - ele pergunta.

Eu ainda não consigo destravar a minha língua; então, eu apenas faço que sim com a cabeça.

- Estão bem assim, é? - Ele rola em minha direção, e põe um braço debaixo do travesseiro.

- Nam - eu começo. Mas eu paro, mordo meu lábio inferior, e balanço negativamente a cabeça. - Eu não sei o que te dizer.

- Você ainda está enrolando o
Taehyung? - ele pergunta.

Eu tento não sorrir.

- Eu não sei do que você está falando.

Ele ri.

- É bom para ele. Continue assim. - Ele aperta os olhos. - Ele nunca teve que se esforçar por alguém antes. As mulheres vinham facilmente até ele.

Meu rosto fica completamente enrubescido quando eu percebo o que
ele quis dizer. Ele ri.

- Sim, isso também.

Ele aponta para o outro lado da sala.
- Você se lembra daquelas cartas que te falei? - pergunta.

Faço que sim com a cabeça. Eu não quero falar sobre elas. Porque quando eu entregá-las, ele já terá partido.

- Elas estão na minha primeira gaveta. Meu armário. - Ele acena com a cabeça na direção dele. - Quando for a hora certa, faça o possível para que eles as recebam, certo?

Faço que sim com a cabeça.
- Eu irei fazê-lo. Eu prometo.

- Há uma para você também.
Eu não quero a minha.

- Ok.

Ele segura minha mão na dele, e a aperta bem. Dá pra perceber que isso exige um grande esforço dele.

- O que você quer fazer hoje à noite? - ele pergunta.

Eu dou de ombros.
- Sentar-me aqui com você.

Ele sorri para mim. E eu vejo tanto de Taehyung nele que dói. Ele rola para a beirada da cama, e ergue o corpo para poder se sentar.

- Vamos assistir a um filme.
Concordo com a cabeça, segurando sua mão na minha, para ajudá-lo a ficar de pé. Ele me deixa que eu o ajude, mas geme enquanto se levanta.