JENNIE KIM

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Meu coração está batendo tão alto que posso ouvi-lo. Taehyung abre o pedaço de papel, e congela ao lê-lo.
Ele olha para o papel durante um bom tempo - mais tempo do que eu esperava. Eu tento pegá-lo de volta. Mas ele o afasta de mim. Então, ele segura a minha mão, e me arrasta para fora do estúdio. Eu não tenho a chance de dizer tchau a Jimin ou a Friday. Eu nem mesmo consigo firmar meus pés no chão enquanto ele me arrasta pela rua.

- Espere - eu peço. Mas ele não consegue me ouvir.

Seu olhar está fixo no caminho pelo qual está me arrastando, levando-me para sabe lá Deus onde . Dou um tapa em seu ombro. Ele não para. Ele só me puxa pelo meio da multidão. Eu firmo meus pés no chão, e paro. Ele se vira para mim, e segura minha mão novamente. Eu acho que ele irá me jogar por cima de seu ombro uma última vez. Mas eu quero isso seja a minha escolha. Eu quero que isso seja a nossa escolha, juntos.

- Espere - eu digo, amparando o rosto dele em minhas as mãos. Ele olha para mim. - Por que a pressa?

- Porque eu te quero tanto, mas tanto, que me dói, sua idiota. - Ele me faz sorrir. Ele, provavelmente, nunca mais me chamará de idiota novamente, mas eu percebo que isso é um termo carinhoso para ele, e não uma ofensa.

- Eu te quero também- admito.

Ele olha para o pedaço de papel que está em sua mão.

- Você confia em mim - diz ele. Faço que sim com a cabeça.

- Podemos ir para o apartamento e conversar? - ele pergunta. - Prometo não agarrá-la assim que passarmos pela porta. Precisamos confessar algumas coisas um ao outro.

Sim, nós precisamos.

Ele segura a minha mão na sua e a leva a seus lábios, para beijar meus dedos. Ele anda um pouco mais devagar desta vez. Ele aponta para o meu braço.

- O que você tatuou?

Eu sorrio. Eu não vou dizer para ele. É para mim. É para eu levar comigo quando eu for embora. É um pedaço dele. De todos eles, na verdade. É minha, e eu não irei compartilhá-la. Não agora.

- Ah, qual é? - ele insiste.

Eu nego com a cabeça.
- Não vou contar.

Ele parece abatido por um momento. Mas, então, chegamos ao seu condomínio, e subimos correndo as escadas, lado a lado. Ele está quase sem fôlego. Entramos no apartamento vazio. Ninguém está lá.

- Você pode acreditar que eles admitiram Nam no programa do tratamento experimental? - ele pergunta, enquanto caminha em direção ao quarto.

- Incrível, não é?

- Incrível pra caralho - ele diz. Ele está extremamente empolgado com isso, e eu adoro a forma como ele não esconde seus sentimentos.

Mas eu não quero falar sobre Nam, porque eu tenho medo de começar a chorar muito, e de dizer a ele o que fiz. Dizer a ele o que eu prometi fazer para poder dar uma chance a Nam, para de ter certeza que o mundo de Taehyung ficaria completo, com todos os seus irmãos.

- Estou tão feliz que ele vai ter uma chance - eu digo. Minha voz trava em minha garganta, e fico feliz por Taehyung não conseguir ouvi-la.
Ele percebe como eu estou, no entanto, porque ele atravessa a sala, e alisa meu rosto com os dedos.

- Eu sinto muito por você ter ficado aqui no dia em que o quadro dele piorou.

Eu não me senti mal por isso. Nem um pouco. Estou tão feliz por ter ficado aqui. Estou feliz que pude ajudar. E ajudar de várias formas.

- Eu estou feliz por ter ficado aqui. Não trocaria o tempo que passei com a cabeça dele no meu colo por nada. - Eu não consigo conter o meu sorriso.

- Eu te amo pra caralho - diz ele. Em seguida, ele inclina a cabeça e me beija. Seus lábios são suaves, mas urgentes.
Lágrimas caem dos meus olhos, porque eu sei que este é nosso último dia juntos.

TATUAGEM, TOQUES E SENSAÇÕES- Kth&KjnOnde histórias criam vida. Descubra agora