O encontro às cegas (capitulo 9)

4 0 0
                                    

Algumas horas mais tarde a campainha toca e Taki abre a porta. Era o diretor da galeria. Taki estava extremamente nervoso, embora o diretor recomendasse que ele ficasse a vontade, para melhores resultados.

Então o diretor mandou Taki desenhar o que lhe viesse à cabeça, e esquecesse que ele estava o avaliando. No começo isso só o deixou ainda mais nervoso, quase lhe dando um bloqueio criativo, mas logo Taki relaxou e se distraiu em seus traços e rabiscos. Quando se deu conta, já tinham se passado duas horas, o diretor continuava atento a cada detalhe e o desenho revelava a escadaria onde Taki e Mitsuha se reencontraram.

- Bom trabalho garoto, você realmente tem talento. É cuidadoso com seus traços, atento aos detalhes, não quebra a fibra do papel enquanto desenha e entende a diferença dos grafites. Sem contar que você matem os seus materiais organizados (na medida do possivel, claro). Você tem uma técnica impecável. Está contratado!

- Muito obrigado, senhor! Quando começo?

- Semana que vem a galeria começa a expor as obras dos nossos artistas isso significa que é quando eles ficam de férias... - o diretor disse pensativo - então você pode começar mês que vem.

- Mas senhor, sem querer ser rude, mas eu estou realmente precisando de um emprego agora.

- Bom, eu vou te explicar como nosso sistema funciona. Primeiro você desenha 1 obra livre, 1 com o tema que será decidido em grupo, e 1 com um grupo de 10 pessoas. Para cada obra a empresa paga ¥2816,20 (equivalente à R$100,00). Depois de exposta as obras, você ganha 80% dos lucros da obra livre, 60% da que foi feita com um tema, e 9% da que fez em grupo. Se esses valores vão ser altos ou baixos vai depender do sucesso da sua obra. Então eu posso te pagar por esse desenho agora, e expor ele com os outros semana que vem. Depois que a exposição acabar você ganha 80% dos lucros, pode ser?

- Pode sim, senhor.

Eles fecharam negócio e logo o diretor já estava indo embora.

...................

Taki estava se arrumando para o tal do encontro às cegas, mas tudo o que ele queria era ficar em casa, ou então, que pelo menos a pessoa com quem ele ia se encontrar fosse a Mitsuha.

Mas logo Taki já estava no restaurante, faltavam 10 minutos para o horário combinado, e ele não estava nem um pouco ansioso. Na verdade ele tava esperando que ela desse um bolo nele, assim ele poderia voltar para casa e passar o resto da noite comemorando que conseguiu a vaga.

Mas não foi isso o que aconteceu, pois ela chegou. Ela estava com um vestido preto, justo e com mangas longas, uma meia-calça, botas, luvas e com uma touca, e seus cabelos longos estavam soltos. Ela estava  bem bonita na verdade, Taki não podia negar.

Ela se aproxima da mesa de Taki e se senta, ele a cumprimenta e eles começam a conversar:

- Oi, desculpa ser um pouco inconveniente, mas como é seu nome mesmo? - Taki pergunta meio sem graça.

- É Shimy. Eu não acredito que você esqueceu meu nome. - ela diz dando risada.

- Não, não, não é isso. É que na verdade ninguém me disse o seu nome. Só me disseram que eu ia ter um encontro às cegas.

- E você nem se interessou pra saber com quem era? Quem te garante que sou eu mesmo?

- Bom... me disseram que era a amiga da Miki, e eu já vi muitas vezes vocês juntas, então eu só deduzi que fosse você.

- É... faz sentido...

- Enfim, você quer comer alguma coisa?

- Quero sim.

Eles pedem a comida, e o jantar não teve muita conversa além disso. Eles até tentaram se conhecer melhor, mas Shimy percebeu que Taki não estava interessado, só estava sendo educado, então o jantar acabou mais rápido do que eles imaginavam.

- Bom, então é isso, acho que já vou indo... - Shimy diz, percebendo que a cabeça de Taki estava em outro lugar.

- Ah, tá bom. Quer que eu te acompanhe até sua casa?

"Hm... será que no final das contas ele só não tá interessado no jantar porque quer ir logo para a segunda parte?" Shimy começa a pensar "tá muito cedo pra isso... mas talvez..." ela deixa seus pensamentos irem longe.

- Ok. Eu quero.

Taki a acompanha até a porta do restaurante e começa a andar em direção à rua. Mas shimy fica parada no estacionamento.

- Você estacionou seu carro na rua? - Shimy pergunta confusa.

- Que? Eu não tenho carro - ele responde rindo da cara que ela fez.

- Não tem?! Como assim não tem?! Como é que você pretende me levar até a minha casa sem um carro?! - ela pergunta indignada.

- Você mora muito longe?

- Não, é uns quatro quarteirões daqui.

- Então eu vou te levar andando ué!

- Mas.... tá bom...

Eles seguem rumo à casa dela. Quando chegaram, Taki a deixou na porta de seu condomínio e se despediu.

"Ele já tá indo embora? Sério mesmo que ele só queria me acompanhar até em casa" Shimy estava indignada por dentro, mas tentou não transparecer.

................

No caminho de volta para casa, Taki passou por umas ruas familiares, mas ele não se lembrava quando tinha passado por lá. Então ele olha em volta e reconhece uma das casas. Era a casa onde Mitsuha está morando.

Taki tentou só ignorar e ir direto pra sua casa, mas o fato de estar tão perto de Mitsuha e a chance de vê-la novamente o consumiram.

Ele se aproximou da porta, mas antes que pudesse tocar a campainha, ele ouviu a voz de Teshi:


- Então é amanhã né?

- Sim, é amanhã. - a voz de Mitsuha o responde.

- Ótimo, mais um dia andando pra lá e pra cá no centro da cidade com vocês. - Tashi diz num tom entediado.

- A gente não vai andar pra lá e pra cá - Agora Taki ouve e voz de Sayaka e fica um pouco aliviado por saber que ela estava lá também. Mas fica se perguntando o porquê desse alívio. - A gente vai pra uma butique, a dona dela voltou recentemente da França, e lá tem várias roupas lindas de casamento.

"Então amanhã eles vão escolher mais roupas pro casamento?" Taki pensou "Bom, melhor continuar meu caminho, amanhã a Mitsuha vai ter um dia cheio".

Your Name - Uma Linha Que Foi RompidaOnde histórias criam vida. Descubra agora