O reencontro (Capítulo 1)

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Antes de se responderem, eles enxugam as lágrimas, e vão ao encontro um do outro, ficando assim no meio da escada:


- Pode dizer primeiro - Ele diz.

- Mitsuha... E o seu?

- Taki.

Eles têm a sensação de já terem ouvido aquele nome em algum lugar, mas mesmo assim não conseguem se lembrar.

Os dois ficaram sem assunto depois de dizerem seus nomes, então, com a tentativa de tentar ter mais informações para se lembrar de Mitsuha, Taki corta o silêncio:


- Você é daqui de Tóquio?

- Bom... - Ela responde - Na verdade não. Moro aqui há oito anos, mas minha cidade natal é Itomori.

- Itomori?- Ele pergunta meio surpreso

- É, você deve saber, a cidade em que caiu aquele...

- Meteoro. - Ele interrompe. - Eu tenho uma certa obsessão por àquela cidade...

- Obsessão? - Ela fica curiosa.

- Digamos que é como uma... Curiosidade.

- Entendo. O fato do meteoro ter caído lá desperta muita curiosidade na maioria das pessoas. Mas e você? É daqui?

- Sim.

- E você nunca saiu daqui de Tóquio?

- Na verdade já. Eu já fui para Itomori. Só que 3 anos depois do meteoro.

Ela começa a ficar interessada, e pergunta meio indignada:


- Fazer o que lá?! Quero dizer, eu sempre considerei Itomori um fim de mundo, e ainda mais depois do meteoro. E... 3 anos depois? Acho que a febre dos turistas curiosos já tinha acabado nessa época.

- É... Mas eu não fui lá como um turista, na verdade não me lembro muito bem daquele dia. Meus amigos dizem que eu estava indo atrás de uma garota...

- Uma garota? Tipo uma namorada? - Ela interrompe, sendo meio sarcástica.

- Sim. Na verdade... Não. Eu não sei. Como eu já disse, não me lembro muito bem. Na verdade nem um dos meus amigos se lembram de muitos detalhes, só que eles foram embora antes de mim, e por algum motivo eu acordei misteriosamente no alto de uma montanha. Acho que foi aí que a minha "obsessão" por itomori, e a sensação de ter esquecido de algo, começaram.

- Eu acho que sei como é... Também não me lembro de muita coisa do dia em que aquele meteoro caiu... Todo mundo diz que eu sabia que aquilo ia acontecer, eu que criei o plano de acionar um alarme de emergência falso, e tudo mais. Acontece, que eu não me lembro de nada disso, só de aparecer misteriosamente, também, no topo de uma montanha, e ir ajudar as pessoas a chegarem à zona segura, que curiosamente eu também sabia sobre, mas não lembro como. Enfim, desde então também tenho essa sensação de ter esquecido algo importante.

- E ninguém tem nenhuma ideia do que pode ter acontecido para você saber sobre o meteoro?

- Bom... minha avó diz que isso tudo tem a ver com um certo sonho. E é a teoria mais aceita, mas...

- Mas...?

- Mas minha irmã diz outra coisa. Ela diz que uma noite antes do meteoro, eu vim para Tóquio, e provavelmente alguém me disse que isso aconteceria.

- E qual é o problema disso?

- O problema é que eu não me lembro de ter vindo para Tóquio antes. Mas toda vez que esse acidente completa um ano, sempre na mesma data, eu tenho o mesmo sonho. Eu sonho que venho para Tóquio em busca de alguém. Passo o dia inteiro procurando essa pessoa, e quando eu a encontro, esse alguém não me reconhece. Eu já estava quase desistindo, afinal eu já estava no trem para voltar à itomori, então o trem para, e essa pessoa quer saber o meu nome antes de eu ir, eu digo e deixo o meu laço com esse alguém. Então eu chego em casa e peço para minha avó cortar o meu cabelo (o que é estranho por que eu me lembro de no dia do acidente estar de cabelo curto , mas não me lembro quando cortei)... Enfim, o sonho sempre acaba do mesmo jeito: eu vou assistir ao meteoro e ele cai bem na minha frente ... Em outra palavras eu acabo morrendo.

Taki escuta cada detalhe da história com atenção. Só que enquanto Mitsuha conta toda sua história, Taki começa a imaginar as cenas. Mas são tão realistas que parece que ele mesmo já viveu isso. Então Taki começa a se perguntar:

"isso é só a minha imaginação, ou são flashbacks?", mas ele acaba deixando essa ideia de lado depois que ela acaba de contar a história.

Eles passam o resto da tarde juntos, conversando sobre as duas cidades, até que o sol começa à se pôr, e ele se oferece para acompanha-la até em casa. Ela aceita, então ele leva ela até em casa e antes de ir eles trocam os números de telefone, só para o caso de não se perderem um do outro de novo (mesmo que ainda não se lembrem da onde se conhecem).

Your Name - Uma Linha Que Foi RompidaOnde histórias criam vida. Descubra agora