O Meu Ômega é um Doidinho

Carta

|POV Taehyung|

Quando meu ômega foi embora me senti novamente sozinho, mesmo que com várias pessoas ao meu redor, toda aquela felicidade foi se esvaindo até não restar mais nada. Agora minha cabeça está doendo de tanto pensar nas coisas que estão acontecendo lá fora, meu ômega grávido sem minha presença, sozinho também...

Eu só queria ver minha filha nascer, será se isso é pedir muito?

— Seu ômega não é como eu imaginei. — Jungkook falou encostando em mim.

— Não queria você imaginando nada, principalmente se tratando do meu esposo. — saí de perto.

— Ei, Taehyung! — olhei em volta. — Você não parece bem.

— Oi, Jin, obrigado por me chamar. — aliso a testa — Saí com tanta pressa que esqueci de agradecer.

— Ah não foi nada, você está bem? Parece estar passando mal.

— Só estou preocupado.

— Aconteceu alguma coisa? Se quiser conversar.

— Meu ômega está grávido. — passo as mãos nos cabelos. — Sete meses.

— Parabéns! — sorriu. — Entendo sua preocupação.

— O Yoongi tem problemas com peso, sempre perde muito rápido.

— Nossa...

— Além de anemia, não é nada sério, mas mesmo assim ele está grávido né.

— Sua presença é fundamental...

— Mais que isso — respiro fundo. — É necessária.

— Tenta um documento comprobatório.

— Não acho que daria certo.

— Não custa tentar, o bebê pode nascer com má formação.

— Tá doido? Vira essa boca pra lá...

— Não arrisque, perder um filho dói mais que qualquer coisa.

Senti meu corpo arrepiar tudo com aquilo.

— Misericórdia. — esfrego os braços espantando todos pensamentos ruins. — Eu preciso sair daqui...

Coloquei as mãos nos bolsos sentindo a cartinha, resolvi ir até o dormitório para abri-la. No caminho parei algumas vezes quando falaram comigo, mas não era nada importante.

— Não vou dormir aqui hoje, não me espere. — meu colega de quarto saiu sem esperar minha resposta, bom, eu não tenho nada a ver com a vida dele.

Aproveitei para trancar a porta, queria privacidade para abrir a carta, sentei na cama ainda olhando o envelope todo decorado.

— Isso não parece com você. — sorri pequeno, Yoon nunca foi dessas coisas.

Respirei fundo, imagino que seja apenas uma cartinha pedindo desculpas por não ter escrito antes, então abri. Caiu algumas coisas no chão causando um pequeno susto em mim, peguei no chão para ver o que era.

Eram fotos, a primeira de cara era do meu ômega na frente do espelho como veio ao mundo, mas nada malicioso já que ele estava apenas exibindo sua barriga volumosa.

— Oh, céus! — desabei em lágrimas logo na primeira, eu queria estar nessa foto beijando minha bebê que ainda está protegida no forninho. Passando as fotos, a próxima era dos meus pais presenteando meu ômega com uma roupinha rosa. — Que saudades de casa...

Haviam várias fotos, em vários momentos diferentes, mas todas era possível ver o barrigão dele. Na penúltima foto era uma nossa, na borda uma pequena mensagem: "Lembre-se sempre de nós."

Não tem como esquecer nenhum momento, meu amor, impossível. A última foto rendeu muito mais lágrimas, um pouco maior, era a foto da minha filha, um ultrassom... chorei, chorei do mesmo jeito que um condenado.

Ainda chorando abri a carta, não era muito grande, mas estava linda antes mesmo de saber o que estava escrito.

"Oi, amor, sei que já nos vimos hoje, mas mesmo assim, olá.

Não vou enrolar muito, eu não te escrevi por medo de sua reação amor, sei o quanto ter um filho é importante para você, pra mim também. Eu queria te dizer pessoalmente e, principalmente, estar em sua frente para você ver que estou bem. Por várias vezes eu escrevi, cheguei a ir no correio, mas sempre que imaginava o quanto ia doer em você, eu desistia.

Bom, espero que consiga me desculpar por isso, não pense que eu não senti sua falta, estou morrendo de saudades, amor. Sua mãe está no meu pé, ela está se saindo uma verdadeira avó – não vá dizer isso pra ela, por favor.

Hmm, não estava em meus planos perguntar isso, mas eu fico imaginando como você bate punheta aí nesse lugar, será que você faz isso? Isso não é relevante, eu só queria dizer que não consigo fazer nada sozinho :( Tá osso, sabia? Eu quero dar a bunda...

Enfim meu bem, eu espero que você esteja mesmo bem e principalmente se cuidando direitinho. Eu te amo muito, muito mesmo! Se você estiver de olho em algum beta por aí, eu juro que vou arrancar teu pau com as unhas.

Te amo <3".

No começo da carta eu estava emocionado, mas conforme fui lendo comecei a rir e depois até senti dor em meu companheiro aqui embaixo.

— Céus… — coloco a mão por cima do meu membro. — Lembrei quando elogiei uma moça na praia...

Sei que fui um idiota, meu ômega estava bem ao lado, não foi respeitoso o que eu fiz... mas naquele dia senti um tapa no meu pau, aí não gosto de lembrar.

Cheiro a carta sentindo um cheirinho bom de perfume, meu coração se aquietou um pouco em saber que estão cuidando dele e que ele está bem.

Deitei por uns minutos lembrando de bons momentos, preciso estar firme para sair desse lugar com sanidade mental, quero passar por isso o mais rápido possível mesmo que eu não tenha o dom de pular os dias.

— Documento comprobatório… — fico pensando sobre o que o beta me disse, se pode funcionar eu não sei, mas vou ver com meu ômega e saber da opinião dele. — Sábado iremos conversar sobre isso...

Procuro minha mochila para guardar aquelas fotos, quero nem imaginar meu colega de quarto encontrando elas, mais especificamente a do meu ômega nu. Fechei o zíper e taquei debaixo da cama para prevenir qualquer coisa.

— Que fome, credo! — mas naquele horário não tinha jantar, apenas às nove da noite. Meu corpo ainda não se adaptou com algumas coisas, principalmente com os horários das refeições.

Bom, decido ir descansar um pouco antes da refeição, amanhã cedo teremos mais treinos.

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Documento comprobatório: adjetivo que se refere a comprovação; relacionado com comprovação; comprovativo: recibo comprobatório. [Jurídico] Em que há indícios comprovativos; que possui provas; que tende a comprovar aquilo que foi dito ou alegado;