Portão

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|POV Taehyung|

— Noventa e oito! Noventa e nove! Mais rápido, donzela! Cem!

Desabei no chão após o último levantamento de barra, meus músculos estavam todos entrando em colapso de cansados.

— Só isso, Taehyung? — olhei meu colega de quarto. — Consigo cento e um ou não me chamo Jeon Jungkook.

— Isso é um desafio soltado? — o general perguntou com um sorriso ladino. — Gosto de alfas audaciosos.

— Se a donzela aceitar.

— Não estou aqui para medir força, não estou em um jardim de infância para ficar caindo em picuinha.

Levantei com ajuda do Jin.

— Triste ver um alfa desse tamanho amarelando.

— Senhor, eu acho que o senhor é o primeiro imaturo daqui.

— Eu ainda vou salgar essa sua língua. — me olhou com uma cara perversa. — Próxima competição! Mano a mano!

— Fudeu. — olhei o beta.

— Relaxa, não vão desafiar você.

— O time das maricas podem escolher o primeiro oponente e seu competidor.

— Escolhemos o soldado Seokjin. — olhei o alfa rapidamente — Ele irá lutar contra o alfa Namjoon.

— Como é?! Não combinamos isso!

— Agora combinamos, eu sou o líder e posso decidir sozinho.

Olhei o alfa e depois o beta.

— Em seus lugares! — o general falou fazendo sinal para os dois competidores entrarem no jogo. — Sabem as regras, golpes baixos não são permitidos! Lutem com dignidade, fora isso não tem regras.

— Eu vou no lugar dele. — levantei a mão.

— Você acabou de competir nas barras contra o alfa Taeyong.

— Eu me garanto. — minha fala rendeu burburinhos.

— Ok, gostei de sua atitude, permito.

— Taehyung...

— Sai, Jin. — entrei no lugar dele, meus músculos estavam doendo, mas era só não pegar de mal jeito.

— Se garante? Acha que não tenho forças?

— Sério Namjoon? Você sabe o motivo de eu ter feito isso.

— Calado, vou fazer você engolir os dentes.

— Vem com o que tem.

— Parem de paquerar e comecem a brigar!

Consegui desviar do primeiro soco, mas não da rasteira que levei.

— Qual é? Você não se garante? — sorriram. Olhei o céu e respirei fundo.

— Sinceramente, vocês são uns selvagens. — levantei. — Preciso fazer minhas unhas, estão cheias de sujeira.

— Chega aí, viadinho. — meti um soco nele, mas antes que ele caísse consegui prender o pescoço dele em uma chave de braço.

— Desiste, não quero te machucar. — os soldados gritando, aumentando a briga, não estavam ajudando muito.

— Taehyung? — ouvi meu nome e olhei o Jungkook, ele segurava a foto do meu ômega, aquela que ele está nu em frente ao espelho. Não sei explicar o ódio que nasceu dentro de mim, a vontade que fiquei de ir lá socar a cara dele.

— Você não fez isso... seu desgraçado — solto o alfa e pulei em meu colega de quarto, ele se assustou

— Você não fez isso... seu desgraçado! — solto o alfa e pulei em meu colega de quarto, ele se assustou e rapidamente tentou proteger o rosto.

Será que ele pensou que isso iria me fragilizar ou desconcentrar? Ele só me alimentou de ódio. Não sei como conseguiram me tirar de cima dele, mas sei que ele ficou com o rosto todo ensanguentado e apenas murmurando.

— Seu babaca! Idiota maldito! — vi que o Jin pegou a foto logo a guardando no bolso. — Eu juro que vou te bater até cansar!

— Levem ele daqui! — o general foi ajudar o outro alfa se levantar.

Foram me arrastando até a cantina, o Jin me devolveu a foto discretamente.

— Seu rosto está machucado. — ele falou alisando suavemente. — Obrigado... você salvou meus ossos..

— Eu falei que não iam te bater. — tomei a água. — Que maldito... eu quero matar ele!

— Ei, cara, você não é assim!

– Ele mexeu com algo, melhor, com alguém que ninguém pode mexer.

— Não perca a razão…

— Conselhos não adiantam, eu vou matar aquele desgraçado.

— Pensa em seu ômega, ele está grávido não é?

— Por isso mesmo! Aquele cara é doente! Ele vasculhou minhas coisas, minha intimidade, minha vida! Ele viu meu ômega nu!

— Ele viu uma foto... calma, Taehyung.

— Uma foto de quem? Do meu esposo!

— Taehyung...

— Oras você fala pra não perder a razão porque não foi com você!

— Eu sei que está com raiva, mas não vale a pena... daqui você sairia direto para a cadeia! Não vai conhecer seu filho!

Aquela frase me fez travar, droga, realmente não posso fazer besteira...

— Que inferno...

— Vamos banhar, as visitas chegam em dez minutos.

— Vamos. — me levantei respirando fundo.

— Taehyung? — olhei o guarda do portão. — Seu Ômega está passando mal lá fora.

— O que?! — arregalo os olhos.

— Acho que o calor, somado a demora dos portões abrirem, junto com a gravidez, não sei, mas ele está sangrando.

— Por que diabos não chamaram uma ambulância? — corri o mais rápido possível até o portão. — Abre essa porra!

— Você não pode sair! Se afaste ou eu atiro!

— Meu ômega está lá fora perdendo meu filho! — gritei desesperado. — Abre pelo amor de Deus! Abre!

Notei que o guarda engoliu em seco.

— Você não tem permissão para sair!

— Abre essa porra! Minha filha está morrendo! — desabei no choro. — Ela tá me deixando... é tudo culpa minha.

Fui deslizando até sentar no chão mesmo.

— Abre esse caralho! Não tá vendo a gravidade da situação?! Você não tem filhos?! — ouvia o Jin discutir com ele, mas eu só conseguia pensar no meu Ômega lá fora.

— O que está acontecendo aqui?! — ouvi o general.

— Por favor, por favor, senhor, deixa eu salvar minha filha. — fico de joelhos, nessa situação eu não me importo em ter que me humilhar. — Deixa eu sair, eu imploro por tudo que é mais sagrado, por favor não deixe minha filha morrer... por favor!

O Jin segurou em meu braço tentando me levantar.

— Taehyung, calma.

— Como?! Vocês são uns monstros! Pelo amor de Deus, me deixem sair! Me deixem sair! — bati no portão. — Yoongi?! Yoongi, não deixa ela nos deixar eu imploro...

Nunca senti tanta dor na minha vida, para piorar o general apenas observava...

×××

Bom dia :)

O Meu Ômega é um Doidinho Onde histórias criam vida. Descubra agora