Meus sentidos estavam aguçados, cada batida do meu coração ecoando em meus ouvidos. Meus olhos se fixaram no invasor, tentando discernir qualquer indício de suas intenções ocultas por trás da escuridão. A incerteza permeava o ambiente, enquanto minha mente lutava para traçar estratégias de sobrevivência em meio ao caos iminente.
O suor frio escorria pela minha testa, meu corpo tenso, pronto para agir no momento certo. Cada músculo parecia estar em alerta máximo, impulsionado pela urgência de escapar dessa ameaça. Minhas mãos tremiam levemente, uma mistura de nervosismo e concentração em meio à situação de vida ou morte que se desdobrava diante de mim.
Tudo ao meu redor parecia estar em câmera lenta, cada detalhe amplificado em minha percepção. As sombras dançantes da floresta pareciam se contorcer, como se soubessem do perigo que nos cercava. O silêncio era ensurdecedor, apenas os batimentos frenéticos do meu coração preenchiam meus ouvidos, ecoando a fragilidade da existência humana diante da violência impiedosa do mundo.
De repente, o som suave de vidros sendo abertos preencheu o interior do carro, vindo do lado em que Dante estava. Meus olhos se voltaram rapidamente para ele, surpreso com sua aparente calma diante da ameaça iminente. Uma torrente de perguntas inundou minha mente: Por que ele estava agindo dessa maneira? Como poderia abaixar os vidros, contradizendo sua própria advertência de evitar desconhecidos?
Os segundos pareciam arrastar-se lentamente, e eu me vi fixado no rosto de Dante, tentando decifrar suas intenções ocultas. Seu olhar, por um breve momento, encontrou o de um dos invasores, que segurava um rifle com firmeza. A serenidade de Dante em meio a essa situação perigosa era desconcertante, e eu ansiava por respostas que justificassem seu aparente desvio de suas próprias regras de sobrevivência.
Com um tom de voz tranquilo, ele quebrou o silêncio tenso no carro:
- Olá - cumprimentou, dirigindo-se ao indivíduo ao seu lado, que segurava o rifle.
A perplexidade invadiu minha expressão enquanto eu observava a troca de palavras entre Dante e o desconhecido. Como ele podia estar tão sereno e confiante em meio a essa situação perigosa? Minha mente se encheu de questionamentos e desconfianças.
Enquanto a resposta de Dante pairava no ar, eu me apeguei à esperança de que ele tinha um plano, uma estratégia que pudesse nos guiar em segurança por esse impasse perigoso. Restava apenas confiar em sua experiência e sabedoria, deixando a curiosidade e o medo entrelaçados em minha mente, enquanto aguardávamos o desfecho dessa arriscada situação.
- Ah, é você Dante – Disse o desconhecido, aparentemente com uma voz masculina. – É o Dante pessoal!
Assim que esse homem disse essas palavras, todas as pessoas que estavam ao redor do carro simplesmente abaixaram as armas. E me questionei sobre o motivo. Abaixaram-nas por causa de Dante? Ele conhecia essas pessoas?
- Você os conhece? – Perguntei, minha voz carregada de insegurança e perplexidade.
Dante olhou para mim com serenidade, sua expressão revelando um conhecimento profundo e uma história compartilhada com aqueles ao redor.
- Sim – Respondeu, sua voz firme e segura. – São meus amigos.
As palavras ecoaram no ar, enchendo-me de perplexidade. Amigos? Aqueles mesmos indivíduos que, há poucos instantes, pareciam prontos para nos atacar, eram, na verdade, amigos de Dante. A sensação de confusão se misturou com o alívio momentâneo, enquanto eu tentava compreender a complexidade dessa situação inesperada.
- Vou indo para o acampamento – Disse Dante aos seus amigos, indicando sua próxima parada.
- Quem é esse junto a você? – Questionou o homem, curioso sobre minha presença.

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99,9%
Mystère / Thriller[ Não Revisado ] [ Contém erros ] Sinopse: Um mistério sem precedentes abala a humanidade quando, de forma inexplicável, 99,9% da população mundial desaparece sem deixar vestígios. O mundo é deixado em silêncio e desolação, restando apenas uma frági...