Capítulo 9

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- Tudo bem, mas essa pista não nos ajuda em nada – disse Liz – Ela pode estar se referindo a qualquer lugar da floresta.

- Então vamos apenas entrar no meio da floresta – respondi a ela – Se a pista pode estar em qualquer lugar, nada melhor do que começar por uma área aberta.

- Faz sentido. Existe uma probabilidade maior de estar em um local aberto, para ser mais difícil de ser encontrado – Felipe concluiu a analogia.

Nos dirigimos em direção ao centro da floresta. Enquanto caminhávamos pelas trilhas sombreadas, os sons da natureza envolviam nossos ouvidos, criando uma atmosfera mágica.

Me preocupava o fato da pista se referir a um lugar onde havia sol. O céu diurno permanecia nublado, com ele inteiramente coberto pelas nuvens cinzentas. Porém não comentei nada com o grupo, apenas prossegui com eles. Matias não podia ter colocado uma pista sem sentido para nós.

À medida que avançávamos entre as árvores altas, encontramos um ponto onde uma luz filtrava-se através dos galhos, criando um jogo de sombras no chão. Era o local perfeito para seguir a pista e continuar nossa busca.

Não era bem a luz que esperávamos. Era uma luz muito fraca, que só era visível pela floresta cobrir uma parte da iluminação – que já era quase nula – do dia. Como se aquilo só fosse considerado uma iluminação por conta de o que estivera ao redor ser ainda menos iluminado.

Nos aproximamos cautelosamente do ponto onde a luz e a sombra se encontravam. E ali, sob um raio de luz que atravessava as folhas, encontramos um pequeno pedaço de papel. Nossos olhos brilharam de emoção.

- Encontramos a primeira pista! – exclamei, segurando o papel com cuidado.

- Nossa, isso foi bem mais rápido do que eu esperava – Liz murmurou.

- Leia a pista para nós

- Siga o som melodioso da água e a trilha estreita à sua frente – li novamente em voz alta – É o que diz aqui.

- Talvez perto de um lago? – Felipe questionou

Pela pista se referir ao som melodioso da água, era quase certo de que se referia a um lago.

- Vamos em direção ao lago mais próximo então.

Liz, cheia de familiaridade com a floresta, seguiu adiante em uma direção determinada. Ficou evidente para nós para onde ela estava indo. Ter alguém na equipe que conhecia a floresta como a palma da mão era realmente algo de extrema ajuda. Eu e Felipe provavelmente já estaríamos nos perdendo no meio dessa infinidade de árvores se não fosse por ela.

Com Liz liderando o caminho, nos dirigimos rumo ao lago com entusiasmo renovado. Seguindo por trilhas estreitas e sinuosas, deixávamos para trás as sombras densas das árvores.

Enquanto avançávamos, podíamos ouvir o suave murmúrio da água, cada vez mais nítido à medida que nos aproximávamos do nosso destino. A ansiedade e a curiosidade nos impulsionavam, alimentando nossa determinação em desvendar os segredos da próxima pista.

Finalmente, após uma caminhada repleta de antecipação, os contornos reluzentes do lago surgiram à nossa frente. Era uma visão deslumbrante, com águas cristalinas e envolvendo a paisagem em tranquilidade.

- Parece que encontramos o nosso ponto de referência! – exclamou Liz, com um sorriso de satisfação estampado no rosto.

- É um cenário incrível! – murmurei, maravilhado com a serenidade do lugar.

- Vamos dar uma olhada mais de perto e ver se encontramos a próxima pista – sugeriu Felipe, ansioso para prosseguir com a emocionante busca.

Seguimos em direção à margem do lago, nossos olhos atentos a cada detalhe que poderia esconder a próxima pista. Vasculhamos a área ao redor, observando cuidadosamente as pedras, a vegetação e os recantos mais sutis do ambiente. Cada som, cada movimento, poderia revelar o próximo passo em nossa jornada.

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