Capítulo 7

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Continuamos pela estrada, atravessando paisagens desoladas e uma estrada praticamente deserta. O tempo parecia se estender enquanto o jipe avançava, mas finalmente, após cerca de uma hora, avistei a cidade surgindo no horizonte.

As ruas vazias davam testemunho do abandono causado pelo desaparecimento em massa que assolou o mundo. O ar carregava uma atmosfera sombria e nostálgica, repleta de memórias da vida que existia ali antes do caos.

Dante reduziu a velocidade do veículo ao nos aproximarmos da entrada da cidade, avaliando cautelosamente o ambiente em busca de qualquer sinal de perigo iminente. Liz parecia atenta, seus olhos varrendo os arredores enquanto seguíamos adiante.

Paramos o jipe em uma área aparentemente segura, próxima a uma antiga farmácia. O local estava em ruínas, com janelas quebradas e portas arrebentadas, mas ainda poderia abrigar suprimentos valiosos.

- Vamos com cautela. Fiquem atentos e mantenham-se próximos - instruiu Dante, enquanto saíamos do veículo.

Formamos um pequeno grupo, avançando lentamente pelas ruas desertas da cidade em direção à farmácia. Cada passo era calculado, nossos sentidos aguçados em busca de qualquer sinal de ameaça.

Enquanto nos aproximávamos da entrada da farmácia, senti uma mistura de tensão e esperança. Sabíamos que a busca por medicamentos e munições poderia ser arriscada, mas era um risco que precisávamos correr para garantir nossa sobrevivência.

Abrimos com cuidado a porta enferrujada da farmácia, adentrando um ambiente empoeirado e sombrio. Prateleiras vazias e frascos quebrados eram testemunhas silenciosas da escassez que assolava o mundo. No entanto, ainda havia uma chance de encontrar algo útil.

Rapidamente retirei minha lanterna, que ainda residia em minha mochila, e nos movendo com agilidade, exploramos cada canto do estabelecimento em busca de suprimentos. O cheiro de mofo e abandono pairava no ar, mas não nos intimidava.

Enquanto examinava as prateleiras, encontrei um pequeno estoque de medicamentos básicos. Passei-os para a Liz, que estava ao meu lado, que os guardou em sua mochila com cuidado.

- Encontraram mais alguma coisa por aí? - Liz gritou para Matias e Dante, que estavam examinando prateleiras do outro lado da farmácia.

- Alguns medicamentos que restaram, mas nada muito útil - disse Matias, respondendo à pergunta.

Pude notar que havia uma porta aos fundos da farmácia. Curioso com o que poderia estar além dela, decidi me aproximar e investigar. A curiosidade se misturava com um leve sentimento de apreensão, mas decidi seguir em frente.

- Pessoal, vou dar uma olhada nesta porta aqui. Talvez haja algo interessante lá dentro - anunciei, dirigindo-me aos demais.

- Só tome cuidado por aí Dan - Matias exclamou.

Fui em direção a ela, era uma porta de tonalidade cinza com um pequeno letreiro em sua frente escrito Empurre, e empurrei, abrindo-a devagar. E quando estava quase que completamente aberta eu percebi para onde aquela porta dava: para a parte de trás da farmácia.

Para minha decepção, o lado de fora não era tão interessante quanto esperava. Era apenas um pequeno espaço com as paredes desbotadas da parte de trás e o chão infestado de rachaduras, um lugar cercado por grades de arame.

O sol brilhava impiedosamente no céu sem nuvens, sem oferecer qualquer sombra ou alívio. Não havia nada de particularmente notável ou atrativo naquele ambiente, apenas o vazio e o silêncio que ecoavam naquele pequeno recanto abandonado.

Passei alguns instantes observando o ambiente desolado, deixando escapar um suspiro de desapontamento. Era evidente que não encontraríamos nada relevante ali, exceto pela confirmação de que estávamos nos fundos da farmácia.

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