QUANDO NAVIA PERCEBEU O QUE ARTHUR Curry estava prestes a fazer, ela rapidamente tomou o controle da situação, depois de longos minutos encarando a cena intensa entre os dois irmãos. Finalmente se prontificou a favor da batalha justa, com um plano já em mãos.
Quem diria que Arthur sentiria uma pontada de dor em seu coração. Aliás, não era como se ela estivesse o traindo...era? Porquê ele se sentia impotente? Queria quebrar a cara de Orm a todo custo, só de ouvir a voz dela e saber que ficaria ao lado de quem ela mais disse odiar.
Mal sabia o Curry que essa era apenas uma maneira inusitada dos seus sentimentos de se defender das emoções angustiantes que estavam sendo imaculadas em seu peito.
Por dentro, ele só desejava sair de lá e levar ela com ele, mas sua raiva era firme e fora dos seus pensamentos sigilosos que nem mesmo ele fazia questão desvendar, sua sede por vingança se mantinha intacta na pele.
Mas, aquela imagem sólida do olhar de compaixão que uma vez ela sondou à ele se fez presente em sua mente. Estipulando cada vez mais o seu mecanismo de defesa a rejeitar a possibilidade de estar amando-a.
Seu corpo dizia uma coisa e sua mente outra. Arthur não podia simplesmente amolecer ou se quer ter a oportunidade de raciocinar direito.
Quando o veredito foi dado, Navia o fitou uma última vez antes de acenar com a cabeça. Arthur aparentemente estava desacreditado, confuso, abalado, porém, um resquício de fé se mostrava rígido em suas íris amareladas em castanho claro.
Uma vez que, aqueles lábios avermelhados se entreabriram para lhe dizer "boa sorte" silenciosamente, todos os seus músculos se calaram e ele não se negou a abaixar a cabeça para o que estivesse por vir à seguir. Apesar de cético e um tanto relutante.
Quando foi movido pelos guardas até uma redoma distante do reino onde ficavam os escudos e vestimentas prateadas de outras pessoas que batalharam por atlântida, Arthur se sentiu famigeradamente entalhado como um animal, perdurado em cima de uma cerca, querendo saltar para o outro lado onde estava toda a sua vida lhe esperando ansiosamente.
Agora de repente ele se encontra em dúvida entre ficar e ir embora. Lutar ou desistir, se perguntando mentalnente, sobre até onde iria por aquela mulher de cabelos de fogo, como brasas no inverno, queimando aos poucos igual uma cascata fria.
Olhos âmbar brilhando em esmeraldas, cintilantes como estrelas gritando no espaço templo. Um lugar onde apenas a galáxia podia vislumbrar seus átomos mais queridos, Arthur conseguia enxergar Navia. Mesmo que de longe o sentimento de estar perto brotava ao mesmo sopro de acalento.
Enquanto Curry se distraia eventualmente sonhando acordado com a Rainha de Atlântida, Vulko chegava de fininho para dar um choque de surpresa e trazê-lo para a realidade amarga em que estava vivendo agora.
O mesmo Atlantis que se certificou da segurança do mestiço na terra e cuidou para que ele aprendesse a arte de lutar contra os seus inimigos no futuro. Tinha de fingir afetividade por quem teve cumplicidade na morte da Rainha Atlana.
Ele jogou uma lança obscura e diante da submersão da velocidade da água com a qual os corpos neo-humanos dos Atlantis se conectavam por linhagens e características, a força do objeto pontiagudo quase alcançou seu rosto.
Se não fosse pelo seu temperamento que consecutivamente agregava sua personalidade aguçada, cautelosa e arrogante, ele teria definhado em dor caso aquilo tivesse lhe acertado em cheio.
Todavia, era esperado que Arthur estivesse concentrado na atmosfera ao seu redor, além de estar com alguém em sua cabeça atordoada pela receosidade. Sua impaciência era nítida e seu finco na testa estava mais claro do que ambiente em que se encontrava.
Seu semblante sério e olhar mortal significava uma ameaça para a opinião de outras pessoas. O filho mestiço de Atlana não tinha tanto valor quanto Orm, que consequentemente achava que sairia ganhando, porquê supôs em seu total convencimento de que venceria a superfície e conquistaria as terras mundanas para abranger e alcançar o seu grande objetivo de unificar os dois mundos em um só.
── Você não pode competir com ele. ── Navia interrompeu o momento e com sua entrada triunfal, os olhos de Arthur voaram até o céu no primeiro segundo, pensando: "Deus..." pois, ela estava totalmente linda naquele vestido cor alva. Assim como suas íris que tornaram-se um incrível reflexo do oceâno de cada dia que Curry estava acostumado a enfrentar.
── Já sei. Ele é melhor do que eu em muitos aspectos, ── ele suspirou aflito. Provavelmente estava sendo altamente julgado e condenado por todo o povo do mar, mas ele não tinha culpa nenhuma em querer proteger os que realmente lhe importam. Era uma guerra desnecessária ── Porém, você não acha que eu deveria ao menos tentar? ── ele se levantou, e do que estava sentado, Arthur imediatamente flutuou até ficar frente a frente com o rosto feminino, complacente com os seus sentimentos e cúmplice das mesmas emoções que estavam inalando.
── Não é disso que estou falando! ── ela balançou a cabeça negativamente. Arthur lhe fitou e prestou mais atenção ── Precisámos fugir daqui agora. Orm pretende te matar mesmo se ele perder ou não. Ele está disposto a acabar com a sua vida e, nós não viemos aqui pra você morrer e deixar o seu pai esperando.
── Arthur, ela está certa. Vocês dois devem trabalhar juntos para achar o tridente perdido. Só assim provará para todos eles o seu verdadeiro valor. É disso que atlântida necessita. Nosso conhecimento não vai além do que está na superfície. Somos mundos desiguais que precisam um do outro para viver.
O Curry respirou profundamente uma última vez e deu o braço a torcer. Suas ideias mudaram literalmente. A partir do dia em que Orm jurou causar problemas para os dois mundos, ele não poderia aceitar tal ato e deixá-lo impune. Uma vez que desejou que todo o mal do planeta se dissipasse, ele podia pelo menos enfatizar a sua fé para aqueles que mereciam e que perduram na escuridão, buscando a salvação entre um dos dois lados.
── Certo. Sejamos piedosos, já que não existe dois lados em uma guerra, pouparemos até mesmo aqueles que tendem há serem nossos inimigos. ── Navia concordou em beneplácito.
Foi diante desse momento que a jornada deles realmente começou. Uma aventura descabida sobre uma rainha Atlantis e um mestiço. Ocasionalmente gerando assim, seus destinos, antes à deriva, agora, traçados através desse longo caminho que falta muito para ser percorrido. Uma distância se despersa quando almas ligadas pelo fio da vida estão conectadas por um fadário.
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𝑫𝑼𝑺𝑲 𝑻𝑰𝑳𝑳 𝑫𝑨𝑾𝑵 ᵃʳᵗʰᵘʳ ᶜᵘʳʳʸ Em Revisão
Historical Fictionᶜʳᵉᵖᵘ́ˢᶜᵘˡᵒ ᵃᵗᵉ́ ᵒ ᵃᵐᵃⁿʰᵉᶜᵉʳ 𝐘'𝐍𝐚𝐯𝐢𝐚 𝐂𝐡𝐞𝐛𝐞𝐥𝐥𝐚 𝐂𝐡𝐚𝐥𝐥𝐚 É a irmã mais velha de Mera, e diferente da irmã, ela já é uma rainha em ascensão. A primeira do trono, que não gostava e nem permitia a ideia de deixar Orm causar guerra entre...