(Beatriz)
Já eram 20:40 e eu não tinha noção de que roupa usar.
Minha mãe já estava em casa e ela estava irritada comigo por ter recebido uma advertência no colégio, imagina se souber que eu fiz amizade com a Morena.
— manheeee. — grito do quarto olhando pras roupas em cima da cama.
— ave Beatriz oque tu fez? — ela vem correndo, tadinha da veia. — oque são essas roupas?
— eu tô querendo ir no baile, vá ter L7nnon show ao vivo. — digo a olhando e ela fecha a cara. — oque eu uso ?
— calça e blusa. — ela diz séria. Reviro os olhos e coloco a mão na cintura. — na sua época eu usaria esse vestidinho vermelho, eu chamava atenção onde eu passava, mas antes as coisas eram diferentes... Eu era um perigo. — ela comenta pensativa.
— então vou usar ele. — digo decidida.
— e você lá gosta de baile Beatriz? Com quem você vai? — pergunta ela puxando o vestido da minha mão. — isso é um pedaço de pano, se ninguém for cuidar de tu, tu não vai!
— mãe, eu vou deboinha com umas meninas do colégio, elas tem os boy delas pra cuidar de nós. — digo olhando ela igual aqueles cachorro que caiu do caminhão.
— boy de parceira não cuida não, eles traem e ainda causam problema, negativo Beatriz. — ela nega. — com quem você vai?
— com a Suellen. — digo por fim. — não era uma mentira, Suellen estaria lá, mas quem iria me buscar era a Morena.
— a filha da Roberta? — pergunta ela curiosa e eu concordo. — tá certo, vai voltar tarde não. E fala pra Suellen manda um beijão pra Rô. — ela devolve o vestido. — se cuida lá minha filha. — ela sai do quarto e fecha a porta.
É agora ou nunca.
(Vestido da Beatriz)
(…)
Escutei buzina na frente da minha casa e eu desci falando boa noite pra minha mãe que estava na sala e sai fechando a porta.
— tá uma gata mina. — ela diz ao me ver.
— não sei não, acho que tô muito pelada. — digo receiosa e ela gargalha.
— se você tá pelada eu tô oque? — ela diz e eu a observo.
(Vestido da Morena)
— tá certo mas, esse baile é onde em? — pergunto curiosa enquanto ela acelera.
— na quadra, meu irmão deixou tudo certo com o L7 e ele chega meia-noite, vai ficar até às 3 da manhã. — diz ela acendendo um baseado, vidro fechado e esse negócio acesso quase morro aqui dentro. — vai chapar de tabela.
— abre esse vidro Gabriella. — digo abrindo o vidro do meu lado, ela gargalha alto e eu posso começar a ver o movimento na rua, ela estaciona.
— fala que você bebe pelo menos? — ela sugere enquanto descemos do carro.
— não, por que acha que a Sara fazia oque fez comigo? Eu não sou dessa vida. — digo e ela me encara. — não era pelo menos.
— exatamente, não era. — ela me puxa pela mão e vai entrando já dançando com os mano.
Passo colada nela tentando inútilmente não ser sarrada mas, falho miseravelmente.
Já perto do bar o caminho fica ainda mais lotado e eu peço pra que ela deixe eu ficar em sua frente, ela concorda. Chegamos no bar ela pede duas caipirinhas.
— eu não bebo Morena. — nego o copo a minha frente.
— relaxa, é igual suco de limão só que com um pouco de álcool. Aproveita. — ela encoraja.
Dei uma bicada, doce, queima levemente a garganta mas até que é gostoso.Tomo mais um pouco e ela observa ansiosa.
— tá bom, você venceu isso é bom.
Olhando em volta admirada com tudo ali vejo um lugar que tem poucas pessoas e dela da pra ver a favela toda, certeza.
— oque é lá em cima? — pergunto e ela olha onde meus olhos estão vidrados.
— o camarote, quer conhecer? — pergunta ela se levantando.
— oque tem lá? — beberico mais um pouco da bebida nas minhas mãos.
— os mano, as puta deles e muita droga e bebida. Eu sempre fico lá, mas como estou contigo hoje vou ficar relaxada. — ela da de ombros.
— valeu, eu não quero subir não. — digo e ela me puxa.
— bora dançar, vai vim pra ficar parada. — seguimos pra dentro da multidão.
Ela se deixa levar rapidamente pela misica, tento fazer o mesmo e deixo meu corpo seguir as batidas da música.
(…)
São 2 da manhã, já tomei umas cinco caipirinhas, uns três shots de tequila, aquilo ali não é de Deus não na moral.
— aí bixa achei tu. — escuto uma voz masculina, porém afeminada se aproximando de nós.
— Paola gata. — Morena traga o Beck e abraça a bixa dando do beijinhos.
— trouxe companhia hoje? — ela me observa de longe. — Paola mona, e tu quem é? — ela vem na minha direção.
— Beatriz. — dou dois beijinhos no rosto dela seguimos dançando até um carinha chegar perto da Morena e falar alguma coisa pra ela que nega e se levanta.
— bixa passa a visão na Bea, volto já. — diz já saindo e eu só vejo ela seguir o carinha pra cima da escada.
— oque ela foi fazer lá? — pergunto pra Paola que bebe um copo de bebida que parece muito com refrigerante.
— o de sempre, o papel dela. — ela me olha sorrindo. — quer? — oferece o copo em minha direção.
Aquele ditado que diz, nunca pegue bebida de estranhos? Tu ligo por que eu não.
Tomei uma golada boa daquela bebida e eu vi tudo começar a girar.
— vai com calma aí mina, é whisky com vodka e energético. — ela me segura por alguns segundos.
— desculpa, não sou acostumada.
— suave mona, aí vem a Morena. — ela diz e eu me viro.
— bora pra casa Bea, meu irmão avisou que o L7nnon não vai subir. Pau no cu. — ela diz revoltada mas, por alguma razão eu não queria ir.
— a sério, tá tão bom aqui! — choramingo.
— tu tá bêbada já, amanhã tem aula duvido que vai conseguir ir. — ela debocha.
— uma falta não vai fazer mal. — dou de ombros e pego o copo da sua mão.
— Beatriz não! — escuto ela dizer mas não me importo, viro de uma vez.
— puta que pariu, tu tá criando um monstrinho Morena. — a Paola diz rindo.
— tô vendo.
Depois disso eu não sei que horas cheguei em casa, mas já estava clareando e eu sabia que minha cabeça ia explodir.
Quando deitei na minha cama eu simplesmente apaguei.
•••
Me empolguei, mas de mil palavras kkkkk
Tá bom, ainda teremos mais 2 capítulos hoje.
Estrelinha e comentários mores, até daqui a pouco.
Postado dia 01.06.2023 às 17:43
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Lá no Jacarezinho
Fiksi RemajaPode parecer loucura, mas sim, nem todo vilão é mau. Meu nome é Beatriz Campos, eu moro no Jacarezinho, nascida e criada aqui, e no auge dos meus 17 anos sofro bullying das outras moradoras, eu estou no último ano do ensino médio então não tenho mui...