Chapter 7

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— ...Você tem certeza sobre isso?

— Sim, eu tenho.

— Ainda dá tempo de mudar de idéia — Smoker resmungou, aflito.

Maridia não conseguiu não rir. — Smoker, nós já estamos a bordo...

A maré parecia tranquila naquela manhã conforme o navio do G-5 deslizava sobre as ondas e o céu azul estava pontilhado de nuvens brancas, a brisa fresca empurrando as vastas velas e auxiliando a embarcação a seguir seu caminho sobre o infinito horizonte; gaivotas circundavam o navio enquanto piavam e batiam suas asas e Crystal Island se tornava cada vez mais distante atrás deles, desaparecendo de vista − Tinham acabado de zarpar da ilha e o Vice-Almirante parecia um tanto inquieto, parado ao lado de Maridia em uma das salas principais do navio, sob o convés. Na porta esverdeada daquela sala havia uma singular escotilha e pelo menos quatro Marinheiros do G-5 tentavam se espremer para espiar por dentro dela, acotovelando-se.

O Vice Almirante bufou.

— Eu sei disso. Mas você realmente não entende no que está se metendo.

— E o que seria isso? — A mulher de olhos verdes parecia tranquila e despreocupada ao observá-lo. Vestia um de seus trajes costumeiros, uma blusa azul claro de mangas curtas e calças azul marinho, assim como a tradicional bandana amarrada ao redor de seu pescoço. Maridia sorria à Smoker, notando a inquietude dele pela sua linguagem corporal. — Se você não achasse que era uma boa ideia, não teria concordado com meu pedido.

Piscando o homem de cabelos brancos hesitou por uma fração de segundo antes de resmungar de forma aborrecida. — Não é assim tão simples. Quando as pessoas dizem que os Marinheiros do G-5 são selvagens, elas querem dizer isso mesmo. São brutos, rudes, um bando de encrenqueiros indisciplinados.

— Você acha que eles vão passar dos limites comigo? Eu não sou feita de vidro, eu não quebraria se fosse insultada ou algo assim...

— Eu preferiria que eles não a insultassem de qualquer jeito. — Smoker resmungou, o cenho franzido e a expressão de descontento evidente em seu rosto. — E afinal de contas palavras não são o único problema. Eu sei que você pode se cuidar muito bem, mas seria melhor não arriscar.

O olhar de Maridia tornou-se ainda mais suave, transbordando de carinho. Pego completamente de surpresa pela visão o rubor que cobriu as bochechas do Vice-Almirante era tão visível quanto sua tensão; ele piscou lentamente, um tanto quanto confuso.

— ...O quê?

A ex-Tenente murmurou de forma gentil. — Você está fazendo aquilo de novo. Me dando crédito demais.

Ainda mais confuso que antes Smoker ligeiramente virou seu corpo na direção dela, as mangas soltas de seu casaco branco acompanhando seus movimentos.

— O que quer dizer?

Ajustando sua postura Maridia brevemente fechou os olhos com um sorriso sutil, movendo seu rosto antes de mais uma vez olhar na direção do homem mais alto ao seu lado.

— Você diz que eu posso cuidar de mim mesma; o que é verdade. Mas este é o setor mais selvagem e indisciplinado da Marinha. As probabilidades de eu sofrer com desvantagem em questão de força bruta são altas.

— É EXATAMENTE por esse motivo que eu não queria que você fosse até lá!! — Smoker grunhiu de forma aflita, gesticulando com um de seus braços. — Não é por causa do que você é capaz de fazer; é por causa do que eles são capazes.

Apesar de toda exuberante apreensão de Smoker a mulher de cabelos longos não conseguiu evitar soltar uma gentil risada, achando toda a preocupação dele cativante. Conseguia entender que o Vice-Almirante não a julgava ser fraca – pelo contrário, ele parecia insistir com a idéia de que ela mais capaz do que ela sentia ser, na verdade – mas se preocupava pela questão dos números, de trazê-la até um local que havia sido infame e perigoso por anos. Um lugar repleto de pessoas perigosas que apenas aprenderam a obedecer a comandos quando ele aparecera por lá. Era fácil entender de onde vinha sua apreensão, e compreensível também.

✦ㅤ𝐒𝐓𝐀𝐑-𝐂𝐑𝐎𝐒𝐒𝐄𝐃 ;ㅤ| 【 𝗢NE 𝗣IECE 】 ✦Onde histórias criam vida. Descubra agora