Capítulo IV

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Thalita Mendonça


O Sr. Albuquerque saiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura, acredito que não optou pelo roupão propositalmente e conseguiu chamar minha atenção. Que mulher em sã consciência não admiraria aquele corpo? Ele deve malhar muito! Fernando é lindo e sabe disso, sorriu ao me flagrar praticamente babando. Droga! Eu estou com raiva, furiosa. Não se deixe levar por esse abdômen definido, lembre–se que ele é um babaca que quer os méritos do seu trabalho, Thalita.

— Algum problema, querida? – falou sarcástico, retirou a toalha e vestiu uma cueca branca. Esse homem não sente frio?

— Hum, deve estar bem mais frio lá – mudei a temperatura dos meus pensamentos.

— Você não trouxe casacos? – perguntou incrédulo.

— Não imaginei que fosse sentir tanto frio, trouxe alguns, mas morrerei congelada assim que sair do aquecedor do seu carro – dei de ombros.

— Paramos em algum lugar no caminho ou ficamos no meu carro, com aquecedor...

— Vamos às compras! – sorri – Boa noite Sr. Albuquerque.

            Não estava muito a fim de conversa, por isso resolvi encurtar a conversa antes que ele percebesse. Mas, ele não se deu por vencido. Deitou-se ao meu lado e começou a massagear minhas pernas... Era melhor eu fingir melhor ou acabaria cedendo.

— Preciso dormir, amanhã acordaremos cedinho – falei fingindo uma voz de sono.

— Farei você dormir bem relaxada – mordiscou minha orelha.

— Já estou relaxada... sério, preciso dormir –  nossa senhora das noivas carentes afastai esse homem de mim.

Minhas preces não foram ouvidas, Fernando deitou sobre mim e segurou meus braços ao lado da minha cabeça, impedindo que eu me movesse. Confesso que quase cedi, mas revivi o papel de Barbie e isso me deu coragem para jogar o jogo dele. Correspondi seu beijo quente e mantive o pensamento firme: provoque e acabe com isso, não se deixe levar.

 — Isso... boa menina –  ele soltou meus braços e percorreu meu corpo com as mãos.

            Passei minha mão sobre seu peito nu, pensar em coisas chatas e não na delícia sobre mim, transferi meus pensamentos para as reuniões de trabalho. Minha vagou até sua excitação, segurei firme por cima da cueca, ele gemeu com o toque. Impulsionei meu corpo fazendo-o rolar para o lado para o lado e trocar de posição: agora eu estava em cima dele. Aproximei-me lentamente do seu ouvido, passei minha língua na sua orelha e sussurrei:

— Eu disse não, Ken! – levantei num impulso e me distanciei, era a única maneira de conseguir manter o controle.

— Que porra é essa? – esbravejou, enquanto recuperava o fôlego.

— Estou morrendo de sono e fico de mau humor quando não me deixam dormir – menti.

— Você tá brincando com fogo...

— Isso é uma ameaça, Sr. Fernando? – encarei seu olhar irado.

— Não, apenas um conselho.

— Obrigada pelo conselho. Ah, apague a luz do abajur – Xeque mate! Suspirei triunfante enquanto me deitava a certa distância dele.


***


Apaguei a noite inteira, estava cansada da viagem. Sonolenta, tateei a cama em busca do celular, encontrei o corpo quente dele.

ACASO (DEGUSTAÇÃO) - Os Albuquerque's IOnde histórias criam vida. Descubra agora