Capítulo X

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João Pedro Leal


- Acho melhor você dirigir, não vou conseguir prestar atenção no trânsito com você ao meu lado - falei enquanto a beijava e entregava a chave.


- Deixa de ser bobo Pedro - falou ela retribuindo o beijo.


Entramos no carro e ela começou a falar sem parar. Falou do trânsito carioca, que logo cedo já estava caótico, falou do aniversário do Marcos, que não teve tempo de comprar o presente, falou até sobre o clima. Eu a observava, prestava atenção de fato a tudo que ela dizia, assim como ao modo que sua testa franziu quando relatou não ter comprado o presente do Marcos. Amo essa mulher por completo.


- Pedro?


- Oi amor...


- Tava sonhando acordado? Estou num monólogo e você aí olhando para mim- falou sorrindo


- Não consigo deixar de te olhar, de te admirar. Quase enlouqueci de saudades, sinto falta do homem que eu sou quando estou ao seu lado. Nada importa, dinheiro, status, eu trocaria tudo que eu já conquistei para passar todas as noites com você.


- Agora você está aqui e vamos apenas viver, sem pensar no amanhã - reclinou em direção ao meu banco e me beijou lentamente. O trânsito estava parado, um engarrafamento imenso, talvez tenha acontecido algum acidente. Soltei seu cinto e a puxei para um beijo intenso. A saudade que eu sentia daquele contato não me deixou pensar, fiz com ela sentasse sobre mim, de frente. Minhas mãos abriram os botões do sobretudo, revelando a lingerie escolhida por mim, mas que no corpo dela era ainda mais excitante, a leve transparência do corpete revelava seus seios, pousei as mãos sobre eles em verdadeira adoração. Olhei para ela que me encarava com o sorriso menina-mulher que eu tanto amava, me preparava para beijá-los ainda sobre a peça, quando sou interrompido por uma buzinada infernal. Thalita não se moveu, para nossa sorte o carro tinha vidro fumê o que dificultava a visão, mas caso alguém se aproximasse teria acesso total a nossa cena. Fechei pausadamente cada botão do sobretudo enquanto as buzinas persistiam em querer me apressar, beijei minha mulher com ardor e assumi a direção do carro.


- Amor coloca o cinto, que eu não vou deixar esse maldito trânsito carioca interromper o que começamos - busquei uma rota de fuga, enquanto ela ria ao meu lado.


- João Pedro nunca te vi assim, você furou uns três sinais vermelhos, xingou outras dezenas de vezes... isso é que eu chamo de saudades - falou me provocando enquanto entrávamos no elevador.


- Você bem que se divertiu enquanto eu dirigia feito louco, nem tentou me conter - falei beijando-a mais uma vez.


- E perder você vivendo perigosamente? Nunca! Além do mais, foi sexy para caramba.


- Achou sexy?


- Seu olhar faiscava desejo enquanto cortava os carros...


- E o que você acha se eu te pegar assim... - puxei seu corpo para o meu e mordi seu pescoço, enquanto minhas percorriam suas costas.

ACASO (DEGUSTAÇÃO) - Os Albuquerque's IOnde histórias criam vida. Descubra agora