Capítulo 09

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   — O que se usa numa saída de amigos que pode ser considerado, talvez, um encontro?

   — Depende – Megan responde, enquanto penteia os cabelos marrons. — Você quer que seja um encontro?

   Eu tinha conseguido convencer minha melhor amiga a sair comigo e com o Oliver. Eu estava nervosa e não poderia fazer isso sozinha.

   — Eu... Eu não sei – confesso. — Você sabe que sempre tive uma quedinha pelo seu irmão, mas me sinto muito confortável na situação em que estamos agora. Não quero que meus traumas estraguem isso.

   Megan se aproxima de mim, segurando minhas mãos em um gesto carinhoso e sorri.

   — Meu irmão é louco por você, Tatiana. Nunca vou me cansar de dizer isso. – Ela faz um pequeno carinho em minhas mãos. — Ele sabe como você se sente. Ele acompanhou de perto o que você passou e te apoiou em todos os momentos, até mesmo quando você quis viajar para São Paulo e ser testemunha contra o Gabriel de uma garota que você nem conhecia porque o Oliver sabia que você precisava disso. 

   Sei que ela está certa e é por isso que me sinto tão pressionada.

   Nunca precisei me preocupar com o que Oliver acharia de mim porque ele sempre foi muito transparente em relação aos seus sentimentos — mesmo que nunca fizesse isso de propósito — e o meu maior medo é estar tão quebrada que não consiga superar suas expectativas sobre mim.

   — Tenho medo de não ser suficiente – sussurro para minha melhor amiga.

   — Você sempre será suficiente, Tatiana – ela me garante. — Não importa em que situação estiver, você sempre será suficiente. Eu prometo.

   — Mesmo se eu nunca mais conseguir fazer sexo com alguém?

   — Principalmente se você não conseguir fazer sexo com alguém – Megan diz, — Não é isso que te define. Não é por isso que as pessoas começam a gostar umas das outras. São as qualidades, os momentos que passam juntos e as memórias que constroem. Claro que a pegação e o sexo são um bônus, mas isso não vai fazer com que o meu irmão goste menos de você. O Oli gosta de você pelo o que é e não pelo o que pode oferecer.

   — Obrigada, Meg.

   — Sempre que precisar, querida.

   [...]

   — Tatiana! Que surpresa boa! – Ouço a voz do outro lado da linha. — A que devo a honra dessa ligação?

   — Eu tenho um encontro com o cara dos meus sonhos – Respondo.

   — Acho que não entendi o problema – Consigo imaginar minha amiga fazendo uma careta apenas pelo tom de sua voz.

   — Estou com medo, Mari – confesso. — Como você conseguiu fazer isso?

   Marina e eu nos tornamos amigas depois que fui sua testemunha no processo que ela fez contra Gabriel. Ela trabalhava para o tio dele e sempre sofria com seus assédios, até que um dia ele foi longe demais.

   — Eu sei que o meu caso não foi tão sério quanto o seu – digo soltando um suspiro. — Mas sinto que vou estragar tudo e ele vai ir embora.

   — Primeiramente, jamais diga que o seu caso não foi sério porque ele foi. Assédio sempre vai ser algo sério – Ela me repreende. — E em segundo lugar, confesso para você que não foi fácil no início. Meu namorado foi muito paciente e esperou o momento certo. Tenho sorte de ter ele. O Gui me apoiou muito desde o primeiro momento em que nos vimos e sou muito grata por isso.

Ela - Americanos 01: Spin-offOnde histórias criam vida. Descubra agora