Capítulo Oito

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O céu ainda estava claro quando o turno de trabalho de Kim Dan terminou, passou para ver sua avó antes de ir, mas não queria demorar e ter que caminhar de noite, sendo que estava com medo de chegar ao seu destino naquele dia. Foi para a parada de ônibus, se perguntava se Jae-kyung realmente estava esperando na sua casa, se ficou do lado de fora ou invadiu o apartamento. Seus questionamentos foram respondidos ao observar o carro luxuoso do alfa dobrar a esquina e parar em frente à parada de ônibus, a janela desceu e o rosto atraente surgiu.

– Entra!

O fisioterapeuta se levantou e obedeceu, o rosto estava quente e vermelho, envergonhado pelas outras pessoas olhando curiosos para aquela interação, o carro luxuoso e o alfa gostoso dirigindo. Sentou no banco do carona, colocou o cinto, abraçava a mochila no colo.

– Sorte a sua que eu não encontrei o alfa no apartamento, o lugar também não estava marcado com cheiro – disse Jaekyung sem tirar os olhos da estrada.

– De que alfa tu tanto fala? – Dan olhou confuso para Jaekyung – Eu não tenho ninguém, nem cabeça para arrumar outro alfa, eu já tive problemas demais com você – revirou os olhos.

O lutador continuou dirigindo em silêncio, suspirou irritado, não queria dar informações demais para correr o risco que Dan fugisse novamente e fosse mais cuidadoso, dificultando seguir seu rastro.

– Pude ver que voltou a viver na pobreza, sua geladeira está quase vazia – resmungou o alfa – Vamos jantar antes de voltar pra aquele buraco.

– Você realmente entrou na minha casa? – Dan estava com os olhos arregalados assustado com isso.

O sorriso misterioso conseguiu ser mais assustador que a confirmação daquela informação, Dan engoliu em seco.

– O que quer de mim afinal? – perguntou com medo da resposta.

– Está muito apressado, mas você é o meu ômega quem vai parir o meu filho, o que será que eu devo querer?

– Eu sei que você não queria um ômega pra te prender, muito menos um filho, eu fugi, não pretendo contar pra ninguém, crio essa criança sem a sua ajuda – Dan falou rápido.

Jaekyung deveria ficar feliz e satisfeito com a resposta do ômega, porém apertou o volante bufando de raiva. Não houve resposta, Kim Dan preferiu assim, viu como o mais novo reagiu ao que disse, tinha medo do que faria e falaria.

– Chegamos.

Um restaurante bem iluminado, os dois desceram do carro e seguiram para a entrada, não havia escapatória para o ômega, estava apenas seguindo o fluxo e torcendo para não ser agredido. Jaekyung mantinha sua mão nas costas do ômega, sem nem perceber marcava o menor com o seu cheiro, era aceito e não incomodava Kim Dan, era reconfortante. Foi irresistível tanto para o lutador marcar o seu ômega com o seu cheiro, como também era incontrolável para Dan aceitar tudo aquilo, a marca sendo reativada aos poucos. Os dois homens se sentaram em uma mesa, um garçom se aproximou entregando o cardápio para os dois.

– Não, muito obrigado – Dan recusou.

– Prefere que eu escolha o que vai comer? Porque você não vai se entupir de miojo na sua casa – falou Jaekyung sem tirar os olhos do cardápio.

– Tudo bem, obrigado – Dan sorriu para o garçom quem concordou e se afastou.

– Salmão é sempre uma boa opção, mas eles também tem umas opções interessantes de porco – comentou Jaekyung.

– Esse comportamento me deixa ainda mais ansioso, eu quero entender o porquê de tudo isso – choramingou Dan.

– O que você vai querer comer? – sorriu ignorando as perguntas do menor.

O ômega mordeu o lábio, se sentia triste, ansioso, queria gritar na cara do homem a sua frente. Abaixou a cabeça, leu o cardápio e escolheu a opção mais segura que podia, algo que não pudesse causar problemas para o bebê. Ambos fizeram seus pedidos para o atendente, devolveram o cardápio e se encararam quando ficaram sozinhos.

– Ok, agora sim – o lutador ajeitou a própria postura – Você fugiu abandonando sua dívida comigo, rompendo nosso acordo.

– Eu não vou me desfazer do meu bebê – grunhiu Dan – Abata a dívida da pensão que não pagará para o meu filho durante a vida toda.

– Pra começar que eu não tenho certeza se esse bebê é realmente meu – acusou o alfa – Eu quero um exame de DNA pra ter certeza, afinal o detetive disse que você estava com um alfa.

Dan estava em choque, boquiaberto, deixou algumas lágrimas encherem seus olhos, odiava aquele homem que não perdia a oportunidade de humilha-lo.

– Me deixe em paz, deixe em paz essa criança e a minha avó, por favor – implorou Dan – Se for pelo dinheiro, eu vou trabalhar e te pagar, prometo.

– Eu vou te explicar o que vai acontecer pra você entender como não tem escolha – Jaekyung agarrou Dan pela nuca aproximando o rosto dos dois por cima da mesa, para as pessoas que viam era um casal afetuoso – Você vai fazer a merda do exame de DNA, caso o bebê seja meu eu farei o favor de te deixar ficar com ele, mas você volta comigo para Seoul cumprir o nosso acordo. Caso o bebê não seja meu, você vai abortar essa criança, voltará comigo de qualquer jeito e eu vou te fazer se arrepender do dia que descumpriu o nosso acordo – sorriu cínico depositando um selinho nos lábios macios do ômega – Se eu fosse você torceria para o bebê ser meu.

O ômega mantinha o maxilar travado, controlando a raiva que tomava conta de seus sentidos, a respiração pesada, lágrimas no limite, prontas para transbordar.

– Eu odeio você – resmungou Dan.

– Não considere fugir, fui tolo ao crer somente na sua palavra, vou ficar de olho em você – sorriu ajeitando algumas mechas de cabelo.

A cena até poderia parecer afetuosa para os outros, como um teatrinho barato para os demais presentes no restaurante. Kim Dan sentia pressão em seu peito, era assustador pensar que sua fuga foi frustrada e voltaria para a vida de puta de alguém, agora provavelmente seria em cárcere privado.

Desculpa, meu amor, espero poder cuidar de você em um ambiente melhor.

– Pelo visto a conexão voltou – sorriu Jaekyung ao ouvir o pensamento do ômega quem o olhava assustado.

Grávido (Jae-kyung/Kim Dan - Jinx)Onde histórias criam vida. Descubra agora