Capítulo Treze

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Os dois saíram de dentro do consultório, Dan sentia os feromônios do alfa dominarem seus sentidos, era confortável aquela sensação, mas não entendia o porquê de Jaekyung estar agindo assim. Jaekyung tentava controlar o sorriso que mantinha no rosto, o coração acelerado, ele não entendia o que estava sentindo, mas estava ansioso por ver o pequeno serzinho que estava se formando dentro do fisioterapeuta.

– O que foi? – perguntou o ômega quem estava desconfortável por sentir que a atenção do homem mais novo estava toda centrada em si.

– Vamos fazer compras – anunciou Jaekyung colocando a mão nas costas de Dan para guia-lo até o carro.

– Não precisa ficar me segurando, eu não vou fugir de ti aqui – reclamou o mais velho, mas sem se afastar.

– Não conseguiria de qualquer forma, ia fazer o quê? Correr? Que piada – revirou os olhos negros.

Valeria a pena se fosse pra me ver livre de um alfa abusivo como você.

– As vezes é difícil ser gentil contigo – bufou Jaekyung.

– Tô calado, não fui eu quem fez esse laço pra tu ouvir os meus pensamentos – deu de ombros irritado.

Dan estendeu o braço para abrir a porta quando a mão de Jaekyung chegou mais rápido, o alfa abriu a porta e depois entrou no carro. O fisioterapeuta ficou sem entender, era a primeira vez que o lutador abria a porta para si como forma de gentileza. Quando o lutador notou como Dan estava surpreso o olhando.

– Eu não sou um monstro, tu tá grávido – se justificou.

Para não discutir Dan apenas revirou os olhos e se concentrou na vista do lado de fora, percebeu que o lutador decidiu por um shopping sem avisar. Os dois caminharam pelo local lado a lado, sem se tocar dessa vez. Em silêncio o ômega seguia o alfa tentando entender o que o homem estava procurando, Jaekyung seguiu para uma loja colorida com roupas e brinquedos de crianças.

– Pra onde você tá indo? – perguntou Kim Dan curioso.

– Percebi que tu ainda não comprou nada pro bebê – comentou sem nem olhar para trás.

– Comprei sim, tenho algumas roupinhas e fraldas por enquanto – respondeu indignado.

– Onde ele vai dormir? Não tem um carrinho, um berço, uma bolsinha daquelas que colocam coisas de bebê, mamadeira – listou o lutador já dentro da loja.

– Oi, posso ajudar? – uma vendedora bem maquiada e com um sorriso bonito se aproximou dos dois homens.

– E desde quando isso é da tua conta? Não foi tu que disse que me mataria junto com o bebê caso não fosse teu filho? – rebateu Dan falando ao mesmo tempo que a vendedora.

O clima ficou tenso, o ambiente silencioso, Dan se sentiu envergonhado por ter falado aquilo alto no meio da loja e a vendedora não sabia como reagir àquela informação.

– Eu devo considerar essa uma confirmação que o filho não é meu? – debochou Joo Jaekyung – Já disse que eu não sou o monstro que tu pensa que eu sou – o alfa sorriu tentando suavizar o ambiente tenso, a vendedora sorriu nervosa – Viemos atrás de algumas coisas para o bebê.

Jaekyung seguiu a mulher pela loja enquanto Dan permanecia um pouco afastado, vendo as opções de coisas que podia comprar.

...

– Como você tá, meu filho? Esse brutamonte não está fazendo nada com você? – resmungou a idosa olhando raivosa para o alfa de nariz empinado parado atrás do neto.

– Saudades de quando a minha sogrinha tinha apenas elogios para o genro – Jaekyung revirou os olhos.

– Foi antes de descobrir que tu tava machucando o meu pequeno Dan – a ômega mantinha os olhos ferozes em cima do mais novo.

– Está se comportando, vovó, esteve ocupado comprando coisas para o bebê – respondeu Kim Dan ainda surpreso pela ação do lutador, o homem estava basicamente montando todo o quarto do bebê.

– Tudo muito colorido, ainda não sabemos o sexo, mas não vejo problemas de usar qualquer coisa – deu ombros com um brilho nos olhos.

A avó encarava-o sem entender, surpresa e confusa.

– Não era ele quem não queria ter filhos? – soltou.

– Eu também não tô entendendo nada, o que resta é aceitar – suspirou Dan cansado – Estamos indo buscar o resultado do exame de DNA.

– Tudo bem, querido, tome cuidado – pediu a senhora – Principalmente com esse do seu lado.

– Sim, senhora, amanhã eu volto – Dan se despediu com um beijo na testa enrrugada.

– E eu também, vovó – Jaekyung se aproximou somente para irritar a paciente, contudo a ômega aborrecida agarrou a orelha do homem.

– Trate bem o meu netinho, se não terei que te ensinar alguns modos, criança – ralhou a velhinha.

– Ai ai ai isso dói – reclamou o lutador, mas sem se mexer do lugar.

– Vovó pelo amor de Deus, ele é um lutador de MMA – gritou o ômega grávido enquanto tentava afastar a avó do alfa.

– Por mim ele podia ser o papa, tem que respeitar os mais velhos, deixar de ser um abusado e cuidar bem do seu ômega – a mulher estava firme na sua punição.

Joo Jaekyung levantou as mãos demonstrando que não revidaria os ataques da idosa, o que tranquilizou o ômega agitado. Por mais que o alfa estivesse com as orelhas vermelhas e doloridas, deixou a avó o punir sem reclamações.

...

Chegaram a clínica e Jaekyung desceu primeiro, abriu a porta para o mais velho e o ajudou a sair do carro. Entraram juntos e na própria recepção entregaram um envelope para eles, Jaekyung estava ansioso demais para esperar sair dali para verificar o resultado. Abriu o envelope branco, retirou uma folha dali e passou os olhos rapidamente pelas informações do ômega e dele próprio, leu diversas vezes a mesma frase até finalmente entender o resultado.

Dan roía as unhas ao seu lado, logicamente sabia o resultado daquele teste, mas não podia evitar a ansiedade pela reação do lutador quem baixou o papel e ficou um momento em silêncio. Era uma luta interna entre o alfa reconhecendo o ômega e a cria feliz, abanando o rabo e pulando de alegria e o lado humano nervoso e irritado por estar na situação que não queria para si, aquilo tudo poderia atrapalhar sua carreira.

– Se você me deixar ir, eu prometo que eu jamais vou te pedir nada, vai ser como se eu e o meu filho jamais tivéssemos existido na tua vida – afirmou Dan nervoso pela falta de reação e chuva de pensamentos que chegava pelo laço – Só não existe a opção de me livrar do meu bebê.

Não houve discussão, os lábios do alfa devoravam famintos os lábios do ômega. Jaekyung sentia o coração acelerado, um peso no estômago, nervoso por um futuro desconhecido e sentimentos ainda não explorados.

Grávido (Jae-kyung/Kim Dan - Jinx)Onde histórias criam vida. Descubra agora