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LIVIA'S POINT OF VIEW
Eu estava atrasada. Ah! Esqueci que o Téo tinha marcado de encontrar-se comigo na sorveteria.

Depois que eu me mudei para o lado torre, devido à problemas financeiros da minha mãe, nossa relação ficou muito mais difícil. Nosso contato era cada vez menor, ele se metia cada vez mais em problemas e discussões com o pessoal daqui do condomínio.

Temo que ele pense que quero trocá-lo definitivamente. Já brigamos tantas vezes por conta disso!

Eu amava nosso relacionamento e estar com ele também, mas essas nossas brigas têm me afetado de uma forma grande.

Agora, por que estou pensando nisso? Bem, do jeito que ele pensa em todo tipo de possibilidade, ele poderia pensar que eu esqueci do compromisso com ele, porque estava com o pessoal daqui.

E iríamos brigar de novo...

Meu celular não parava de chegar notificações dele. Perguntas do tipo "onde você está?" "Esqueceu do nosso encontro?"

Ok, confesso que quanto mais o celular vibrava no meu bolso, mais nervosa e ansiosa eu ficava.
Meus dedos se contorciam rapidamente, e minha respiração estava acelerada.

Peguei rapidamente minha bolsa, e fui do jeito que eu estava mesmo. Não estava tão arrumada, mas eu não estava com cabeça para pensar nisso agora.

— Mãe, vou sair! Mais tarde eu volto, está bem?— disse tentando não transparecer a ansiedade que eu estava sentindo e respirando fundo logo em seguida.

— Tudo bem, filha! Vai voltar para jantar?— disse minha mãe enquanto preparava algo no fogão.

— Creio que sim, mãe.— Digo indo em direção à porta.— Tchau!

— Ligue para mim qualquer coisa, certo? Vá com Deus!— mamãe abriu-me um sorriso simpático e fiz o mesmo logo em seguida de dizer "amém".

Saio pela porta com a cabeça a mil, e chamo o elevador. Depois que meu pai faleceu, minha mãe começou a desenvolver um relacionamento mais próximo de Deus, passou a levar-nos na igreja todos os domingos e isso era algo que eu amava. Faz-me muito bem.

Ellen também parece gostar. Já Karen, acho que nunca abriu o coração para Deus entrar e curar as feridas dela. Certamente parecem estar abertas até hoje.

Estava perdida em meus pensamentos, quando a porta do elevador abre, fazendo-me dar de cara com uma das pessoas mais irritantes que eu conheço.

Sim, o Alex.

Enquanto o elevador abria, ele me fitava com um olhar curioso e um sorriso debochado nos lábios.

Saio do meu pequeno transe e adentro no elevador, percebendo que o "T"- térreo já estava apertado.

O elevador fecha, e permanecemos em um silêncio constrangedor. Até que Ferrari faz o "favor" de quebrá-lo.

— Sua mãe não te deu educação? Diz-se "boa tarde" quando entra no elevador.— disse com uma risada provocadora.

— Boa tarde. Satisfeito?— Dei um sorriso debochado.

— Bastante.— responde-me quase que com um sussurro, e ficamos em silêncio de novo.

Olhei para o rosto dele e ele franzia levemente as sobrancelhas, enquanto estava com os braços cruzados e olhando para frente. Ele parecia pensativo. Mas mesmo assim não disse mais nada.

Olhei para o pulso para checar a hora. 15:30. Ah, não. Estava 30 minutos atrasados e o Téo ficará certamente muito irritado comigo.

Bufei com um tom de preocupação e olhei para baixo. Acho que esse meu gesto chamou muito a atenção, pois o moreno dos olhos castanhos dirigiu quase que imediatamente o seu olhar para mim e perguntou:

ELEVATOR- lilex.Onde histórias criam vida. Descubra agora