LIVIA'S POINT OF VIEW
Abri os olhos com certa dificuldade e com uma enorme dor de cabeça, nossa, como latejava.
Eu ainda estava meio zonza e me vi encarando o teto.
Olhei ao redor, em busca de qualquer pista de onde eu pudesse estar.
Olhando os balcões, maletas de primeiros socorros, maca, estetoscópio, pude notar que estava na enfermaria do sec.
Olhei para a porta, mexendo a cabeça com certa dificuldade, e vi Alex olhando desesperadamente para os lados do corredor, em busca de qualquer pessoa que pudesse vir aqui me socorrer.
Ah, agora lembrei. Foi a bolada. Suspirei fundo, e sentei na maca sentindo mais dor.
Passei a mão pela minha bochecha e senti algo molhado. Quando vi o líquido vermelho escorrendo pelas pontas dos meus dedos, arregalei os olhos.
— Alex...- chamei, tentando falar com certa dificuldade, e no mesmo instante em que pronunciei seu nome, o moreno dos olhos escuros virou-se bruscamente em minha direção.
— Livia.— falou ele pontualmente, e veio caminhando com certa velocidade até chegar perto o suficiente de mim.— onde está sua mãe? Ela não devia estar trabalhando aqui esta hora?
Parei para pensar. A esta hora, ela deveria estar na casa da tia Amanda, provavelmente batendo papo e perdendo o horário. Ela sempre faz isso.
Não é sempre que alguém aqui precisa de primeiros socorros de forma grave, então meio que ela deixou folgar.
Não que isso seja certo.
— Ela certamente está na casa da mãe do Téo.
— Ah.— ele falou, e olhou para baixo, parecendo pensar um pouco.— você sabe onde ela guarda gazes, curativos e remédios?
— Acho que na primeira gaveta da bancada à sua esquerda.— chutei, porque eu tinha uma vaga lembrança dela cuidando dos meus ferimentos no joelho, enquanto jogávamos vôlei.
Hoje lembrar disso era engraçado. Mas na hora, podem acreditar, doeu muito.
Bingo. Ele pegou uma caixa, que nela continha o que era necessário para cuidar de ferimentos, arranhões, cortes e enfim.
Ele aproximou-se de mim, bem perto do meu rosto e começou a encarar meu ferimento, parecendo analisa-lo um pouco.
— Acho que foi algo bem superficial.— comentou ele, enquanto ia em direção a pia e lavava suas mãos. Depois disso, o vi encher uma bacia com um pouco de água e trazer um pano meio úmido para perto de onde eu estava.— vou logo avisando que isso pode doer um pouco.
Assenti, maneando de leve a cabeça, enquanto ele aproximava o pano úmido da minha testa.
Fechei os olhos com força quando senti o tecido molhado tocar a minha pele. Ah, como isso ardia!
Ele pegou o pano e o molhou novamente na água, repetindo esse gesto algumas vezes.
Meu Deus do Céu, que dor insuportável!
Estava fazendo o possível para não recuar ou fazer qualquer movimentação que atrapalhasse seu trabalho.
Espera... como ele sabia dessas coisas?
Comecei a pensar, e olhei para seu rosto. Percebi que sua língua estava um pouco para fora do lábio, e seus olhos muito atentos ao que estava fazendo. Isso me fez esquecer um pouco da dor e sorrir um pouco.
— O que foi?— perguntou ele com a expressão confusa.
— Essa sua cara de concentração.— comentei, dando um sorriso sem mostrar os dentes e continuei.- é engraçada.
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ELEVATOR- lilex.
FanfictionEnfrentando problemas no seu relacionamento, e assombrada por traumas do seu passado, Livia fica presa no elevador com o garoto com quem seu namorado mais tinha intrigas.