capítulo 3

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Noah narrando 🥀
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Estou passeando pelas ruas históricas da Itália, aproveitando o sol quente e a brisa suave do Mediterrâneo, quando meu celular vibra no bolso. Ao olhar, vejo que é uma chamada do meu pai. Um calafrio percorre minha espinha; algo deve estar acontecendo.

- Oi, pai. Aconteceu alguma coisa para o senhor estar me ligando? - pergunto, tentando manter a calma, mas meu coração acelera.

- Oi, Noah. Não se preocupe, mas precisamos conversar. Bom, vou direto ao assunto: vou me aposentar e você terá que voltar para Chicago. Já comprei uma passagem para você, e será melhor se pegar o primeiro voo.

Um peso cai sobre meus ombros. O que isso significa para mim? Para a minha vida na Itália? Suspiro, tentando processar a informação.

- Ok, pai. - Desligo o telefone e olho pela janela, observando a beleza do lugar, agora com um gosto amargo na boca.

Arrumo minhas coisas rapidamente, sabendo que a liberdade que encontrei aqui está prestes a acabar. A Itália era meu refúgio, um lugar onde construí minha identidade longe das sombras da família. Pego um táxi e sigo para o aeroporto, cercado por seguranças que meu pai insistiu em contratar. Não sou famoso, mas para ele, sempre fui.

O voo é longo, 14 horas de introspecção. Penso na vida que deixo para trás e no que me espera em Chicago. Quando finalmente pouso, uma horda de repórteres aguarda.

Repórter 1: Por que o senhor voltou para Chicago?
Repórter 2: Aconteceu algo para o senhor ter voltado?
Repórter 3: Depois de tantos anos, por que agora, senhor Sullivan?

Minhas seguranças se esforçam para abrir caminho até o carro que está me esperando. A adrenalina corre em minhas veias enquanto ignoro as perguntas. Chego na casa dos meus pais e sou recebido pela minha mãe.

- Noah, meu menino! Que saudades que eu estava. - Ela me abraça forte, e a familiaridade do lar me envolve.

- Oi, mãe. - Tento sorrir, mas a tensão no ar é palpável.

- Você está lindo! Espero que você e a Maya voltem logo... Ou por acaso tem alguma mulher na sua vida?

A menção de Maya me atinge como uma flecha. A única mulher que nunca consegui esquecer.

- Não, mãe. Ainda não tenho uma mulher... - Digo, forçando um sorriso.

- Olá, Noah! - Miguel aparece e me puxa para um abraço. - Quanto tempo! Você mudou bastante.

- Oi, maninho. - O abraço me faz sentir um pouco mais leve. - E você cresceu pra caramba!

Sentamos no sofá da sala. Dona Lúcia aparece, sempre pronta para dar sua opinião.

- Se você não tivesse mudado para a Itália, veria mais mudanças ao seu redor. - A lembrança do passado pesa, mas não tenho tempo para isso agora.

- Mãe, não vamos falar sobre isso. - Digo, tentando evitar a discussão. - O pai já chegou ou ainda está na empresa?

- Ele ainda está na empresa, mas deve chegar logo. - Miguel diz, olhando para o relógio.

O tempo passa, e logo o momento da reunião chega. A inquietação me consome. O pai entra em casa, e os outros já estão à mesa. A atmosfera é tensa, e todos esperam o que ele tem a dizer.

- Bom, eu tenho um anúncio importante. Vou me aposentar e um de meus filhos ficará no meu lugar. - Ele diz, e o silêncio se instala.

Os olhares se cruzam, e sinto o peso da responsabilidade. Alan, sempre o mais ambicioso, não perde tempo.

- Como assim o Noah vai ficar no comando da empresa? Eu sempre estive aqui quando precisou. Ele não sabe nem comandar a própria vida! - A raiva na voz dele é inegável.

- Alan, já chega. - O pai interrompe. - Já tomei minha decisão, queira você goste ou não.

Alan se levanta furioso e sai, batendo a porta. Sinto um misto de ansiedade e excitação. E se isso der certo? Após o jantar, decido voltar para minha nova casa no condomínio, ainda em construção.

Assim que entro, o espaço vazio ecoa. Um novo começo. Sigo para o quarto, tomo um banho demorado, pensando sobre as mudanças à frente. A vida que deixei para trás e a que agora está diante de mim.

Dia seguinte

Acordo, me arrumo e sigo para a empresa. Assim que chego, estaciono o carro e me dirijo ao elevador. O dia está apenas começando quando sinto alguém esbarrar em mim.

- Desculpa, você se machucou? - Pergunto, reconhecendo a voz.

Olho para baixo e vejo Maya, o tempo parece parar. Ela sempre teve esse efeito sobre mim.

- Me desculpa, eu não reparei que você estava parado aí. - Ela diz, ainda atordoada.

- Você colidiu contra minhas costas, você está bem? - Questiono, sentindo um misto de preocupação e alegria por vê-la.

- Você chama isso de costas? - Ela ri, quebrando o gelo. - Isso para mim é uma parede de tão dura, mas sim, estou bem. Obrigada por perguntar.

O elevador chega, e entramos. Não consigo evitar de elogiá-la.

- Você mudou. Está ainda mais bonita. - O que estou dizendo? O que estou pensando?

- Eu entendi, Noah. - Ela ri. - Você também está bonito.

Assim que o elevador para, nos dirigimos à sala de reunião. Quando meu pai faz o anúncio, sinto que o tempo se estende.

- Noah irá ficar no meu lugar e assumirá a partir de segunda-feira o cargo na empresa. - Meu pai continua.

O olhar de Maya é um misto de surpresa e apoio, e isso me dá força.

Após a reunião, caminho para a sala de Maya, desejando que ela ainda sinta algo por mim. Ao entrar, ela me observa com uma mistura de ironia e interesse.

- Oi, senhor Sullivan. A que devo sua ilustre presença no meu humilde escritório?

- Não precisa me chamar de senhor Sullivan, Maya. - Sorrio, tentando quebrar a tensão.

- Ok, então, Noah. O que faz na minha sala? - Ela pergunta, mantendo a postura.

- Vim te chamar para almoçar. - Digo, esperando que ela aceite.

- Gentileza sua, mas eu já almocei. - Ela responde em tom formal, mas há um brilho nos olhos dela que não consigo ignorar.

- Desculpa, pensei que, já que faz tempo que não te vejo, poderíamos relembrar os velhos tempos. - A sinceridade me escapa, mas ela não parece disposta a ceder.

Ela não diz mais nada, apenas observa enquanto me levanto e deixo a sala. O desejo de estar com ela ainda arde em mim. Sigo para o elevador, pensando na vida que se desdobrava diante de nós.

Quando chego em casa mais tarde, Alan aparece na porta.

- O pai está chamando, ele quer jantar com a gente. - Ele diz, e eu percebo que, não importa o que aconteça, a vida continua.

 - Ele diz, e eu percebo que, não importa o que aconteça, a vida continua

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