capítulo 12

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Dia seguinte

Acordo e percebo que o espaço ao meu lado na cama está vazio. Noah já deve ter se levantado há algum tempo. Estico-me preguiçosamente, apreciando o silêncio matinal, antes de me levantar e seguir para o banheiro. Faço minha higiene e escolho uma roupa leve para o dia de praia que nos espera.

Quando saio do quarto, vejo Noah na sala, mexendo no celular. Ele ergue o olhar assim que me vê e sorri.

- Bom dia - ele diz, largando o celular na mesinha de centro e se levantando para me dar um beijo suave na testa.

- Bom dia. Por que não me acordou? - pergunto, ajeitando o cabelo, tentando esconder a leve surpresa por ele estar tão carinhoso logo cedo.

- Você parecia cansada, então resolvi deixar você descansar um pouco mais - ele responde, me observando com um olhar caloroso.

- E o pessoal? - pergunto, olhando em volta, percebendo o silêncio ao nosso redor.

- Estão na área da piscina. Eu estava esperando você acordar para tomarmos café da manhã juntos - ele responde casualmente, mas o gesto de esperar por mim aquece meu coração.

- Esperou por mim? - repito, surpresa, deixando um sorriso escapar.

- Pois é - ele dá de ombros, com um sorriso no canto dos lábios. - Tem bolo de cenoura com cobertura de chocolate.

Rindo, seguimos para a cozinha e tomamos café juntos, entre conversas leves e risadas. A conexão entre nós parece mais tranquila, sem a tensão do dia anterior.

Mais tarde, nos juntamos ao restante da família na área da piscina, onde todos parecem relaxados e despreocupados. A tarde passa voando, e, na hora do almoço, Dona Lúcia, Charlotte e eu fomos para a cozinha preparar a comida, enquanto os meninos assumiam a churrasqueira.

- Ah, Maya, por mim, eu teria você como nora novamente - Dona Lúcia comenta, cortando legumes para a salada de maionese, o olhar carinhoso e acolhedor.

Dou um sorriso, mas antes que pudesse responder, Charlotte, sempre rápida em se intrometer, interrompe.

- Pensei que a Maya já fosse sua nora, Lúcia. Ela dorme com o Noah, eles se beijam... Com certeza fazem coisas que namorados normalmente fazem enquanto estão sozinhos no quarto - ela comenta com um ar provocativo.

Minha paciência com Charlotte sempre foi curta. Respiro fundo antes de responder.

- Charlotte, o que acontece entre mim e o Noah fica entre eu e ele, não é da sua conta - digo, com um tom firme.

O clima fica um pouco tenso, mas logo Miguel entra na cozinha, alheio à pequena troca de farpas.

- Oi, garotas. Meu pai tá perguntando se vai demorar muito - ele diz, sem perceber a atmosfera um pouco carregada.

- Estamos terminando agora. Vamos levar isso lá fora - Dona Lúcia responde, já se movendo para organizar a comida.

Levamos o arroz, maionese e bebidas para a mesa na área externa, enquanto os garotos colocam a carne na churrasqueira. O almoço é agradável, cheio de risadas e conversas leves, e logo nos dividimos para arrumar a bagunça. Eu fico encarregada de lavar a louça, enquanto Charlotte varre a casa, e Dona Lúcia arruma a mesa.

Enquanto estou terminando de lavar a louça, sinto braços quentes me envolverem por trás. Noah me abraça, deixando um beijo suave em minha bochecha.

- Estava com saudades - ele murmura no meu ouvido, e o calor da sua voz me faz arrepiar.

- A gente acabou de se ver - respondo com um sorriso, me virando para olhá-lo de frente.

- Eu sei, mas pareceu uma eternidade - ele diz com aquele olhar intenso que só ele tem, me fazendo sentir um misto de conforto e nervosismo.

- Que tal sairmos hoje à noite? - ele sugere, casualmente, mas com aquele brilho no olhar.

- E para onde iríamos? - pergunto, já antecipando a resposta.

- Pensei em te levar para jantar no restaurante brasileiro que você ama - ele responde, com um sorriso que diz que ele já sabia que eu aceitaria.

- Ok, está combinado - digo, sorrindo.

Noah parece satisfeito com a resposta, e eu subo para me arrumar. Algumas horas depois, já vestida com uma roupa confortável e leve, estou terminando de arrumar o cabelo quando Noah entra no quarto.

- Tá pronta? - ele pergunta, sentando-se na cama, os olhos passeando sobre mim.

- Sim, só dando os últimos retoques - digo, passando um pouco de gloss nos lábios.

- Você está perfeita - ele diz, me olhando de uma forma que me faz desviar o olhar por um segundo, sentindo o rosto esquentar levemente.

- Obrigada - respondo, tentando parecer mais casual do que me sinto.

Seguimos para o carro, e Noah, como sempre, abre a porta do passageiro para mim. Ele dirige em silêncio, mas o ambiente entre nós está confortável. Quando chegamos ao restaurante, somos guiados até uma mesa aconchegante em um canto mais reservado.

O ambiente é acolhedor, com luzes suaves e música ao fundo, criando o clima perfeito. Sentamos e começamos a olhar o menu.

- Você sabe que eu já conheço o seu pedido, certo? - Noah diz, sorrindo por trás do menu.

- Ah é? Então me diga, o que eu vou pedir? - pergunto, levantando uma sobrancelha, provocativa.

- Picanha ao ponto, arroz, feijão e farofa... E, de sobremesa, brigadeiro - ele responde, sem hesitar.

- Tô impressionada - digo, rindo. - Mas é, você acertou.

O jantar segue tranquilo, cheio de conversas sobre o passado, nossos planos e risadas sobre momentos constrangedores. Conforme a noite avança, sinto uma conexão mais profunda se estabelecendo entre nós. Ele fala sobre seus sonhos, seus medos e o que espera do futuro, e me surpreendo com a vulnerabilidade que ele demonstra.

Quando terminamos a refeição, Noah insiste em me levar até a beira da praia, que fica logo atrás do restaurante. Caminhamos em silêncio, apenas ouvindo o som das ondas, enquanto as estrelas brilham acima de nós.

- Sabe, Maya... - ele começa, parando e segurando minha mão. - Eu não quero que o que temos seja passageiro. Quero que dure.

Olho para ele, surpresa com a seriedade em sua voz.

- Eu também não quero que seja algo passageiro, Noah - respondo, sentindo meu coração acelerar.

Ele se aproxima, e, naquele momento, tudo ao nosso redor parece desaparecer. Seus lábios encontram os meus em um beijo suave, mas cheio de significado, como se estivesse selando uma promessa.

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