capítulo 17

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Noah narrando 🥀
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Assim que entro em casa, ligo imediatamente para o Vitor, meu braço direito na gangue. O coração acelera, a mente ainda martelando as consequências da noite anterior.

— Alô, Noah. Desculpa ter te mandado mensagem naquela hora — a voz dele é ansiosa, quase trêmula.

— Fala logo, o que é tão urgente para você ter mandado mensagem? — Respondo, tentando conter a irritação que fervilha dentro de mim.

— Ok, então... Como eu poderia explicar sem parecer que estou errado...

— Fala logo o que aconteceu, Vitor. Não tenho a noite toda.

— A polícia descobriu nosso ponto no cais e os convés dos navios que estavam transportando a mercadoria. Infelizmente, não chegaram ao destino desejado.

Uma onda de frustração me invade.

— Quanto, mais ou menos, os danos que a gente levou com isso? — Pergunto, já sabendo que a resposta não será boa.

— Pelos cálculos do Dilan, cerca de 1,9 milhões.

— Porra... Isso é muito dinheiro. Dá um jeito de reparar esse dano.

— Tô fazendo meu melhor, Noah.

— Parece que o "seu melhor" não está sendo suficiente. — Passo a mão pelo cabelo, o desespero se misturando à raiva. — Meu pai já sabe disso?

— Não, queria que você soubesse primeiro.

— Ok. Ele vai ficar puto comigo... E o Alan vai esfregar isso na minha cara. Merda... Se isso é tudo, tchau.

— Tchau, vou me virar aqui.

Desligo o telefone, subo para tomar um banho rápido e me visto com uma roupa confortável, tentando deixar a frustração de lado. Mesmo com a cabeça cheia, sigo para a casa da Maya, como se ela pudesse me dar a paz que eu tanto preciso.

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Na casa da Maya

Estamos deitados no sofá, com ela aconchegada ao meu lado. O filme Jogos Mortais rola na tela, mas minha mente está longe, perdida nas consequências do que aconteceu. Cada grito e cada cena perturbadora fazem Maya fazer caretas de nojo ou fechar os olhos, buscando escapar da brutalidade na tela. Eu deveria estar rindo, fazendo piadas, mas não consigo.

Quando o filme finalmente termina, subimos para o quarto e nos deitamos na cama. Maya me olha, seus olhos perspicazes penetrando na minha fachada.

— O que aconteceu? — Sua voz é suave, mas carregada de preocupação.

Olho para ela, tentando manter a máscara de normalidade. — Como assim? Não aconteceu nada.

— Aconteceu sim. Você está estranho desde quechegou. Tem algo te incomodando. Eu te conheço, Noah.

A verdade é que eu não sei como compartilhar o que estou sentindo.

— Acho melhor a gente dormir. Amanhã é outro dia. — Tento mudar de assunto, mas a ansiedade se acumula entre nós.

— Você está tentando fugir do assunto, Noah.

— Não tô fugindo do assunto. — Minto, sentindo o peso da culpa. — Só não vou falar para não te preocupar.

— É algo relacionado com a empresa?

— Não. — A resposta sai mais rápida do que eu gostaria. — Pelo menos, não ainda.

Ela se inclina mais perto, sua presença é um conforto que não consigo ignorar. — Você sabe que pode falar comigo sobre tudo, né?

— Eu sei. — Digo, tentando tranquilizá-la. A verdade é que a pressão aumenta dentro de mim. Deitados na cama, eu a abraço, buscando algum conforto em seu calor. O cheiro dela é familiar, e por um momento, me sinto protegido. — Boa noite, meu amor.

— Boa noite, Noah. — Ela responde, sua voz suave, mas ainda sinto que algo paira entre nós, uma sombra que não conseguimos dissipar.

Enquanto os minutos passam, eu me perco em pensamentos, incapaz de dormir. A pressão do que aconteceu se transforma em um nó no meu estômago. Como vou enfrentar meu pai? E o Alan? Eles não vão deixar barato. Mas, ao mesmo tempo, não quero que Maya carregue esse peso. Não quero que ela seja arrastada para a escuridão da minha vida.

Na escuridão do quarto, enquanto a respiração dela se torna suave e rítmica ao meu lado, vou encontrar uma maneira de resolver isso. Para mim, para ela, para todos nós. E, no fundo, sei que, por mais complicado que seja, preciso ser forte, não só por mim, mas por ela também.

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Meu Antigo Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora