Meu Antigo Amor

capítulo 15

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De manhã

Abro os olhos lentamente, sentindo o calor suave do sol filtrando pela janela. Percebo que estou sozinha na cama. Quando me preparo para levantar, Noah entra no quarto com um sorriso no rosto, segurando uma bandeja.

— Bom dia, meu amor — ele diz, se aproximando para me dar um selinho suave. — Trouxe seu café da manhã. Dormiu bem, princesa?

— Bom dia — respondo, com um sorriso tímido, enquanto aceito a bandeja. — Obrigada pelo café. Dormi bem e você?

— Também, sabendo que estava ao seu lado — ele responde, com um olhar carinhoso.

Enquanto eu tomo o café, um silêncio confortável paira no ar. Mas antes que eu termine, Dona Lúcia surge na porta com um sorriso maroto nos lábios, fazendo meu coração acelerar um pouco.

— Bom dia, pombinhos! — ela brinca, com o olhar travesso de sempre. — Vamos aproveitar o dia ao máximo, hein? É o nosso último aqui... ou quem sabe vocês não queiram prolongar a estadia.

Noah suspira, rolando os olhos.

— O que a senhora está insinuando, mãe?

— Eu? Nada! Só que, pela madrugada, parecia que a festa estava boa por aqui — ela responde, com uma piscadela.

Minhas mãos disparam para cobrir o rosto, que deve estar tão vermelho quanto o sol nascente. Eu sussurro, envergonhada

— A senhora ouviu?

— Oh, querida, calma. Eu só estava passando para ir para a cozinha, e o quarto de vocês é no andar de baixo... talvez tenha escutado uma coisinha ou outra...

— Mãe! — Noah a repreende, ainda que rindo.

— Não é nada para se envergonhar, Maya — Dona Lúcia continua, como se nada fosse. — Quando as pessoas se amam, fazem coisas de casal. Muito natural.

— Tá bom, mãe, chega! — Noah gentilmente a empurra para fora do quarto, fechando a porta atrás dela.

Fico deitada, mortificada.

— Só espero que ela tenha sido a única a ouvir... vai ser horrível encarar sua família agora — digo, mordendo o lábio, tentando conter a vergonha.

Noah se senta ao meu lado, me puxando para mais perto e segurando minha mão com firmeza.

— Meu amor — ele diz, com um olhar sério. — Não é a primeira vez que fazemos isso, e mesmo que fosse, eles não vão falar nada. Prometo que está tudo bem.

Termino meu café e vou ao banheiro para me recompor. Coloco meu biquíni favorito e respiro fundo, decidida a deixar o embaraço para trás. O dia está lindo, com o sol brilhando alto no céu. Perfeito para relaxar na piscina.

No almoço

A área externa está movimentada. Estamos todos juntos, cozinhando e compartilhando as tarefas. Dona Lúcia comanda a grelha como uma chefe, e o clima é leve e divertido. Mas conforme a tarde passa, noto que a tensão entre Noah e Alan, ainda está no ar, pairando como uma sombra entre eles.

Mais tarde

De volta ao quarto, começo a arrumar minhas malas, meu humor um pouco mais sombrio agora que a partida se aproxima. Saímos às 18h25. Noah já terminou de arrumar as malas dele e, me oferece ajuda.

— Quer que eu leve as bolsas para o carro?

— Claro, obrigada — respondo, aceitando a ajuda com um sorriso cansado.

Ele pega nossas bolsas e vai em direção ao carro. Quando chego lá, toda a família de Noah já está reunida perto dos veículos, prontos para partir. O ambiente, no entanto, está carregado.

— Tudo pronto? — o senhor John, pai de Noah, pergunta.

— Sim — Noah responde, fechando o porta-malas com força, talvez com mais intensidade do que o necessário. — Só estamos esperando o Alan e a Charlotte.

O olhar de Alan é frio quando ele finalmente aparece. Ele nunca foi capaz de disfarçar seu ressentimento desde que Noah herdou a Modas & Estilos Sullivan, a joia da família. Alan passa por Noah sem sequer olhar para ele.

— Não precisavam ter esperado por nós — ele diz, com um suspiro audível. — Afinal, o grande herdeiro dos negócios Sullivan tem assuntos mais importantes a resolver. Ou, quem sabe, segredos de família a proteger.

Uma onda de ansiedade sobe pela minha espinha, e antes que eu possa reagir, Noah responde com uma calma que me surpreende.

— Alan, eu sei que temos nossas diferenças. Mas não quero que isso afete nossa família.

Alan ri, amargo.

— Família? — ele rebate, lançando olhares significativos entre mim e Noah. — Lembre-se, Noah, que família vai além do sangue. Lealdade se conquista.

A tensão está quase palpável, mas Miguel, o outro irmão de Noah, intervém com sua típica diplomacia.

— Alan, eu entendo o que você está dizendo. Mas isso não precisa ser uma guerra. Podemos achar uma forma de manter a família unida. —Miguel fala.

Charlotte toca o braço de Alan suavemente, sua voz doce tentando apaziguar a situação.

— Miguel tem razão. Independentemente dos negócios, o que importa é nossa união.

Alan observa Charlotte por um longo momento antes de suspirar, parecendo finalmente ceder um pouco.

— Vocês têm uma habilidade irritante de me fazer reconsiderar minhas posições. Mas não se engane, Noah — ele diz, olhando diretamente para o irmão. — Estou atento. E vou garantir que nossa família não desmorone.

Noah assente, firme.

— Eu farei o possível para provar que estou comprometido com a família, Alan.

Algumas horas depois

Já em casa, sinto a paz voltar enquanto tomo um banho quente e desfazo minhas malas. Noah foi para a casa dele, e estou finalmente sozinha.

Olho para o relógio: 19h43. Hora perfeita para relaxar.

Preparo uma pipoca de micro-ondas, sento no sofá com meu notebook e me ponho a organizar um pouco de trabalho. Amanhã é sábado, e estou planejando tirar o dia só para mim. Posto uma foto nossa da praia no Instagram, e ao ver os comentários de amigos, sorrio. Apesar de tudo, o dia foi bom, e meu coração está em paz — pelo menos por agora.

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