Meu Antigo Amor

capítulo 11

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Dia seguinte

Acordo com o sol entrando pelas frestas da janela. Faço minha higiene matinal rapidamente e, enquanto estou quase na cozinha, a campainha toca. Vou até a porta e a abro, vendo Noah e Miguel sorrindo do outro lado.

- Oi, Noah, oi Miguel - digo, encostando na porta com um leve sorriso.

- E aí, bora? Já tá pronta? - Noah pergunta, olhando-me de cima a baixo com aquele olhar familiar, que sempre me deixa sem graça.

- Eu acabei de acordar, acredita? - dou uma risada. - Tô indo tomar café agora.

- Toma lá em casa, a gente também vai tomar café agora - Miguel sugere com um aceno de cabeça.

- Hmm, tentador... tá bom, mas me ajudem com as minhas mochilas? - olho diretamente para Noah, provocando.

- Claro - ele responde sem hesitar, pegando as duas bolsas que deixei próximas à escada, o que me dá tempo para observá-lo de relance, sem ser muito óbvia.

- Espero estar levando coisas suficientes... - comento, quase como um pensamento em voz alta.

Noah apenas dá um meio sorriso enquanto carrega as mochilas em direção à porta. É impressionante como ele faz parecer tão fácil.

- E então? Vem com a gente ou vai tomar café aí sozinha? - Noah pergunta com uma piscadela, já saindo com Miguel.

Meu Deus, que homem... - penso enquanto disfarço meu olhar.

- Vou com vocês - digo, pegando a chave da porta. Desligo as luzes, tranco tudo e sigo os dois até a casa dos Sullivans.

Quando chegamos, noto Alan e Charlotte no sofá da sala, em um silêncio estranho, que só é interrompido por Dona Lúcia me arrastando para a cozinha.

- Maya, que bom que você chegou! Vamos tomar café? - ela diz, toda animada.

Após um café da manhã agradável, começamos a arrumar tudo no carro. John se certifica de que tudo está no lugar, enquanto Noah parece impaciente.

- Eu posso ir com o meu carro - comento, tentando escapar da pressão do carro cheio.

- Boa ideia, vou com você - Noah se adianta, e é impossível não notar o tom que ele usou, como se essa fosse a única opção aceitável.

John sugere que caberíamos todos no carro, mas Noah insiste em ir comigo. Quando voltamos para minha casa para pegar o carro, Noah já está jogando suas bolsas no porta-malas sem pedir.

- Prontos? - John pergunta, do carro da frente.

- Prontos! - respondo, ligando o motor e seguindo em direção à estrada.

Enquanto dirijo, a tensão entre Noah e eu é palpável. O rádio toca uma música suave, mas o silêncio entre nós parece muito mais alto.

- Animada para um dia na praia? O clima está perfeito - tento quebrar o gelo.

- Muito. Preciso relaxar um pouco - Noah responde com um sorriso que quase me desarma. Ele me olha de lado, como se quisesse dizer mais, mas se contém.

Chegamos à casa de praia dos Sullivans, e a vista é de tirar o fôlego. O mar está calmo, e a brisa carrega aquele cheiro característico de sal e verão.

Depois de descarregar o carro, caminhei em direção à praia com Noah e o restante da família.

- O mar está lindo hoje. Vamos montar as cadeiras? - sugiro, tentando desviar o foco da tensão entre Noah e eu.

- Boa ideia, Maya. John, ajuda a montar tudo - Dona Lúcia ordena enquanto Miguel e Noah trocam sorrisos.

Quando finalmente estamos sentados nas cadeiras, admirando o horizonte, Miguel grita da água.

- Ei, casal apaixonado! Estão prontos para se juntar a nós?

Antes que eu pudesse responder, Noah me puxa pela mão, e corremos em direção ao mar, rindo como se fôssemos crianças novamente.

A tarde passa em uma mistura de diversão e olhares trocados. No entanto, ao voltar para a casa, a tensão entre Noah e eu volta a crescer.

- Você vai dormir no meu quarto hoje - Noah sussurra enquanto subimos as escadas, me pegando desprevenida.

- Tá bom - respondo sem hesitar, mas sentindo o frio na barriga.

- Nenhum protesto? - ele pergunta, surpreso, levantando uma sobrancelha.

- Você quer que eu proteste? Prefere que eu vá para outro quarto? - provoco, esperando sua reação.

- Claro que não - ele diz rapidamente, o tom de voz baixo e sério.

Noah pega nossas bolsas e vai direto para o quarto, e eu sigo para o banheiro, ansiosa por um banho relaxante. Quando saio, vestida com uma roupa confortável, Noah já está esperando sua vez. Ele passa por mim no corredor, seu perfume fresco me atingindo de forma quase embriagante.

Isso vai ser complicado...

Pouco depois, já prontos, vamos juntos para o jantar. A sala de jantar está iluminada e acolhedora, mas o ar parece pesado quando Alan e Charlotte chegam, claramente desconfortáveis.

- Acho que eles não vão ficar muito - Miguel cochicha, enquanto mexe no celular. Algo estava no ar.

Após um jantar delicioso, voltamos ao quarto. Faço minha higiene rapidamente e vou para a cama, pegando o celular para distrair meus pensamentos. Noah se deita ao meu lado, o colchão afundando com seu peso. Quando olho para ele, vejo que está me observando com uma intensidade que quase me assusta.

- O que foi? - pergunto, tentando ignorar o coração acelerado.

- Nada... Só estou te admirando - ele diz, sua voz grave e suave ao mesmo tempo. - Estava pensando em como esperei por esse momento. Ter você aqui, comigo. Só nós dois.

Sinto minhas bochechas esquentarem. Dou uma risada curta, tentando disfarçar o quanto aquelas palavras me afetam.

- Vamos dormir. Boa noite, Noah.

Ele se inclina e deposita um beijo suave na minha testa.

- Boa noite, meu amor.

Fecho os olhos, mas o peso das palavras dele fica ecoando na minha mente. Saber que a distância entre nós está diminuindo... e que isso pode ser inevitável.

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