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── Preciso dar uma saída

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── Preciso dar uma saída. ── Fui em direção a minha mesa de trabalho e agarrei meu caderno de anotações. ── Vou em casa. ──

── Andando? ── Georg se levantou com uma cara de confuso.

── É o jeito. ── Prendi meu cabelo e abri o caderno.

Merda, a receita não tá aqui.

Coloquei o objeto na bolsa e fui em direção a porta. ── Estou aqui a uma da tarde. ──

── Vou com você! ── Georg tentou prender o cabelo com um amarrador imaginário.

── Não precisa. ── Dei um sorriso agradecida e abri a porta. ── Cuida deles. ──

Não estou preocupada com eles, e sim com a minha situação.

Ir na farmácia era o mais importante agora e principalmente, conseguir o medicamento sem uma receita. Admito que ser orgulhosa é difícil, não para mim, mas para os outros que tem que lidar com isso. Eu amo ser do jeito que sou, apesar de ser taxada como a perfeitinha, mesmo não sendo.. bom, em alguns quesitos.

── Você não tem a receita ai mesmo? ── A mulher baixou seus óculos e olhava para minha bolsa.

Balancei a cabeça negativamente. ── Não, e estou muito longe de casa para ir buscar. ──

── Não posso te ceder uma medicação forte dessas sem a recomendação de um psicólogo, me desculpe moça. ── Ela levou seu olhar para o computador em sua frente.

── Você não tá entendendo! ── Bati minha mão de leve no balcão. ── Eu preciso dessa medicação. ──

── Não tem nenhuma farmácia perto da sua casa? ── Ela me encarou. ── Remédio para bipolaridade é algo sério e forte, não posso te dar desse jeito, poderia te prejudicar e me prejudicar. ──

Respirei fundo e assenti com a cabeça. ── No dia que meu carro sair do concerto, eu passo na farmácia mais próxima. ──

Daqui dois meses.

── Tenha um bom dia. ── A mulher disse de uma forma grosseira.

── Igualmente. ── Dei as costas e segui meu caminho para minha casa.

Eu diria que a minha casa era bem perto e que aquela era a única, mas eu estaria mentindo. Minha casa é literalmente do outro lado da cidade e essa farmácia é bem perto da empresa, ou seja, tenho muito chão pela frente.

Segui meu caminho tranquilamente até me cansar e começar a perder fôlego, parei para me recompor e pude escutar uma buzina de moto.

── Pêssego! ── Escutei uma voz masculina vindo de trás de mim. ── O que faz por aqui a essa hora? ──

── Tom. ── Me virei, tendo visão do garoto em cima de uma XRE vermelha, com preto e azul. ── Não me chama de pêssego, e ainda são nove da manhã. ──

Through the flash || Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora