Capítulo 1 - Meeting Lilly

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Meu nome é Lillian Rose Quinzel, mas prefiro ser chamada de Lilly Quinn. Onde eu vivo? No Asilo Arkham. Se você está se perguntando do porquê eu viver aqui, ficarei muito feliz em explicar.

Filha dos criminosos mais loucos e perigosos de Gotham City, estava claro que eu seria igual a eles. A história de como vim realmente parar aqui é bem complicada, porque existem várias versões e porque eu não me lembro. Eu apenas lembro que eu vim parar aqui recentemente.

Os médicos dizem que o Batman me trouxe, o que é uma tremenda mentira, porque ele não iria parar de prender criminosos apenas para me colocar em um hospício. Minha mãe, nas poucas vezes que a vejo, disse que alguém, que ela não deve mencionar o nome, me pegou dela e me trouxe aqui. Não me dei o trabalho de lembrar as outras versões, porque são mais loucas do que pode imaginar.

Meu diagnóstico é temperamento explosivo e loucura aguda. Já ouvi falar de boatos que a minha loucura é de nascença, o que também é uma grande mentira, já que isso é impossível. Ser criada em um hospício não é fácil, especialmente para quem não era louca.

Exatamente. Lilly Quinn não era louca. Eu lembro que eu tive um acesso de raiva antes de ter ido parar aqui. Esse ataque foi depois que eu vi meu pai pela primeira vez. Eu o vi na TV é claro, mas eu fiquei com muita raiva e comecei a quebrar tudo que via pela frente e eu machuquei minha mãe. Isso eu me lembro com detalhes. Mas isso não é o suficiente pra tratarem alguém como insana.

Foi nessa hora que ela disse que me doparam e me tiraram dela. Acordei aqui, em uma cela mais relaxada que o normal. Eu tenho quase certeza, que como eles me deram a medicação errada, e principalmente pelo fato de eu ter a mente de um psicopata e ser criada por uma pessoa louca e admirar outra pessoa louca, influenciaram para que esse quadro se tornasse real.

Nunca vi meu pai durante toda a minha vida. Apenas por fotos e aquela vez na TV. Minha mãe diz que ele não me aceitou no começo e quase a matou para que eu morresse, mas depois que ele viu que eu me comportava igual a ele, passou a me aceitar. Fala como se eu fosse o experimento que tivesse dado certo.

Queria que ele estivesse comigo quando matei uma pessoa pela primeira vez. Consigo descrever aquele dia com detalhes até hoje.

Eu estava comendo, quando meu antigo médico veio me dar os remédios. Eu recusei, mas ele não pareceu ter entendido então tentou forçar-me a tomar a maldita pílula. Eu me estressei, então peguei o talher de plástico, o quebrei formando uma ponta e enfiei no pescoço dele.

Obviamente que eu fui punida, e aqui as punições são bem severas. Acho que a punição que eu recebi, era a pior.

Produtos químicos.

Como eles não eram muito perigosos, não havia como eu morrer, mas ninguém sabia os efeitos colaterais dos produtos, então eles sempre deixam essa opção com o pior caso de todos. O meu não foi o pior caso, mas acho que eles me odeiam tanto que enquanto me mergulhavam naquele tanque cheio de uma substância liquida verde, desejavam que eu morresse lá dentro.

Os efeitos não foram esteticamente ruins. A minha pele ficou mais branca do que já era, meu cabelo adquiriu uma cor avermelhada, meus olhos estavam pretos por fora e minha boca mais escura. Tirando a cor do cabelo, eu parecia com o meu pai.

Já os efeitos mentais foram horríveis pra eles, mas pra mim foi ótimo. Tudo se agravou. A loucura, a agressividade, a vontade de matar. Minha mãe sempre me dizia que o efeito dos produtos na mente tornava você mais propenso ao riso, deixava você sempre com um sorriso no rosto, e uma risada que era ótima de ouvir.

Tudo era verdade. Agora eu sempre rio de tudo, faço piadas com tudo e com todos, e a minha risada... Ah, a minha risada. Ela virou a coisa mais perturbante do mundo! E eu gosto disso! Gosto de ver as pessoas se retraindo ao som dela, com medo de que eu mate ou faça algum mal com elas.

Eu... Gosto.

Eu rio mais quando eu machuco alguém. A sensação é tão boa. Como é bom ter a pessoa clamando e gritando dizendo para que eu pare, o sangue dela correndo em minhas mãos. Mas a melhor parte de tudo é ouvir o seu último suspiro, onde eu enfio uma faca em seu estômago, e vejo o último resquício de vida saindo de seus olhos.

Na maioria das vezes, os meus assassinatos são em sonhos ou alucinações. Não tenho remorso pelo que fiz. Pouco me importa se aquelas pessoas tinham família. Pouco me importa se aquelas pessoas sofreram em minhas mãos. Porque tudo o que eu fiz foi apenas para dar orgulho ao meu pai.

Apenas para que ele visse na pessoa que eu havia me tornado, na filha que ele sempre quis ter. Uma pessoa que seguisse seus passos, uma pessoa que o admirasse. Não importa que ele tenha tentado me matar, mas depois do dia da punição tudo ficou mais claro.

Eu devia isso a ele, e não iria descansar até ele reconhecer que de diferente...

Nós não temos nada.


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