Capítulo 11 - The End

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- EU VOU TE MATAR!

Eu parecia um CD riscado que tocava a mesma coisa várias vezes. Bumerangue e Rick Flag me seguravam para que eu não cumprisse com a minha palavra e enfiasse uma faca na garganta do Pistoleiro, ou atirasse na cabeça dele.

Ele havia me prometido que iria salvar minha mãe, e invés disso a matou. Eu não consigo acreditar que ele realmente fez isso.

- Eu não fiz por mal...

- COMO NÃO FEZ? VOCÊ SABIA MUITO BEM O QUE ESTAVA FAZENDO!

Continuei gritando e me debatendo nos braços dos dois, enquanto Floyd não ousava chegar perto de mim. Eles me algemaram e esperaram que eu me acalmasse pelo menos um pouco até voltarmos para Belle Rieve.

Durante todo o trajeto, mantive meus olhos fixados no Pistoleiro, para que ele soubesse que eu não estava gritando, nem fazendo um escândalo, mas que eu poderia muito bem colocar meu plano em prática a hora que eu quisesse. Com um pouco de dificuldade, claro, afinal estamos em uma prisão de segurança máxima.

Como acontecem todas as noites desde o sequestro, não consigo dormir. Apenas dou cochilos rápidos que quando acordo, a risada do meu pai ecoa na minha mente.

Espero que a minha mãe fique bem. Amanda disse que existe uma chance de ela acordar, já que estão usando uma nova tecnologia e blá blá blá. Eu realmente não prestei atenção no que ela disse, só queria saber se ela iria viver ou não. Agora é uma questão de tempo para que meu pai passe a ir atrás dela.

Não, eu não engoli essa história de que ele está morto. É simplesmente impossível matá-lo. O Batman tenta isso a anos e nunca conseguiu, eles realmente acham que um ladrãozinho qualquer conseguiria matar o palhaço, príncipe do crime? Eu acho que não.

* * *

Peguei minha comida, e pela primeira vez em todo esse tempo que estive aqui, comi em silêncio. Não havia recebido nenhuma notícia, então é bem improvável que ela realmente esteja viva, ou tenha melhorado alguma coisa.

Ótimo, agora eu sou orfã.

Quando estava engolindo a primeira parte da minha refeição, uma Harley incrivelmente brava surge do nada e ataca o Pistoleiro. Eles começaram a brigar até que os separaram. Eu não consigo acreditar. Minha mãe, viva? Brigando? Era a melhor coisa que poderia acontecer comigo nesse dia.

- Mãe! - corri até ela e separei os dois.

Ela continuava se debatendo nos meus braços, mas a arrastei até um canto para que conseguissemos nos falar. Ela não conseguia se acalmar, e eu queria perguntar uma série de coisas pra ela, como por exemplo, porque o Pistoleiro tinha matado ela.

- PARA COM ISSO! - gritei e ela assustou. - Senta e me conta tudo o que aconteceu.

* * *

Depois de ouvir tudo o que ela tinha pra falar, com todos os detalhes possíveis que ela poderia dar, eu fiquei perdida. Eu tinha certeza absoluta de que ele iria voltar e fazer das nossas vidas um inferno de novo. Eu não conseguiria suportar tudo aquilo mais uma vez. As memórias ainda são frescas na minha mente. Ele ainda não havia feito tudo o que ele podia fazer comigo. Se ele precisasse, até me mataria.

Comecei a andar pelo refeitório. Ele não conseguiria entrar aqui de novo, não é? Ele não conseguiria desarmar a bomba de novo, Waller não deixaria o mesmo erro ocorrer duas vezes, não é? Todas as minhas perguntas eram respondidas com incerteza, porque eu tinha medo.

- Você sabe que ele vai vir atras de nós. - falei quase em um sussurro. Harley concordou com a cabeça. - Nada vai parar ele agora.

Me levantei e ia pedir pra voltar pra minha cela. Eu precisava pensar, precisava ficar sozinha. A voz do meu pai não saia da minha cabeça e eu não sabia o que fazer.

- Lilly. - minha mãe chamou. - Eu... preciso te contar uma coisa.
- O que?
- Você não pode falar isso pra ninguém, em hipótese alguma. Eu não posso ver você morta... - eu ri.
- Quando eu não corri risco de morte?

Nesse momento os alarmes soaram em toda a prisão. Policiais correram para prender todos. Três me puxaram e enquanto tentavam me levar para o lugar que queriam, os três levaram um tiro, e eu acabei levando um na perna.

Cai no chão e me fiz de morta para poder ver o que acontecia. Foi quando eu vi os cabelos verdes e a pele branca de novo, dessa vez indo em direção a minha mãe.

Tentei me arrastar na direção dela, mas a dor era muito grande e eu havia perdido muito sangue. Ele ia matar ela e eu não conseguia fazer nada. Não, espera, aquilo foi...

Eles se beijaram?

O que tá acontecendo? O que ela tá fazendo? Ela não pode perder pra ele de novo, não igual acontece todas as vezes!

Ele andou na minha direção.
Minha respiração estava fraca.
Ele abaixou na minha frente.
Minha visão começou a ficar embaçada.
Ele não tinha rosto. Usava aquilo como mascara.
Seu próprio rosto era sua máscara.
O quão doentio ele poderia ser?

- Ah, Lillian... Eu sei que você está viva, não sou tão burro assim.
- Minha mãe... - tentei falar.
- Bom, digamos que eu me "reconciliei" com ela. Depois desse tempo percebi que preciso dela, sabe? E ela caiu como uma pata, mais uma vez.

"Ela acha que eu não sei de toda a verdade sobre você. Ah, eu sei, e muito bem. Talvez ela sofra as consequências mais tarde, mas você não vai poder me impedir. Colocarei você em um lugar que você conhece bem, mas dessa vez você sofrerá muito mais do que antes."

- Porque? - falei, fraca.
- Porque? - percebi pelo tom de voz que ele usava que ele estava bravo, já que sua feição não mudava. - Você me responde. Porque eu deveria cuidar de alguém que não tem o meu sangue?

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