Capítulo 8 - The Kidnapping

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- Sério? Isso já tá ficando chato. - falei.

Outra vez acordei amarrada em uma cadeira no meio de uma sala, que dessa vez estava mal iluminada.

Não me lembro o que aconteceu naquela hora. Houveram tiros, uma pancada na minha cabeça e eu vim parar aqui. Eu só queria saber o que as pessoas têm contra mim. Porque me sequestrar, toda vez que quer falar comigo? Caralho, é só ir onde estou e falar comigo!

- TEM ALGUÉM AQUI? - Gritei tentando chamar atenção. - ALGUÉM? - Gritei de novo.

- Que falta de educação, Lillian. Sua mãe não te ensinou a ter bons modos?

- Pai? - Olhei na direção do som e consegui ver apenas um sorriso.

- Olá Lillian. Feliz em me ver? - Ele se aproximou ainda sem tirar o sorriso do rosto.

As bochechas dele não doem?

- S-sim. Eu acho...

OK, pra começar eu estava muito confusa. Em um momento eu estava encarando o Bumerangue na minha cela em Belle Rieve depois de uma missão bem sucedida, e depois estou em um galpão, ou seja lá o lugar que eu estou, com o meu pai.

Porque essas coisas só acontecem comigo?

- Você acha? - Ele tirou o sorriso da cara.

- Não. Eu estou feliz. Você é o meu pai, porque não estaria? - Forcei um sorriso.

Eu acredito que essa foi a primeira vez que eu senti medo. Medo de verdade, daquele que você tem vontade de chorar, se esconder e se arrepia inteiro. Eu nunca vi ele tão... Ameaçador. Sempre achei que ele não era igual ao que as pessoas falavam. Achava que ele era menos psicopata.

Como fui idiota de pensar nisso?

- Pare de forçar sorrisos. Depois de ter a minha experiência, Lilly, você sabe diferenciar um sorriso verdadeiro de um falso. - Abri a boca para me desculpar, mas ele deu um tapa na minha cara. - Não. Eu vou falar agora, é você mocinha, vai só ouvir.

"De todas as pessoas que eu conheci, a única que eu achava que não me trairia era você. Minha própria filha, porque ela faria alguma coisa dessas com o pai? Mas parece que eu estava errado. Você realmente me traiu. Ficou ao lado da sua mãe, depois de tudo o que eu disse dela para você."

- Mas pai... - Eu ia começar a falar de novo, mas acabei levando outro tapa.

- EU DISSE PARA CALAR A BOCA! - Ele gritou. Ajeitou o terno, e voltou a falar.

"Eu realmente acreditava que tinha algum tipo de potencial em você. Que eu poderia deixar todo o meu legado para você, e não pra qualquer estúpido. Mas não, de novo. Você preferiu colocar uma bomba na sua cabeça em vez de viver comigo."

Ele parou de falar por um tempo e ficou me encarando. Tive receio de começar a falar de novo e ele me dar outro tapa, ou socar a minha cara.

- O gato comeu sua língua? - Ele brincou.

- Posso falar ou vai me dar outro tapa? - Falei furiosa.

Tudo o que eu queria agora era simplesmente bater nele para que ele sangrasse até a morte. Por um momento, esqueci de todo o amor que nutria todos esses anos por ele. Como ele pode ser tão cruel? Como ele não consegue amar alguém?

Tudo o que eu sempre fiz foi para agradá-lo. Agora, quando eu finalmente faço alguma coisa para mim mesma, prezando pela minha vida, ganho dois tapas na cara e um sermão. Eu não tinha feito nada, na verdade.

Eu? Trair meu pai? Nunca, em toda a minha vida! Eu ainda não havia entendido o que ele havia dito até mencionar a bomba na cabeça. Ele está bravo porque eu entrei no Esquadrão.

- Por favor, você está bravo porque eu entrei no Esquadrão? - Zombei. - Sério isso?

- Você me traiu.

- Eu nem sabia o que você ia me falar! Eu nunca te vejo! Essa é a segunda vez em toda a minha vida em que eu te encontro e eu recebo o que? Dois tapas na cara. Parabéns Lillian Rose Quinzel, você acaba de ganhar o prêmio de pessoa com o melhor pai do mundo.

"Minha mãe me sustentou a minha vida inteira, até eu ir pra Arkham. Ela me criou! Ela fez coisas que muitas pessoas achavam que ela não seria capaz de fazer, porque ela é louca! Mais louca que eu! Eu tenho consciência, não tenho vozes atormentando a minha cabeça. Mas ela não. Não sei como foi que sobrevivi até aqui, mas se consegui foi por causa dela!"

Joguei tudo na cara dele. Eu estava ofegante porque não tinha parado de falar para tomar ar em nenhum momento.

Ele me olhava sério, sem nenhum resquício de felicidade no rosto, quando de repente começou a gargalhar.

- Você... - Ele tentava parar de rir pra falar. - Você realmente acha que ela que te sustentou? Eu mandava dinheiro pra vocês todos os meses, pra ver se a sua mãe tomava um rumo na vida. Então, se você deve alguma coisa a alguém, essa pessoa sou eu. - Ele terminou de falar e me largou na cela.

- E A BOMBA? - Gritei antes que ele saísse. - E a bomba na minha cabeça?

- Vamos dizer que eles não podem detoná-la. - Disse ele fechando a porta da minha cela brutalmente.

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Não dormi durante a noite. Eles me tiraram da cadeira que eu estava presa, e fiquei deitada no chão para pensar em tudo o que ele havia falado.

Eu acho que ele desativou a bomba. Só assim pra Waller não conseguir detoná-la. Como, eu não faço a menor idéia, mas ele é o Coringa. Pode fazer o que quiser. Eu só queria voltar. Ele está me mantendo aqui sem nenhum propósito, ele já falou o tinha que falar.

Quando a porta se abriu de novo, encontrei meu pai com outros dois homens atrás dele. Um dos homens estava com duas malas que pareciam bem pesadas.

Eu havia acabado de me levantar do chão, quando, completamente do nada, um dos caras injetou um líquido no meu pescoço com uma seringa e eu apaguei.

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Quando meus olhos abriram, eu estava em outro lugar. Correntes prendiam e mantinham minhas duas mãos e meus dois pés, apertados na parede para que eu caísse.

Eu estava muito vulnerável.

Olhei ao redor da sala e encontrei armas, facas, e outros instrumentos que eu não sei o nome, mas que tenho absoluta certeza que são para tortura.

- Tudo bem Lillian. - Meu pai entrou no lugar de surpresa, me dando um susto. - Assustou? Não precisa responder. Bom, temos alguns assuntos inacabados, não é mesmo?

Quando ele falou isso, senti um líquido entrando em mim. Estava entrando pelas minhas costas.

- Não tenha medo, é apenas um paralizante. - Ele pegou um alfinete e furou o meu braço. Senti dor, mas não consegui impedi-lo.

Meus músculos não me respondiam mais.

Ele veio até mim, e segurou meu rosto com uma das mãos.

- Ah Lilly. Mal posso esperar para te mostrar meus brinquedos. - Falou dando tapinhas no meu rosto.

Você pode me chamar de louca agora, o que eu realmente sou, mas eu simplesmente cuspi na cara dele depois. No sentido literal da coisa, minha saliva na cara dele. A raiva que ele emanava era tanta que eu tive que ser forte para não tentar fugir.

Idiota...

- Eu ia te anestesiar, - Ele falou secando o rosto. - mas acho que é forte o bastante para isso, não é?

Ele prendeu minha cabeça bem forte na parede atrás de mim, e deixou a minha boca aberta com algum instrumento que era de sua posse. Ele pegou uma faca e se posicionou do meu lado.

- Isso é para você aprender a me respeitar, e por ter cuspido na minha cara. - Ele falou antes de enfiar a lâmina na minha bochecha e eu gritar repetidamente de dor.

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