- Mamãe! - disse correndo na sua direção para abraçá-la. - Eu estava com tanta saudade.
- Eu também pudinzinha. - ela disse me abraçando de volta.
- Você trouxe tudo? - ela olhou para os arredores antes de me entregar a bolsa. - Está tudo bem. Mandei fecharem o andar.
- Deixa eu advinhar... Bolton?
- Exatamente. Vamos, preciso te mostrar uma coisa. - peguei no braço dela e a arrastei até a minha cela.
- Você realmente conseguiu... - ela disse olhando maravilhada para a rota. - Então o que estava faltando nesse tempo todo, era apenas uma porta?
- Sim. - ficamos em silêncio. - Eu tô com fome.
- Trouxe comida chinesa. Está em uma das sacolas.
____________________________________________________________________________________
- Eu não posso acreditar que ela realmente tratou você como uma criança! O que você fez?
- Nada. Ela vai pagar depois. - disse enfiando mais um pouco de macarrão na boca.
- Lillian Rose Quinzel, quantas vezes eu terei que te dizer que quando uma pessoa te trata mal, você tem que...
- Não me chame de Lillian! - gritei com ela e vi seu olhar de reprovação. - Desculpa mamãe.
- Nunca mais grite com a sua mãe. - ela disse pausadamente.
- Tudo bem.
- Eu preciso ir. - Harley disse se levantando.
- Mas já?
- Sim. Você tem tudo que precisa. Te vejo amanhã pudinzinha.
- Tchau mamãe.
____________________________________________________________________________________
Hoje é o grande dia! Finalmente, depois de todo esse tempo trancada aqui. Levantei da minha cama - que é o chão já que eles me deram - e treinei algumas manobras que minha mãe havia me ensinado. Passei alguns anos aqui, mais não deixei de treinar por causa disso.
- Seus remédios Lill... Ai! - Evans entrou e eu, sem querer, acertei a bandeja com os remédios diretamente no seu nariz e ele começou a sangrar.
- Eu pediria desculpas, mas você não é a minha mãe. Então eu acho melhor você ir procurar um médico, ou qualquer coisa que eles tenham aqui. - ela levantou a cabeça com a mão no nariz. - Vá logo! Tá sujando o chão da minha cela inteira! - ela revirou os olhos e saiu da minha cela. - Vai ter que limpar tudo depois!
Enquanto ainda treinava, deixaram meu almoço pela portinha que eu usava para falar com o Bolton. Eu nunca como a comida que eles servem aqui, porque além de ser ruim, ela é nojenta. Por isso todos os sábados, minha mãe traz algumas coisas em uma mala, além de Bolton ás vezes me oferecer comida de qualidade.
Quando anoiteceu - tive que perguntar o horário para o Bolton, já que Arkham é totalmente fechado na parte das celas - tirei o mapa de fuga da parede, e comecei a arrumar as coisas para que eu conseguisse fugir.
Peguei mais um pouco de dinheiro para que Bolton apagasse as luzes de todo o Asilo. Foi uma negociação difícil, mas ele acabou aceitando, afinal ele precisava do dinheiro. Ele deixou a minha cela aberta, para que quando as luzes apagassem eu já poderia dar o fora dali.
Troquei a minha roupa por uma preta para que não me enxergassem, peguei uma arma e deixei as minhas facas na bolsa.
Minhas facas... Como eu sentia saudade delas.
Antes de sair, peguei uma tinta spray vermelha que tinha na bolsa e pixei a parede onde estava o mapa com um vários "Ha", imitando uma risada histérica. As luzes apagaram logo em seguida e saí da cela no mesmo momento.
Adquiri a ótima habilidade de enxergar no escuro, então andei facilmente pelos corredores. Observei os pacientes do tratamento intesivo desesperados, sem entender completamente o que estava acontecendo, outros comemoravam por algum motivo e outros numa tentativa estupida de fugir. Ouvi gritos de alguns dos médicos nos corredores, e vi uma mulher ruiva passar correndo do meu lado e me desviei rapidamente.
Olá para você também, Evans.
Ela provavelmente havia ligado os fatos e estava indo até a minha cela ver se eu estava quietinha no escuro, e bem trancada lá dentro. Até que ela não é tão burra quanto eu pensava.
Quando cheguei no último corredor e estava quase abrindo a porta para sair, ouvi o barulho de uma arma sendo engatada.
- Parada aí Quinn! - ouvi um policial dizer.
Olhei para trás e encontrei uns dez policiais com as armas e lanternas apontadas na minha direção, junto com Evans que possuia um olhar de medo em seu rosto junto com um curativo em seu nariz. Eu, provavelmente, o havia quebrado.
- Eu esperava mais de você Evans. - eu disse com um olhar decpcionado na direção dela, e apertei minha mão entorno da arma que eu segurava.
- Coloque a arma no chão e depois coloque as mãos aonde eu possa ver! - O policial gritou.
- Não precisa gritar! Posso ser louca, mas não surda.
- Arma. No chão. - outro policial disse.
- Não podemos nem esperar os fogos? - eu disse, ainda sem soltar a arma.
- Que fogos? - quando um dos policiais disse isso, as todas as luzes acenderam e os cegaram.
Meus olhos, já acostumados com isso, não foram afetados e esperei para sair. Logo que saí respirei um ar nem tão puro assim, e me escondi para não levar tiros nas minhas costas.
Observei os policiais sairem para me procurarem. Eles ficaram uns vinte minutos buscando por mim, mas acabaram desistindo. Respirei fundo mais uma vez, e tomei consciência de que eu finalmente havia saído. Saí calmamente de meu esconderijo, e comecei a andar pelas ruas de Gotham.
Não era tão diferente de como eu imaginava. Tudo muito grande, e movimentado. Haviam poucas pessoas na rua porque estava noite, e agradeci por isso, afinal é muito fácil ser reconhecida do jeito que eu sou. Enquanto andava sem rumo pelas ruas, ouvi alguns caras comentando sobre mim.
- Como você pode saber que é realmente ela? Ninguém nunca a viu, nem sabe se ela existe!
- Então como ela pode parecer tanto com ele? E ainda se comporta feito a Harley.
- Acha que deveriamos levar ela? O chefe deve ficar muito feliz. Estava procurando ela a muito tempo.
- Me levar aonde? - eu disse olhando pra eles, girando a faca na minha mão.
- Eu não te disse? É ela! - um dos homens disse empolgado. - Vamos ter que levar você para o chefe.
- Tudo bem. Mas se tentarem alguma gracinha comigo, podem dar adeus as suas vidas. - eu falei apontando a faca diretamente na garganta dele.
- É cara... Encontramos a Lilly Quinn.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The J Family
FanfictionEssa é outra versão da história. A versão nada boa. A versão da filha do Coringa.