Capítulo 7 - The Mission

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Amanda Waller continuava me encarando pacientemente esperando uma resposta, enquanto eu trabalhava na minha mente a proposta que havia me sido feita.

Não consigo encontrar uma frase ou uma palavra que descreva o que eu sinto nesse momento. Eu estou totalmente em choque. Sempre quis entrar no Esquadrão apenas pra saber o que acontecia, como eram as missões, como eram os membros, mas nada passou de uma fantasia, um sonho.

Agora é real. Eu preciso dar uma resposta logo, se não ficarei presa aqui para sempre. Ou não.

- Pode pensar se quiser. Mas terá que ficar presa aqui. - ela disse, me tirando dos meus devaneios.

- Obrigada, mas vou passar essa. - Vamos lá Lilly, é agora ou nunca. - Estou dentro.

Amanda deu um meio sorriso, enquanto vários guardas entraram e me levaram para um lugar que se parecia com uma clínica. Eles me jogaram na cama, com as costas pra cima e algemaram meus braços e minhas pernas.

- Eu preferiria que me pagassem pelo menos um jantar antes. - Brinquei dando uma risadinha.

Depois, eles me anestesiaram e eu apaguei.

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Quando acordei estava recebendo soro na veia, e estava completamente dolorida, principalmente na minha espinha. Vi que minhas roupas haviam sido trocadas por uma de hospital, e que estava mais branca que o normal.

- Vejo que acordou Lillian. - Waller falou.

- Lilly, por favor. O que vocês fizeram comigo?

- Nós implantamos um dispositivo na sua espinha, para caso você conte para alguém sobre a existência do Esquadrão ou tentar fugir, eu possa explodir sua cabeça. Agora você é oficialmente um membro do Esquadrão.

- Legal. Isso explica a dor. - Zombei. - Por acaso esse dispositivo vem com realçador de cores? Porque se eu bem me lembro eu não era tão branca assim é meu cabelo não era tão vermelho.

- Apenas te aprimoramos.

Apoiei minha cabeça no travesseiro de novo, e um desconforto muito grande tomou conta de mim. Tirei o soro da veia, os fios que me ligavam aos aparelhos e me levantei.

- Bem melhor. - Disse rodando o pescoço e me alongando.

Peguei um algodão para estancar o sangramento do meu braço, no lugar onde a agulha do soro estava, e fui em direção à porta.

- Não vai me mostrar o lugar? - perguntei.

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Belle Rieve era muito parecido com uma prisão, afinal era onde ficavam algumas das pessoas mais perigosas da Terra. Waller não me mostrou onde eu ficaria porque isso significaria ver minha mãe e ela só tinha se acalmado agora.

O que eu mais queria ver agora, seriam os membros do Esquadrão pra ver se eu iria gostar das pessoas com quem eu estou condenada a passar o resto da minha vida.

- Agora, entre e se troque. Um guarda te levará aos outros membros quando terminar. Teremos uma missão, então coloque a roupa determinada a isso. - Waller disse e saiu.

Entrei onde minhas roupas estavam e eram muito mais estilosas e bonitas do que eu pensava que seriam. Minha roupa para as missões era um corpete preto que não era apertado, e surpreendentemente confortável, um shorts que mais parecia uma calcinha, e uma bota com um salto monstruoso que vinha até o começo das minhas coxas.

Eu tinha ficado maravilhosa.

Não tem chance nenhuma de ser a Waller que escolhe essas roupas. Eu não consigo pensar nela pensando se eu conseguiria lutar ou não de salto.

Quando olhei pro lado, vi o armário das armas e abri por curiosidade. Encontrei tantas facas que eu quase chorei de felicidade. Também tinham algumas armas de fogo, mas não sou muito fã delas. Peguei algumas facas e coloquei nos cintos destinados a isso, e duas armas de precaução.

Arrumei rapidamente meu cabelo com as mãos, e andei mais um pouco pelo lugar pra ver se eu achava alguma maquiagem. Peguei tudo de preto que podia encontrar. Sombra, máscara de cílios, lápis de olho e batom. Depois que terminei, bati na porta e o guarda me levou até onde os outros estavam.

- Eu ainda não entendi porque ela tá assim... Uou, eu morri? Porque eu acho que eu estou no paraíso. - Um cara de azul falou me dando uma "conferida". Provavelmente eles estavam se referindo a minha mãe antes.

Cantada ruim.

- Cantadas baratas, você deve ser o Capitão Bumerangue.

- Exatamente. - ele disse. - E você é?

- Lilly Quinn. - O cara que estava de costas pra mim disse.

Pistoleiro.

- Pistoleiro. Que desprazer em ver você. - Disse me sentando do lado do Bumerangue.

- Igualmente. - Ele respondeu me jogando uma cerveja, que eu peguei no ar.

- Não bebo, obrigada. - Coloquei a lata do lado da cadeira. - Onde está minha mãe?

Bumerangue apontou pra uma cela longe do lugar onde eu estava. Me levantei e enquanto andava até lá, consegui ouvir o Bumerangue resmungando um "caralho" e o Pistoleiro falando que eu era muito nova pra ele.

Idade são apenas números.

Minha mãe estava dormindo em um cantinho da cela.

- Mãe? - Chamei e ela abriu os olhos.

- Você entrou não é? - Ela disse se levantando.

- Sim. Precisei fazer isso. - Ela ficou me encarando por trás das grades. - Você não vai sair?

- Como? Tá trancado.

- Aí, mãe... - Peguei uma das facas que eu levava, e abri o cadeado usando a ponta.

- Me ensina isso depois. - Nos abraçamos, mas fomos interrompidas por guardas.

Primeira missão, aí vamos nós.

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- Eu ainda não consigo acreditar que você conseguiu. - Minha mãe disse passando a mão no meu cabelo.

Logo depois que terminamos a missão, voltamos para Belle Rieve. Tivemos que tirar a roupa que estávamos e ficar com o macacão laranja ridículo.

E eu pensando que demoraria para usá-lo de novo.

- Eu sou treinada. Era óbvio que eu ia conseguir. - Falei.

- Ok pessoal. De volta para as celas. - um guarda disse e começou a empurrar todo mundo.

Minha cela não era nem um pouco diferente das outras, mas muito diferente da que eu vivia em Arkham. Nessa eu conseguia ver as pessoas, nas outras eu não via nada que não fosse meu guarda ou a minha médica.

Entrei, e abri a parte de cima do macacão e usei ele apenas como calça, já que eu tinha uma regata por baixo.

Esse lugar é um forno, pelo amor de Deus.

- Perdeu alguma coisa, Bumerangue? - Disse sem olhar pra ele, mas com a absoluta certeza de que ele olhava pra mim.

- Não. Só o meu coração. - Ele falou.

Eu dei uma risada fraca e fiquei encarando ele de volta. Ele não é nada mal pra falar a verdade. Quando finalmente percebi que aquele jogo ia demorar mais que o esperado, desisti e me deitei pra dormir.

Mas nem pude fechar os olhos quando vários tiros tomaram conta do lugar. Era pra ser uma prisão de segurança máxima, não é qualquer pessoa que entra!

Que merda tá acontecendo aqui?

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