Capítulo 2 - The Asylum

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          Mais um dia em Arkham. Minha psiquiatra substituta, Dra. Evans, veio trazer meus remédios. Ela irá cuidar de mim até que meu outro psiquiatra se recupere das cinco cirurgias que passou. Pena que ela seja um pouco burra demais para não perceber que eu venho há muito tempo bolando um plano para sair daqui, bem na cara dela.

          Era simplesmente inacreditável. Todos os papeis com as minhas possíveis rotas de fuga ficavam espalhados no chão, e ela finge que não os vê! Eu não sei como ela conseguiu ser uma psiquiatra que "cuida" de pacientes que possam matá-la sendo tão bobinha... Ela deve achar que isso são apenas desenhos ou coisa parecida.

          Tenho absoluta certeza de que o motivo para ela estar sendo minha psiquiatra durante esses dias é porque nínguem se candidatou a cuidar de mim, depois de eu ter esfaqueado meu psiquiatra. Eu esfaqueei todos os meus psiquiatras. Eu disse que eles deveriam respeitar as regras, mas eles não ouviam! Depois disso, todos os médicos que precisam vir aqui possuem "alto risco de morte"... Isso é simplesmente horroroso!

          - Bom dia Lilly! - Diz ela animadamente, entrando na minha cela com uma bandeja de remédios. - Hora dos seus comprimidos! Está animada?

          Essa mulher acha que eu tenho o que? Cinco anos? Eu poderia simplesmente matá-la agora, mas acho que ninguém sentiria falta dela. Qual seria a graça?

          - Primeira regra: Nunca pergunte se eu estou animada para os remédios, eu os odeio. Segunda regra: Eu não gosto de você. Se eu te elogiar, eu estou sendo sarcástica. Terceira regra: Eu não tomo meus remédios. - Falei enquanto redesenhava uma outra rota.

          - Ma- mais você tem que tomar. - Ela gaguejou com medo.

          - Eu. Não. Quero.

          - Mas Lilly...

          - Eu já disse que não vou tomar isso! - Gritei, fazendo ela se assustar e derrubar todas as pílulas no chão. - Você devia trabalhar com crianças, não é? - Ela concordou com a cabeça enquanto eu me levantava do chão e me aproximava dela. - Então vou lhe dizer um segredo. - Cheguei bem perto dela e disse com um sorriso no rosto. - Aqui você não cuida de crianças. Você cuida de psicopatas que na maioria das vezes matam a primeira pessoa que vê pela frente, o que é o meu caso. Eu recomendo que você melhore o seu comportamento antes de vir qualquer outra vez me dar esses remédios. Agora saia da minha cela.

          Ela saiu rapidamente de lá, tremendo de medo. Não consegui aguentar e comecei a rir. Quando meu ataque de riso passou, voltei toda a minha concentração para a rota de fuga.

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          Isso é impossível!

          Eu tento achar uma rota possível de fuga a anos e nada! Essa planta só pode estar errada. Eu mataria agora meu outro psiquiatra agora se eu pudesse, mas ele já está descansando à sete palmos do chão.

          Me levantei do "confortabilíssimo" chão da minha cela e me dirigi a portinha que existia na porta para eu conseguisse me comunicar com os guardas. Originalmente, essa portinha existia para eu receber comida, mas encontrei um jeito para abri-la pelo lado de dentro.

          - Ei, Bolton. – Chamei o guarda. – Chama a Evans pra mim.

          - Certo Quinn. – Ele respondeu e pediu pelo rádio que Evans viesse. Fiquei olhando pelo vridro blindado da minha cela que usavam para me observar quando ela iria chegar.

          - Mandou me chamar? – Ela disse ofegante, já que veio correndo.

          - Preciso que arranje uma planta de Arkham pra mim.

          - E-eu não posso Lilly.

          - Como assim não pode? – Fiquei olhando fixamente pra ela.

          - Eu não sei onde achar Lilly. Trabalhei poucos dias aqui, e me deram ordens bem precisas de que eu não devo dar as coisas que pede. – Ela disse encarando as mãos.

          Ela estava recusando uma ordem minha?

          - Olha Evans, eu realmente não tenho tempo pra ficar escutando besteiras da sua vida, então pelo amor que eu acho que você tem pela sua vida, ache essa merda de planta antes que eu te mate! – fui elevando a minha voz no decorrer da frase.

          Como uma pata, ela saiu correndo e provavelmente foi achar a planta pra mim. E se ela não estiver procurando, e sim avisando os guardas que eu a ameaçei de morte, as coisas vão ficar sangrentas por aqui.

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          - Você achou? – Perguntei quando Evans entrou e eu jogava uma bolinha no teto, e repetia o processo logo depois que ela caía.

          - Sim... Está aqui... – Ela me entregou a planta, receosa.

          - Se você tiver falado pra qualquer pessoa que eu te ameaçei, ou que você precisava me dar a planta, você está morta. Entendido?

          - Sim.

          - Bom.

          Peguei o papel da mão dela, e o abri no chão. Analisei a planta de Arkham com meus dedos sujos de tinta das canetas que eu utilizava nas outras rotas e com muita atenção. Quando cheguei em uma certa parte da planta...

          - Bingo! – Gritei saltando do chão e fazendo Evans se sobressaltar.

          - O que aconteceu? – Evans perguntou assustada.

          - Preciso que entregue essa carta ainda hoje, nesse endereço. Não adianta abrir para ler o que está escrito. A carta está lacrada, e se você abrir eu vou descobrir e você já sabe o que vai acontecer. Agora vai! – apontei a porta para ela e ela saiu.

           Esperei ela sair para colocar o resto do meu plano em prática. Abri a portinha e coloquei minha mão com uma nota de cem dólares pra fora.

          - Cem dólares pra você fechar o andar inteiro e deixar a minha mãe entrar. – falei para Bolton. Ele pensou e analisou a proposta durante um tempo.

          - Duzentos.

          - Cento e cinquenta e eu não mato a sua mulher. – Ele bufou e aceitou o dinheiro. - É sempre um prazer fazer negócios com você Bolton. – falei e fechei a portinha.

          Peguei a planta e redesenhei uma das minhas rotas antigas que funcionava certo na planta nova. A planta antiga que eu utilizava não tinha uma porta, que era exatamente a que eu necessitava para fazer o plano de fuga dar certo.

          Depois da rota redesenhada, pendurei o mapa na parede e o contemplei.

         Eu finalmente iria sair desse lugar.

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