Ela é minha!

Que seja por medo

Tyrion foi até Aerys, segurando-se para não dar um tapa no garoto.

-Que tipo de rei é você?!--Tyrion indagou com os olhos cheios de lágrimas--

-Mais respeito comigo! Eu sou o rei! --Aerys disse--

-Se minha sobrinha não aparecer...eu juro pelos deuses que você irá pagar...--Tyrion disse--

Naquela madrugada, o desespero tomou conta do coração de cada um.

As buscas não levaram a nada, Arya apeiou do cavalo em negação. Jaime colocou a mão no rosto para esconder as suas lágrimas, a mancha de sangue na terra, não iria desistir da filha...não podia.

-Não. Ela tá viva, eu sei que está. --Arya derramou lágrimas e afundou as mãos na terra--

Jaime queria continuar as buscas, Jon o impediu.

-Está noite...assim que o sol nascer pela manhã, continuamos. --Jon disse, era nítido que também estava abalado.--

-Onde está a Cathelyn?--Olenor pediu para a mãe--

Brienne não conseguia falar, chorava abraçada em uma roupa de Cathelyn. Eu cavei duas covas para nós minha querida.

Nymeria começou a entrar em desespero.

-Papai vai achar ela...ele tem que achar...tem que achar...--Brienne abraçou os filhos--

A mais nova não entendia o que estava acontecendo.

-Você é durona não é?--O curandor disse olhando a sutura de Cathelyn--

Cathelyn o encarou, após encarou os guardas, não deu uma palavra, aceitava os medicamentos para se curar e sair dali.

-Daenerys, Aerys, Edmure, Robert. --Cathelyn disse os nomes um pouco pelo delírio da febre--

Os remédios fizeram efeito, e a bela caiu em um sono.

O sono levou-a para um sonho, ela já esteve lá antes, a terra seca, os corvos, as árvores sem vida.

-Cathelyn...--a voz de uma mulher a chamou--

Cathelyn se virou, agora ela conseguiu ver, longos cabelos loiros, olhos verdes, uma beleza tão grande...

-Você que me assombra...--Cathelyn disse--

-Minha doce sobrinha. --A mulher se aproximou e ergueu o rosto de Cathelyn com a mão--

Os olhos de Cathelyn se estanharam...não...

-Cersei...--Cathelyn a encarou e tirou a mão dela--

Cersei riu, olhou nos olhos de Cathelyn.

-Não adianta tentar fugir.

-Não fujo de nada.

-Ah eu sei...--Cersei andou em volta dela--É igual a mim.

-Não sou nada como você. --Cathelyn respondeu--Não tento fugir da morte.

-Ah...--Cersei foi atrás dela e colocou os longos cabelos platinados a frente de Cathelyn--Claro que não é, tem a honra estridente da sua mãe, a lealdade, mas ainda assim é quase nada igual a ela.

-O que sabe sobre mim? --Cathelyn a encarou--

-Você tem muito de mim. Apesar de uma beleza muito mais mortal. --Cersei passou as mãos no rosto de Cathelyn--E duvido muito que adoraria sentir seu irmão como eu amava sentir seu pai.

Cathelyn deu um tapa no rosto de Cersei, Cersei sorriu e olhou a garota.

-Se fosse só isso que nos difere. Não sou como você, nada como você. Nem meu pai lhe suportava mais, você se fez desdém na vida de todos. Seu nome virou desonra.

-Por que acha que tem tanto desejo de poder? Não fuja disso.

Cathelyn gargalhou.

Cersei a olhou virando o pescoço de leve.

-Lady Cathelyn, eu sei que quer fazer Daenerys morrer engasgada no seu próprio sangue, anda, seja a regicida que no fundo até seu pai sabe que você é. E eu sei que...ah...você não se interessa por príncipes. Você quer poder, mesmo não admitindo, você tem o sangue tão frio quanto o meu. Você vai descobrir muita coisa, esfrie seu sangue e faça o que foi treinada pra fazer.

Cathelyn se virou para ela a encarando.

-O que pretende Cersei? --Cathelyn disse--

-Pega esse punhal, pega essa espada, sua mãe lhe ensinou muito bem, por mais que eu a odeie, não esperava que ela trouxesse alguém como você. Lute Cathelyn, se você matar seus inimigos ninguém irá lhe parar. --Cersei segurou o rosto de Cathelyn com força--Me escute. Para os Targaryen os deuses jogam uma moeda, quando você nasceu, os deuses temeram, a moeda caiu sozinha. Você é uma Lannister, você é a leoa que os Reis irão temer.

Cathelyn ergueu a cabeça e respirou fundo.

-Você nunca significou nada pra mim, além de um erro que meu pai cometeu. Mas...

-Que eu seja o erro, mas, mostre eles, diga a eles a verdade. Diga a eles. --Cersei ergueu a cabeça--

Cathelyn ergueu a cabeça e encarou a tia.

-Que seja por medo. --O olhar de Cathelyn se carregou--

Sansa não conseguia dormir, se virava na cama pensando em Cathelyn, onde estaria sua doce menina? Onde a levaram? Por quê?!

Brienne não pegava no sono, as lágrimas caiam dos seus olhos sem cessar um minuto.

-Eu vou encontrar ela...--Jaime abraçou a esposa e beijou seu rosto--

-Nossa filha...nossa menina...--Brienne olhou pra Jaime naquela fraca luz do lampião--Ela não merece pagar por nada...

Brienne tinha medo do que poderiam tentar fazer com ela.

-Ela vai ficar bem, ela tem que ficar...--Jaime deixou Brienne se deitar por cima de seu peito--