Eu simplesmente odeio tudo o que está acontecendo.
Odeio ter que faltar o início das aulas, odeio estar no mesmo ambiente que o pateta do Johnny, odeio estar no corpo desse idiota.
—Avisei o Yuta que vou matar aula hoje. -ele falou e eu o olhei com tédio
—Combinamos de falar que estávamos doentes -suspirei obviamente cansada
—Ninguém fica sabendo quando eu fico doente. -disse deitando na cama —Ele vai acreditar mais nessa mentira. -disse dando de ombros.
—Ok, o assunto das aulas está resolvido... -falei olhando para o garoto —O que vamos fazer em questão a isso? -apontei para nossos corpos
—Eu não sei... -suspirou —Eu não gosto de estar nesse corpo minúsculo. Você tem o que? 1,50? Estou me sentindo claustrofóbico nesse cúbiculo de corpo
Deixei um tapa no braço do garoto que quase gritou de dor.
Eu esqueci que nossos corpos estão trocados. Não controlei a força.
—Não tô gostando de viver no seu corpo de franga -disse alisando o local
—Eu quase amassei meu próprio braço -falei com vontade de rir da cara de dor do outro —E eu tenho 1,58 pra sua informação -disse com deboche
—Dos meus 1,85, fui pra 1,58... -ele disse em tom de falsa tristeza —Nunca fui tão humilhado.
—Cala a boca, Johnny banana. -revirei os olhos —Você se humilha sozinho.
—Estou me sentindo fusca rebaixado. -disse ainda com a falsa tristeza —Tive que levantar o pezinho pra me olhar no espelho.
—Chega desse assunto, Idiota! -eu disse já me estressando —Eu quero uma solução pra eu voltar para o meu corpo e pra minha vida antiga.
Ele ficou em silêncio, pareceu pensar.
Será que ele vai ter uma boa ideia?
Sentou rapidamente e estalou os dedos bem próximo ao meu rosto ou rosto dele, eu não sei e eu mantive o silêncio para o que mesmo falasse.
—Nossa, mas a tua mão é muito pequena -ele se distraiu com a mão que estalou
—Johnny! -chamei atenção do mesmo
—E se tentássemos a dor?
—Tipo um belisco? Ou chutar a quina da cama?
—Prefiro ser beliscado. A quina é tortura.
Posicionei minha mão no braço do meu corpo e ele fez o mesmo.
—No três, ok? -eu disse e o garoto assentiu
—Um, dois... -contou, demorando para dizer o próximo número —Três.
—Ai! -nós dois dissemos juntos, acariciando o local agredido —Não funcionou -reclamei
—Eu já sei... -ele teve outra ideia "brilhante"
—O que sugere dessa vez? -perguntei querendo que funcionasse.
Só quero minha vida de volta.
—E se a gente se batesse? -olhei confusa para o garoto —Talvez o choque faça a troca dos corpos
—Eu acho que essa ideia é péssima -falei olhando para meu corpo que já estava de pé —Mas se funcionar, eu me livro de você -ele assentiu
Levantei ficando de frente para o garoto, já preparando minhas mãos.
—Dar um tapa na sua cara seria um sonho se não fosse o meu rostinho -eu disse e vi o garoto engolir a seco
—Eu vou subir na cama, você é muito pequena -ficou de pé na cama, ficando um pouco maior que eu —Vamos bater juntos, ok? -assenti
—Um... -respiramos fundo
—Dois... -levamos as mãos
—Três! -batemos nos nossos rostos juntos
—Mas que mãozinha pesada que eu tenho -falei acariciando o lado da bochecha que foi atacado. —Sentiu alguma coisa?
Silêncio... e mais silêncio
—Johnny?
Ele estava com o rosto virado
—Johnny? -chamei novamente —Está tudo bem?
Ouvi o garoto fungando...
—Não acredito -ri soprado —Você tá chorando?
—Não! -ele virou bruscamente com os olhos cheios d'água —VOCÊ está chorando!
—Mas é você que está sentindo -disse achando engraçado mesmo sendo o meu corpo —Desculpa por ter feito você chorar -disse rindo e o garoto me olhou com raiva o que deixou mais engraçado ainda.
—Graças ao teu corpo fraco de pão com ovo, doeu pra caramba -ele disse secando as lágrimas
—O meu rosto ficou vermelho -apontei para o garoto que está usando minha cara —Vão achar que me bateram
—MAS EU APANHEI MESMO! -ele disse estressado
Ainda feliz de ter dado um tapa no bananão mesmo sendo no meu rosto, fui buscar um pano gelado para melhorar a vermelhidão do meu rosto.
—Tô sem ideias... -ele disse com o pano no rosto e os olhos inchados pelo choro recente
—Podemos tentar agir normalmente... -falei fitando o chão e suspirando em seguida —Só até descobrirmos como voltaremos ao nosso corpo.
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.Continua...
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Te odeio, sabia? | Johnny Suh
RomantizmEm uma festa, Hannah é desafiada por Johnny, o garoto da faculdade que ela odeia; a tomar uma bebida estranha, oferecida por um desconhecido. E nessa bebida continha algo diferenciado...