Capítulo 4 - Confrontos inacabados

1.6K 137 25
                                    

( Nicholas )

Assim que a Nicolle saiu da área da piscina fui atrás dela. Escutei umas vozes vindo da porta de entrada e quando olhei vi meu pai parado na porta e uma pessoa que eu gostaria que não estivesse voltado, beijando a mão de Nicolle. Quando ele me viu fez uma cara de desdém e disse meu nome descaradamente.

-- Nick.

-- Gabriel. -- pensei que nunca mais fosse ter que olhar pra cara dele novamente.

-- Como vai... primo? -- é impressionante como ele tem a capacidade de me chamar dessa forma.

-- Estava bem até ter ver, infelizmente. -- digo e meu pai me repreende -- O que foi pai? Sabe muito bem que eu não gosto dele. E não sou obrigado ter que fazer teatrinho só pra te agradar. -- falo e depois saio de lá. Percebo Nicolle me observando, provavelmente sem entender o motivo das minhas palavras, até porquê ele é... meu primo. Eu e ele éramos melhores amigos, de verdade. Mas essa amizade terminou no dia que ele traiu minha confiança.

Foi assim... há 4 anos atrás quando eu tinha 18 e ele 19 eu gostava de uma garota, Ana. Então pedi para ele me ajudar falar com ela, já que era meu melhor amigo na época. Porém um dia quando estávamos em uma festa, vi ele e ela se beijando e aquilo me matou por dentro. Eu estava tão apaixonado por ela, e ele sabia disso, mas mesmo assim preferiu ficar com ela e estragar nossa amizade.
Depois de um tempo fui tirar satisfações com ele e perguntar qual era o problema dele. E quando ouvi a sua resposta, percebi que nossa amizade tinha acabado ali.

"-- Você é o que, Nick? Um idiota? Eu fico com quem eu quiser e quando eu quiser. Acha mesmo que só porquê você gosta dela eu devo privar meus desejos? "

Ele dizia isso enquanto ria da minha cara. E algumas semanas antes daquele dia, nós tínhamos começado frequentar umas corridas de carro ilegais.
Eram quatro gangues que competiam entre sí ( inclusive, agora eu sou o líder da gangue vermelha ).
E daí ele não estava nem aí para as regras, bebia, fumava muito, tinha virado praticamente um criminoso. Quando ele se enturmou com uns bandidos, o Gabriel que eu tinha conhecido se foi.

Eu sei que eu faço isso hoje em dia. Bebo, fumo, participo de corridas ilegais... mas eu nunca me envolvi com criminosos da mesma forma que ele se envolveu.
Eu tentei várias e várias vezes tirar ele do meio daqueles "amigos", mas nunca consegui.
Na mesma noite que vi ele beijando a Ana, nós acabamos brigando, brigando feio. A ponto de passarmos uma noite na delegacia. E depois daquele dia nós nunca mais fomos os mesmos um com o outro.

Hoje, quando vi ele. Só consegui sentir ódio e uma vontade gigantesca de socar a cara dele. A única coisa que me impediu foi a Nicolle. Eu nunca faria uma coisa desse tipo na frente dela. Não quero que ela pense que sou um idiota que sai no soco com qualquer um por motivos bestas.

[...]

De noite...

Hoje vai ter uma corrida entre as gangues e eu vou competir.  Estava acabando de colocar minha camisa quando escuto alguém bater na porta.

-- Nicholas? Tá aí? -- Nicolle pergunta com sua doce voz.

-- Só um minuto. -- Digo terminando de colocar a camisa e depois vou até a porta. -- Oi. -- Falo depois de abrir a porta

-- Oi. -- ela diz com um sorriso no rosto -- Então... a Noah me disse que vocês vão sair, de novo, e me chamou pra ir. Você não se importa, né?

-- Ham, claro que não. Pode ir. Só não sei se você vai gostar do lugar que vamos. -- Digo passando minha mão no cabelo

-- Por quê?

-- Vai ser surpresa. Vai se trocar. -- falo dando uma risadinha

-- Tá bem... -- ela diz e logo em seguida sai. Por pura coincidência, seu quarto fica do lado do meu. O destino está me ajudando.

Abstract Passions // Paixões Abstratas Onde histórias criam vida. Descubra agora