XI

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Better late than never, just don't make me wait forever.

Eu informei meu nome ao rapaz simpático que ficava no hall de entrada, logo atrás de um balcão alto de mármore branco, que deu um sorriso simpático ao dizer que Alfonso já estava à minha espera e que eu poderia subir até o vigésimo andar, uma vez que o elevador já estava liberado.

Enquanto fazia o caminho até o elevador, naquele lobby luxuoso de porcelanato que imitava um tabuleiro de xadrez, passei mentalmente as conversas que já tivera com Alfonso em busca de algum sinal que havia deixado passar que pudesse indicar seu poder aquisitivo. Apesar de lembrar claramente de quando me contara do casamento arranjado entre seu pai político e sua mãe artista, em nenhum momento eu presumi que sua vida era nível "cobertura no Chelsea em Manhattan". Talvez, a única coisa que poderia indicar os zeros em sua conta bancária era a BMW M3 Coupé, versão 1999, que ele tinha e que estava em perfeito estado, com couro lustrado e bem cuidado, no entanto, estávamos tão absortos após o beijo no deck que tudo o que conseguia pensar era que meu mantra tinha caído por terra.

Eu esperei que o elevador subisse até o vigésimo andar, onde um rock dos anos 2000 tocava em um apartamento moderno e extremamente bem decorado com móveis em tons de preto. Um cheiro conhecido pendia no ar conforme eu me aproximava, adentrando pelo hall e chegando até uma ampla sala de televisão... era a mistura do perfume de Alfonso e o cheiro gostoso de suas roupas que me faziam ter a certeza de que estava sim no lugar certo.

O apartamento era simplesmente de tirar o fôlego, minimalista e moderno, com jogo de luzes que deixava o lugar com um tom sofisticado. E o mais engraçado era que tudo aquilo gritava Alfonso por todos os cantos que era fácil de imaginá-lo vivendo ali.

– Alfonso? – eu chamei na tentativa de parecer menos invasora, adentrando pela sala com passos tímidos.

– Ah, você chegou! – o dono do apartamento sorriu abertamente, surgindo de um dos cômodos de onde vinha a maior movimentação, que eu julguei como sendo a cozinha.

– O rapaz da portaria disse que eu podia subir que você estava à minha espera. – eu expliquei um tanto desajeitada enquanto observava o dono do apartamento se aproximar.

– É isso mesmo, fez bem! – ele respondeu com um sorriso animado antes de deixar um beijo demorado na minha bochecha. Permitindo que eu sentisse direto da fonte aquela mistura de perfumes que já era característica dele. – Obrigado por ter vindo! Venha, vou te apresentar à minha irmã!

Ele nos guiou apartamento adentro, exatamente em direção ao cômodo de onde havia saído, que realmente se tratava da cozinha, onde uma moça curvilínea de cabelos pretos e lisos, que iam até bem abaixo dos ombros, sorriu ao nos ver entrar.

– Mai, chegou nossa visita! Annie, esta é Maite.

– Não acredito que finalmente pude conhecer a famosa Anahí! Estou aqui a apenas dois dias e meu irmão já falou mais ou menos umas dez vezes de você! – Maite abriu um sorriso simpático, vindo em nossa direção. Assim como o irmão, Maite era muitíssimo linda, de olhos castanhos e pele clara, lábios carnudos, sobrancelhas bem marcadas e traços marcantes, levemente parecidos com os de Alfonso.

– Eu posso dizer o mesmo, Poncho também falou muito sobre você já! – eu respondi, sentindo meu rosto esquentar levemente.

– Espero que coisas boas! Muito prazer, Annie, se me permite chamá-la assim já... – ela apontou, me dando um abraço caloroso que eu retribui sem hesitar. Percebendo que não seria nem um pouco preciso que eu me esforçasse para gostar dela. – Olha... meu irmão disse que você era linda, mas não que era tão linda assim!

Let me love youWhere stories live. Discover now