VIII

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Frozen - Madonna

– Fácil assim? – ele questionou surpreso ao ouvir minha resposta positiva para o seu convite.

– Você está insinuando que eu sou fácil, Alfonso Herrera?! É isso mesmo? – eu brinquei em um tom provocativo.

– De forma alguma! – ele gargalhou alto, me encarando com divertimento. – Pensei que seria preciso insistir um pouquinho... considerando que é o nosso terceiro encontro e, bem, você sabe como são essas normas de encontros desses estadunidenses.

– Pensei que você não tivesse lido as revistas quando adolescente... – eu rebati ainda naquele tom provocativo. – Além disso, olhe só onde você está... na minha casa, antes do terceiro encontro!

– Humm, você está me dando sinais duplos, Anahí Portilla. O que isso quer dizer? Que temos chances de nos dar bem até o final do dia?

– Argh como eu não previ isso vindo?! – eu o respondi com uma risada. – Você irá me julgar muito se eu sugerir abrirmos uma garrafa de vinho antes das duas da tarde para acompanhar o prato de massa que pensei em pedir para o almoço?

– Em algum lugar do mundo já passa das cinco horas da tarde, está tudo certo!

Alfonso respondeu com um tom reconfortante e retornou em seguida para a posição que estava anteriormente, provavelmente percebendo que nossa posição e proximidade física não estavam colaborando para amenizar nossos ânimos excitados. Enquanto ele fumava um cigarro encostado no parapeito da janela, nós decidíamos o que combinaria melhor com as minhas diferentes garrafas de Pinot Noir para, em seguida, entrarmos em uma conversa despreocupada ao mesmo tempo em que arrumávamos a mesa para esperar o almoço que chegaria rapidamente.

– Eu não consigo acreditar que estou na segunda garrafa de vinho em uma tarde de terça-feira de expediente! – eu falei com um riso fácil, sentindo meu corpo leve devido a bebida.

– Nada mais justo depois da noite de cão que você passou! – Alfonso apontou.

– Humm...  bom ponto! – eu assenti, dando um gole generoso no conteúdo de minha taça. – E você também, após ter encarado planilhas e mais planilhas!

– Pronto, nós temos nossas justificativas, gatinha! – Alfonso respondeu, dando uma piscadinha maliciosa para mim. Era estranho ter uma pessoa, que não fosse Christopher, me chamando de tal forma... contudo, não era um estranho ruim e isso, por si só, já era o suficiente para me surpreender.

– Bem, minha irmã tem uma fala um tanto quanto problemática para momentos como estes, mas que serei obrigada a reproduzir: nós merecemos. – eu falei.

– Oh sim, eu tinha me esquecido que você comentou vagamente sobre essa irmã na sexta-feira no bar...

– Sim, ela é alguns anos mais velha que eu, mas mora em Los Angeles.

– E vocês se dão bem? – Alfonso perguntou, com uma curiosidade genuína em saber mais sobre mim.

– Nos damos sim, apesar da absurda diferença entre nós. Mac é casada e tem três filhos, vive em uma casa muitíssimo chique no subúrbio de Los Angeles e dedica sua vida aos filhos e à casa enquanto bebe martinis nas espreguiçadeiras da piscina... – eu respondi com um riso irônico ao falar sobre a vida que minha irmã levava. Não que eu tivesse alguma coisa contra este estilo de vida ou que fosse da minha conta e respeito a forma com que ela vivia, apenas era irônico como duas pessoas poderiam ser tão diferentes mesmo quando haviam saído da mesma barriga e tido a mesma criação. – Ah e ela atua também como designer de interiores e faz algumas peças únicas em argila nas horas vagas.

Let me love youWhere stories live. Discover now