Facas

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"Hoje não tem vilão, hoje não tem vítima, não tem plateia, não tem bebida... como se duas facas se riscassem procurando corte, são dois corações disputando quem é o mais forte!"

⚠️⚠️⚠️ (Conteúdo sensível)

Carlos César


Eu me apaixonei por seu sorriso. Aquele aberto, brando, cheio de dentes alvos, aquele que seus olhos ficam pequeninos..., mas foi sua gargalhada que me fez paralisar bobo. Em seguida, me apaixonei por sua voz, aquele sotaque forte do interior, cheio de “r”s, a falta de sutileza e a sagacidade das palavras... e não pude deixar de me apaixonar por seu corpo. Que corpo!
Sempre fui seu fã número 1. Sempre fui louco por ela. Por sua esperteza, sua inteligência, sua beleza. Nada no mundo é mais satisfatório do que entrar nos lugares com ela ao meu lado e as pessoas ficaram olhando encantados, mas sem poder tocar porque ela é minha. Minha!

Não existe nada mais poderoso do que tê-la submissa a mim, saciando meus desejos... aquela mulher na cama é de tirar o fôlego só com um olhar de onça voraz. Eu sei de sua capacidade e sei que ela pode conquistar o mundo apenas com um acenar de cabeça, mas não quero. Mulher precisa servir ao marido e o erro de Soraya é querer ser mais poderosa do que eu.

Eu tenho o controle emocional dela nas minhas mãos, apesar de ser incrivelmente forte e todos os outros adjetivos, veio quebrada. E é essa pequena rachadura em seu coração que fica sob meu domínio e é isso que uso para controlá-la, mas ouvi um não dela. Eu nunca tinha ouvido um não dela.

Meu erro foi levantar a mão para minha esposa e não saber parar, esquecendo-se dos conselhos de meu pai “mulher se controla através do emocional, elas são frágeis e descontroladas. Precisam de um homem forte para mantê-las na linha... quando sua sagacidade não adiantar... aí sim você as ensina como se ensina uma criança, apanhando para ela nunca mais cometer o mesmo erro.”

O problema é que Soraya não é qualquer mulher que apanha e fica por isso mesmo, ela tem um carrapato ao seu lado, um lindo carrapato, afinal, mas que me detesta profundamente. Confesso que já pensei em convidar esse carrapato para um encontro um pouco mais íntimo, mas seu olhar cobiçoso para minha mulher me fazia desistir.

A mente de Soraya sempre foi fraca, suas inseguranças são minhas armas para fazer dela uma marionete para meus caprichos e agora me arrependo profundamente de ter dado esse poder a Simone, pois com certeza o fato de Thronicke ter corrido para seus braços, faz dela a detentora das armas que podem manipular Soraya a seu bel prazer, mas eu faria de tudo para tomar esse controle de volta em minhas mãos, ninguém me tira a minha esposa, ela é minha e de mais ninguém. Ai de Tebet tocá-la!

Quando a porta se abriu e vi minha loira entrar, fui animado e preocupado até ela:

- Soraya, meu amor!

Dei um passo para puxar a minha esposa para meus braços, mas Simone entrou na frente, a colocando atrás de si e me fuzilando com os olhos.

- Afaste-se dela agora mesmo. -Disse firme.

- Ora, ela é minha esposa... afaste-se dela você! Yaya, amor, vamos conversar! -Pediu tentando vê-la através de Simone.

- Viemos apenas pegar suas roupas e a Deusdete. -Tebet se intrometeu.

- Soraya não sairá dessa casa sem conversarmos. Mereço esclarecer as coisas com minha mulher-Falei já me irritando.

- Quantos de você irá impedir? -Provocou debochada- Não seja patético, Carlos César, deixe-nos...

- Soraya, minha vida, por favor me deixe explicar... por favor! -Forcei as lágrimas a caírem e logo me ajoelhei no chão soluçando alto.

- Pode chorar, gritar, espernear você não...

- Aceito conversar com você, César. -Ouvi a voz de Thronicke e quase sorri.

- O-o quê? Não, Sol... ele... -Tebet tentou argumentar, mas Soraya não permitiu.

- Eu vou ficar bem, hum? Será uma conversa definitiva, minha querida. Preciso disso! -Soraya dizia suavemente.

Levantei-me com pressa, agora seria o momento de consertar as coisas.

- Vem, linda... -estendi a mão para a loira enquanto Tebet me fuzilava com todo ódio que um ser humano seria capaz de ter. Soraya olhava hesitante- não tenha medo, minha rainha!

A mulher olhou para Simone e falou baixinho:

- Irei com ele para o escritório, ficarei bem... prometo!

- Se ele fizer qualquer coisa com você, grita. Estarei aqui e não sairei!

- Obrigada! -Sibilou abrindo um sorriso de lado.

A loira passou na frente e foi até o escritório. Antes de segui-la, senti a mão da ex-professora em meu braço:

- Toque nela de alguma forma e será a última vez que fará algo estúpido nessa vida.

- Já lhe disse uma vez e vou dizer novamente, Tebet, Soraya é minha e ninguém vai mudar isso, nem mesmo vossa Excelência!

Me desvinculei da morena e fui atrás da minha esposa.

- Amor... -entrei no escritório e a vi encostada na mesa, os braços cruzados, vestida em uma saia preta (presumo ser de Tebet) uma blusa creme e o olhar duro. Tão linda! - Me perdoe eu...

- Eu quero o divórcio. -Disse firme, me surpreendendo.

- Linda, não é para tanto... -tentei tocá-la, mas ela se desviou de mim e foi para o outro lado do espaço- Soraya, olha... eu não fiz aquilo por mal, eu fui pego em um surto, eu nunca faria nada...

- Você tem noção do que fez? Você dizia me amar e quase me matou. VOCÊ ME DOPOU, CÉSAR! -Explodiu ficando vermelha de raiva- Meu corpo está completamente roxo e machucado, eu sinto dores irradiar por toda minha pele e você espera mesmo que eu o perdoe?

- Soraya... -procurei as palavras- linda... eu não fiz isso por mal, mas você extrapolou todos os meus limites. Você sabe que eu nunca levantei um dedo para você... será que não percebe que foi esse seu jeito que serviu de gatilho para meus atos? Eu já gritei alguma vez com você? -Perguntei tentando fazê-la entrar me meu jogo.

Vi ela titubear e seus olhos se desfocarem de mim. Me aproximei mais e toquei em seu braço o descruzando.

- Já te bati? Te machuquei? Em todos esses anos, Yaya, venho aguentando calado todas as vezes que você deixou nosso casamento de lado, que seu ciúme te cega e faz você surtar comigo por nada, que suas crises de ansiedade atacam e somente eu consigo aliviar... não importa a hora ou o lugar, na hora que você chama eu vou. Sempre fiz tudo por você, para te ver bem... eu te amo e você me ama. São anos de casamento... vai mesmo jogar fora todos esses anos de amor e dedicação por algo que também foi culpa sua?

Ela tinha os olhos marejados, algumas lágrimas não demoraram a cair.

- Aqui não tem vilão, a não ser suas crises, só tem vítima dos acasos e de um dia exaustivo para ambos. Nunca pedi o divórcio a você quando suas crises atacam e você me deixa todo arranhado, pelo contrário, eu entendo, te abraço e fico com você até que fique tudo bem. Mas... pelo visto durante uma crise minha você irá me abandonar... -falei e deixei algumas lágrimas caírem e me afastei dela.

- Não, César.... eu... -Sua respiração ficou ofegante e vi culpa e desespero em seus olhos.

- Eu entendo. Tive um surto psicótico e fiz uma besteira, mas pensei que você me conhecesse melhor que ninguém e saberia que em sã consciência eu nunca faria nada desse tipo. Nada! Acho que realmente é melhor a separação...

- César... -Soraya chorava e olhava ao redor procurando as palavras sem encontrá-las.

- Sabe qual é o problema, Thronicke? Eu te amo. Sempre vou te amar, mesmo você sendo tão injusta comigo. Irei te amar com você me atacando, vou te amar mesmo com suas crises... acha mesmo que alguém aguentaria passar por elas como eu passo? Continuo te amando apesar de você ser uma fraca cheia de inseguranças. Sempre vou te amar! Não temos moral para vivermos longe um do outro... não sou nada sem você!

- César....

Fui até ela a puxei para meus braços. A beijei carinhosamente. Primeiro um roçar de lábios, depois levei minha mão a seu rosto e limpei suas lágrimas... puxei seu rosto pra mim, segurei sua cintura firmemente e a beijei, intensamente e apaixonadamente. Colando meu corpo no seu e passeando minhas mãos por aquele corpo que conheço tão bem e que é o ápice de meus desejos mais profundos.

Fui adentrando minha mão por sua blusa até chegar no seu sutiã e a outra por baixo de sua saia até tocar sua calcinha, a empurrei para uma mesinha e a sentei nela. Desci meus lábios para seu pescoço e fui apertando sua cintura e arrendando sua calcinha e a penetrei com força com um dedo.

- Ai, merda... -resmungou soltando um gemido de dor- para, César, está me machucando.

- Não, linda, não faz assim... -Falei e voltei a capturar seus lábios e continuei penetrando ouvindo seus resmungos.

- Para... -pediu mais uma vez.

Retirei o dedo e segurei seu rosto com força, fui tirando minha calça, eu já estava duro demais e precisava me aliviar urgentemente.

Afastei minhas mãos delas, puxei uma camisinha no bolso, enquanto beijava seu pescoço. Ela me empurrava debilmente com suas mãos, mas eu gemia baixinho em seu ouvido tentando atiçá-la. Coloquei a camisinha rapidamente, levantei sua saia e a penetrei rapidamente.

- AIIIIII.... -Gritou e tentou me afastar.

Segurei em seu pescoço do jeito que gostávamos e comecei a estocá-la.

- Para.... para, está me machucando, César.... para.... -Soraya chorava, mas eu não entendia o motivo.

- Deixe de frescura, Soraya. -Briguei parando dentro dela- Qual é? Não está gostando, porra?

- Não! -Gritou- Está me machucando, Sai!

Apertei seu braço com força.

- Nunca me rejeite, eu sou seu marido. É sua obrigação me servir, sua merda!

- PARA!

Ela começou a serpentear e forcei novamente os movimentos enquanto tentava contê-la.

- SIMONE!

- Puta desgraçada! -Bradei saindo de dentro dela e vestindo minha calça enquanto me afastava dela.

Ela puxou a saia para baixo e me olhava aterrorizada.

Porra, o que eu fiz?

Minha protegidaOnde histórias criam vida. Descubra agora