JEALOUSY - castiel

XIII. CROWD

Estava me arrumando depois de um banho que demorou mais do que o previsto, já que minha mente não parava. Eu tinha medo? Óbvio! Faz pouco tempo que voltei e menos tempo ainda que eu e Cass nos acertamos, quem sabe não estejamos nos precipitando?

zzzzz zzzzz zzzzzz zzzzzz

Atendi o telefone e no mesmo instante apareceram os rostos do Alexy e da Rosa na tela.

Rosalya: Lynn, por que você sumiu ontem? E por que tá arrumada? Vai pra onde?

Alexy: Depois o curioso sou eu — ele se joga na cama.

Lynn: Bobos, vou ao parque com o Lys e o Cass, e ontem eu fui falar com o Nath e acabei indo pra casa do Cass... — pus os brincos.

Pude ver os rostos de surpresa pela tela do celular e o apoiei entre os itens de beleza como um tripé.

Lynn: Não vai falar nada, Alexy?

Alexy: Vocês finalmente...?

Lynn: Sim!!! Quer dizer, em parte, mas sim.

Rosa: Então, só preliminares?

Alexy: Oh, Rosa, pode parar aí que preliminar é tirar a roupa e fechar a porta! — Rosalya revirou os olhos.

Rosa: Ok, doutor de todo conhecimento — foi a vez do Alexy revirar os olhos. — Só oral, Lynn?

Lynn: Sim, mas já foi muito bom. Eu tava com medo de que ele não me desejasse ou que não quisesse dar mais um passo na relação mas aí agora a pouco ele me surpreendeu... — falei enquanto passava rímel.

Alexy e Rosa: ELE TE PEDIU EM CASAMENTO?! DROGA, FALAMOS JUNTOS! DE NOVO!

Lynn: Aham, claro que pediu, tão vendo aqui o anel? — mostrei meu dedo do meio sem nada pra eles. — Malucos! Ele só pediu pra que eu fique lá nos fins de semana, aí amanhã vou levar algumas coisas e dormir por lá. Acho que ainda estou um pouco pensativa e vou precisar arranjar um trabalho para não dar despesas ao Cass...

Rosa: Oh, amiga, vou falar com o Leigh pra ver se ele consegue te inserir por meio período na loja, mas acho difícil, já que estamos tentando economizar para nossa casa.

Lynn: Tudo bem, Rosa, deve ter algum lugar em Amoris que esteja contratando!

Alexy: Eu sei de um lugar, mas preciso ver se eles ainda não acharam ninguém...

Castiel estava ligando.

Lynn: Gente, vou ter que ir, Castiel está me esperando, beijoooo! Depois você me fala mais, Alexy!

Desliguei o telefone e saí dos dormitórios.

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- É como se elas fossem apaixonadas mesmo sem nos conhecerem direito, e elas demonstram tanto! Queria conseguir suprir os quereres delas mas parece impossível — Lysandre falava das fãs do Crowstorm.

- As vezes eu nem acredito... Parece irreal, nós éramos só crianças brincando de rockstars... — Castiel estava com um caderno na mão tentando escrever o novo single da banda.

- Vocês já pensaram em tipo... — coloquei mais uma uva na boca. — Escrever uma música pras fãs? Tem bandas que fazem isso né, dão um apelido e tudo mais.

Lysandre a Castiel viraram pra mim com os olhos arregalados.

- Que foi? Não vão dizer que tem alguma coisa no meu cabelo — passo a mão no topo da cabeça desesperadamente.

- Lynn, essa é uma ótima ideia! — Lysandre pegou o celular. — Vou ligar pro Hyun, ele tem que vir aqui — ele se levantou e foi falar ao telefone.

Castiel começou a escrever no caderno e não parava, acho que de todas as versões dele que já conheci, essa de músico... me tira o fôlego, acho que tô virando fã dele também.

- Crown, Crowd, Crossed... — Lys voltou e se sentou repetindo nomes sem parar.

- Gostei desses! O Hyun vai vir aqui? — perguntei a ele.

- Sim, ele já está saindo da cafeteria — ele também passou a escrever no seu bloco de notas e decidi responder alguns e-mails pelo celular.

Passei tanto tempo digitando que nem percebi quando o Hyun chegou, mas logo ele me cumprimentou.

- Lysandre, eu vi os nomes que você me mandou por mensagem e eu pensei em um conceito: CROWD, na tradução literal é 'multidão', mas vocês podem levantar o conceito de que uma só fã já é uma multidão de energia pra banda, e que quando se juntam, são a CROWD que geram uma CROWstorm de música! — Hyun falava muito empolgado, consigo ver o porquê de ele ter escolhido trabalhar com comunicação.

- Eu tinha pensado em Crown, mas nesse conceito... coube totalmente. Você pode escrever isso, Hyun? Meu laptop está no carro, vou buscar — ele se levantou e foi em direção ao carro.

Hyun se sentou ao meu lado.

- Lynn, o Alexy me falou que você tá procurando emprego, eu falei com a Clemence e fiz uma recomendação sua, tive que pegar seu número de telefone com o Alexy para passar para ela, perdão. Ela disse que vai te ligar em breve, fique atenta, ok?

- O quê? No café? Hyun, muito obrigada! Nem sei como te agradecer — não me segurei e o abracei. O abraço acabou depois de uma tosse forçada do Castiel.

- Aqui está, Hyun — ele o entregou o laptop e se sentou na beira da árvore com o caderno de novo, sua escrita parecia mais vigorosa, ele chegou a virar páginas.

Eu e Hyun escrevemos todos os possíveis conceitos para o fandom da banda e anotamos algumas ideias para o fã clube oficial. Ele e Lysandre foram embora assim que começou a anoitecer e eu e Cass ficamos por mais alguns instantes.

- O que foi aquilo? — perguntei.

- Aquilo o quê?

- Sua tosse — falei como se fosse óbvio.

- A garganta tava coçando, só isso.

- Ah, então não tem nada a ver com o fato de você estar com ciúmes de mim com o Hyun?

- Não sou ciumento — ele olhou para o horizonte.

- Não? Ah sim, verdade, não tem ciúme nenhum — me deitei ao seu lado. — Você sabe que meus olhos sempre estiveram em você.

- Só achei repentino o fato de vocês mal se conhecerem e já estarem tão próximos assim...

- Hahahah, e isso não é ciúme? — virei seu rosto para mim. — Eu o estava agradecendo, só isso.

- Pelo quê?

- Ele me recomendou pra chefe dele, pra que eu trabalhe lá.

- Ah, ótimo, você e ele trabalhando juntos, que beleza! — ele riu sarcasticamente. — Me tranquiliza bem mais saber que você vai passar os dias com outro cara que vai se encantar por você. E você nem me disse que estava procurando emprego, eu achava que você estava de boa em relação a dinheiro com os seus pais.

- Bobo, assim eu não vou te dar despesa nenhuma quando ficar na sua casa.

- Boba é você, garotinha. Até parece que não sabe que você é meu maior investimento — ele voltou a olhar para o céu.

Fiquei sem palavras. E sem fôlego. Talvez eu tenha morrido ali mesmo.

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FIM DO CAPÍTULO 13