Escapatória

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Aviso: Esse capítulo contém gatilhos e cenas envolvendo abuso infantil, tentativa de homicídio e referências a suicídio. Se você for sensível a isso, saia agora mesmo. Caso contrário, leia por sua conta e risco.


Baji P.O.V.

Vi minha irmã correndo pro quarto pra arrumar suas coisas, como solicitei a ela. Também a lembrei de levar as coisas da escola e da Toman. A princípio ela se preocupava com o fato de eu ficar sozinho com Takeo, mas como eu sei me virar, tenho certeza de que vai dar tudo certo. Afinal a última coisa que eu queria era aquele cretino fazer algum mal a S/n.

Quando eu tinha 8 anos e a S/n uns 7, isso antes do papai morrer, o primo Takeo vinha cuidar de nós, já que ele era maior de idade. Ele sempre foi legal conosco, sempre brincando com a gente, nos dando presentes ou nos levando pra passear. Porém ele era sempre muito evasivo ao toque, sempre se aproximando até demais de nós, principalmente da S/n. Fora que ele sempre nos mostrava coisas que nenhuma criança da nossa idade deveria ver ou ouvir, como informações pessoais de sua vida ou de conhecidos, filmes adultos ou de terror, tópicos indecentes, dentre outras coisas.

Mas se tinha uma coisa que sempre me deu alerta vermelho na minha cabeça era quando ele chegava perto de nós e falava coisas relacionadas a morte e como era tal sensação (carbonização, esmagamento, explosão), mas sempre desviava o olhar pra minha irmã. Porém a que ele mais mencionava era estrangulamento.


Flashback on

Numa noite, eu fui mostrar um panfleto pro Takeo sobre uma excursão que iria ter na minha escola, mas eu não o achava em lugar nenhum. Foi quando eu o vi no quarto de hóspedes com uma corda em mãos.


Baji: Takeo? Por que você tá com essa corda?

Takeo: A-Ah...! Err... é uma nova corda de pular. Pra você e a S/n brincarem juntos. Também pode ser usada para brincar de cabo de guerra!

Baji: Entendi! Ah. E eu queria te mostrar isso. - Ergo o panfleto pra ele -

Takeo: Um bentô?

Baji: Sim. É pra semana que vem. Faz um pra mim?

Takeo: Claro.


Um tempinho depois, eu e ele fomos escolher e preparar o bentô que eu levaria. Mas durante o preparo, ele parou por um momento pra ir ao banheiro, e eu permiti. Um grande erro.

Se passaram minutos e ele ainda não voltou. Como eu era criança, achei que ele estava tendo alguma complicação. Até eu ouvir o som de alguma coisa sendo derrubada, e vinha do quarto que eu compartilhava com minha irmã. Eu corri pra ver o que era e quando abri a porta, fiquei traumatizado.


Baji: Takeo! S/n! - Gritei ao ver S/n deitada no chão do quarto com o nosso primo apertando o pescoço dela fortemente com a intenção de deixá-la sem oxigênio - 

Do lado dele estava a corda que ele disse que era de pular e do lado da S/n estava um abajur quebrado. Ao que tudo indicava, Takeo iria matá-la asfixiada e usaria a corda pra fazer parecer um suicídio, mas durante o processo, minha irmã chutou a escrivaninha derrubando o abajur.

Gritei pra ele parar, mas ele não escutava. Ele fazia tudo isso com um sorriso perverso no rosto. Então corri até ele e o empurrei com força, fazendo-o parar de sufocar S/n. Ela estava recuperando o fôlego. Ela me abraçou com força e aos prantos.

Imagine Mitsuya - A Princesa e o DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora